segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Nobel de Economia premia pesquisas sobre trabalho feminino

 A economista e historiadora norte-americana Claudia Goldin, de 77 anos, professora da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ganhou hoje o Prêmio Nobel de Economia por estudos sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, anunciou hoje em Estocolmo a Academia Real de Ciências da Suécia. É a terceira mulher laureada e a primeira a ganhar sozinha desde que o prêmio passou a ser concedido, em 1969.


Primeira catedrática do Departamento de Economia de Harvard, ela examinou em profundidade as causas das diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho, a evolução do trabalho feminino nos últimos 200 anos e perspectivas para o futuro.

"Espero mostrar que é possível para uma mulher ser bem-sucedida, ser reconhecida pelo sucesso e inspirar muitas, muitas outras mulheres a continuar trabalhando e muitos outros homens a lhes dar o respeito que merecem", declarou Goldin ao receber a notícia.

Suas pesquisas revelam que a participação da mulher no mercado de trabalho diminuiu no século 19, quando a economia evoluiu da da agricultura para a indústria, e cresceu no século 20, com a expansão do setor de serviços.

Ela considera os anos 1970 um "período revolucionário" em que as mulheres nos EUA passaram a casar mais tarde, fazer cursos universitários e avançar no mercado de trabalho. A pílula anticoncepcional foi importante para que as mulheres pudessem ter maior controle sobre suas vidas. Mas elas ainda não conquistaram a paridade salarial: o salário médio das mulheres no país é 80% do salário dos homens.

No passado, essa diferença poderia ser explicada pela educação, formação profissional e tipo de ocupação. Hoje a disparidade se mantém mesmo entre homens e mulheres que fazem o mesmo trabalho e aumenta um ou dois anos depois que a mulher tem o primeiro filho.

"Não vamos chegar à igualdade de gênero enquanto não tivermos equidade nos casais", comentou a economista. Apesar da "mudança progressiva monumental, há importantes diferenças, com frequência ligadas ao fato de que as mulheres ainda fazem a maior parte do trabalho doméstico.

A Drª Claudia Goldin e os outros laureados recebem o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 5 milhões, numa cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data da morte do cientista e empresário Alfred Nobel, o descobridor da dinamite, que destinou 94% de sua fortuna de 31 milhões de coroas suecas, mais de R$ 1 bilhão pelas cotações de hoje para um prêmio que reconhecesse anualmente "o maior benefício para a humanidade" nas áreas de medicina, física, química, literatura e paz. 

O Nobel de Economia foi criado depois. Oficialmente, se chama Prêmio do Banco Central da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel.

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