domingo, 9 de janeiro de 2022

Brasil chega a 620 mil mortes com forte onda de contágio

  Sob o impacto da variante ômicron, o Brasil ultrapassa a marca trágica de 620 mil mortes pela doença do coronavírus de 2019 num momento de alta forte da contaminação.

A nova cepa é o vírus de transmissão mais veloz da história. Em pouco mais de um mês, atravessou o mundo, se tornou dominante em vários países e causou novos recordes de contágio, com mais de 2 milhões de casos novos num dia.

"É o vírus mais explosivo e que se propaga mais rápido da história", afirmou o médico e historiador Anton Erkoreka, diretor do Museu Basco de História da Medicina. Ele lembra que a peste, na Idade Média, e a cólera, no século 19, precisaram de anos para se propagar pelo mundo. 

O vírus SARS-CoV-2, identificado em Wuhan, na China, dois anos atrás, precisou de três meses. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou se tratar de uma pandemia.

Neste domingo, normalmente um dia de subnotificação, mais 50 mortes e 23.504 diagnósticos positivos foram notificados no Brasil, elevando os totais para 22.522.310 casos confirmados e 620.031 mortes. 

A média diária de casos novos dos últimos sete dias avançou 669% em duas semanas para 33.146. É a maior desde 23 de setembro de 2021. A média diária de mortes dos últimos sete dias cresceu 28% em duas semanas para 123.

No mundo, a média diária de casos novos dos últimos sete dias aumentou 213% em duas semanas para 2.366.021, enquanto a média diária de mortes dos últimos sete dias caiu 2% em duas semanas para 6.368.

O total de casos confirmados está em 307.189.908, com 5.488.794 mortes. Mais de 259 milhões de pacientes se recuperaram, cerca de 42,33 milhões enfrentam casos leves ou médios e 93.983 estão em estado grave.

A ômicron consegue infectar pessoas plenamente vacinadas, mas as vacinas previnem casos graves e evitam mortes, indicou um estudo da virologista holandesa Corine Geurt van Kassel, da Universidade Erasmo de Roterdã. 

O risco é muito menor do que o de outras variantes, 25% menor do que com a variante delta, o que não significa que o grande volume de casos não venha a sobrecarregar os sistemas de saúde, mesmo que os pacientes da ômicron fiquem, em média, menos tempo no hospital. 

Seis estudos preliminares indicam que a ômicron atinge os brônquios, mas não os pulmões. Uma pesquisa chefiada pelo virologista Michael Chan, da Universidade de Hong Kong, estimou que a ômicron se multiplica 70 vezes mais depressa nos brônquios, mas é 10 vezes menos capaz de infectar os pulmões.

A variante ômicron foi identificada na China em caso de transmissão local. É um novo e formidável desafio à política de covid zero, de erradicação total do vírus, adotada pelo regime comunista chinês desde o primeiro surto, em Wuhan, em dezembro de 2019, que não está conseguindo debelar um surto em Xiam, a primeira capital do país.

Os Estados Unidos registraram mais 260.889 casos e 301 mortes neste domingo, provavelmente com subnotificação porque as médias semanais são muito maiores. A média diária de casos novos dos últimos sete dias subiu 215% em duas semanas para 677.243. O número de hospitalizados aumentou 80% em duas semanas para 130.006. A média diária de mortes dos últimos sete dias cresceu 16% para 1.559. Os EUA têm os maiores números de casos confirmados (60.090.328) e de mortes (837.664) na pandemia.

Mais de 9,43 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo. Mais de 4,66 bilhões de pessoas, 59,22% da população mundial, tomaram ao menos uma dose, mas só 8,9% nos países pobres. Mais de 51% completaram a vacinação e 10% receberam a dose de reforço.

A China lidera a imunização, com 2,89 bilhões de doses aplicadas, seguida pela Índia (1,51 bilhão) e os EUA (519,23 milhões). O Brasil deu a primeira dose a 161,64 milhões, 144,32 milhões (67,66% da população brasileira) completaram a vacinação e 29,43 milhões tomaram a dose de reforço, num total de 335,4 milhões de doses aplicadas até este domingo.

Na Austrália, um juiz autorizou a entrada no país do tenista número um do mundo, Novak Djokovic, barrado na entrada por não ter se vacinado. Djokovic tinha uma isenção dada pelos organizadores do Torneio Aberto da Austrália, cassada pelas autoridades federais do país. 

Os advogados do tenista alegaram que Djokovic teve covid em dezembro, assim teria imunidade natural e o juiz Anthony Kelly aceitou o argumento. O governo federal australiano pode cancelar o visto mais uma vez. Djoko, atual campeão na Austrália, já ganhou nove títulos do torneio e 20 do Grand Slam, os quatro torneios mais importantes do mundo (Austrália, França, Wimbledon e EUA). Se vencer de novo, passa à frente dos rivais Roger Federer e Rafael Nadal.

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