Sob o impacto da pandemia do novo coronavírus, o produto interno bruto da China sofreu uma queda de 6,8% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período no ano passado. A produção industrial baixou 8,4% e as vendas no varejo, 19%.
Mesmo durante a Grande Recessão (2008-9), a economia chinesa não parou de crescer. Graças a um plano de estímulo de US$ 600 bilhões, 13% do PIB na época, foi uma das locomotivas da recuperação internacional.
O último ano em que a China teve uma queda do PIB foi 1976, o ano da morte de Mao Tsé-tung e do fim da Grande Revolução Cultural Proletária. O cálculo trimestral é feito desde 1992. Este é o pior resultado.
Desta vez, a China é acusada de provocar a crise econômica mundial mais grave desde a Grande Depressão (1929-39) em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump pressiona as empresas americanas a deixarem de fabricar da China.
Mais discretamente, o primeiro ministro Shinzo Abe criou um programa de US$ 2,2 bilhões para incentivar as empresas japonesas a voltar a produzir no Japão e até mesmo em outros países asiáticos, como a Indonésia e o Vietnã, onde os custos são menores do que na China.
Apesar da forte queda no primeiro trimestre, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia termine o ano em alta de 1,2%. Antes da pandemia, a meta era 6%. Oficialmente, o governo afirma que as empresas estão trabalhando com 80% de sua capacidade, mas dezenas de milhões de chineses ficaram sem renda em fevereiro e março. Muita gente perdeu o emprego.
A esperada recuperação em V, com a economia se recuperando tão rapidamente quanto caiu, não vai acontecer enquanto não houver uma vacina ou tratamento eficiente para a covid-19. A retomada terá de ser lenta, marcada por testes para mapear o andamento do vírus e combater cada foco. Será na base da tentativa.
Como a China foi a origem da pandemia, todos observam a retomada da economia para tirar lições. Há dúvidas sobre a imunização permanente de quem teve contato com o vírus, tenha desenvolvido a doença ou não. Ainda não há um certificado de imunização. E todos temem uma nova onda de contaminação.
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