Com a retirada hoje do senador socialista Bernie Sanders, o ex-vice-presidente Joe Biden é o virtual candidato do Partido Democrata para enfrentar o presidente Donald Trump na eleição presidencial de 3 de novembro nos Estados Unidos.
Pouco mais de um mês atrás, até a superterça-feira, 3 de março, o senador liderava as eleições primárias do partido. Biden reagiu com grandes vitórias na Carolina do Sul, onde pesou a força do voto negro para o vice do presidente Barack Obama, e na superterça-feira.
Sanders não esperou o resultado da eleição primária realizada ontem no estado de Wisconsin: "Quero expressar a cada um minha profunda gratidão por ajudarem a criar uma campanha política de base sem precedentes com um profundo impacto sobre a mudança em nossa nação."
O senador, que teria grandes dificuldades para derrotar Trump por se apresentar como socialista no maior país capitalista do mundo, também agradeceu a "centenas de milhares de voluntários que bateram em milhões de portas no inverno gelado de Iowa e Novo Hampshire e no calor de Nevada e da Carolina do Sul, e em todo o país."
Cerca de 2,1 milhões de americanos contribuíram para a campanha de Sanders fazendo 10 milhões de doações com a média de US$ 18,50 cada. "Juntos, transformamos a consciência americana sobre o tipo de país que podemos ser e demos um grande passo à frente na luta sem fim por justiça econômica, social, racial e ambiental."
Entre suas propostas, Sanders defendeu a criação de um sistema universal de saúde pública, universidade gratuita, salário mínimo de US$ 15 por hora e taxação das grandes fortunas. Uma das principais acusações a seus adversários na campanha democrata era que recebiam dinheiro de bilionários, bancos e grandes empresas.
Em nota distribuída via Internet, Sanders citou a atual pandemia do novo coronavírus como exemplo da necessidade de ter um sistema público de saúde robusto e cumprimentou o ex-vice-presidente, "um homem decente", pela vitória, destacando a necessidade de união para vender Trump, que descreveu como "o presidente mais perigoso da história dos EUA".
A grande dúvida é se o eleitorado jovem mobilizado pela pregação esquerdista do senador pelo estado de Vermont vai apoiar o moderado Joe Biden, mais identificado com o status quo. Sanders prometeu uma "revolução jovem", mas o eleitorado jovem é o que menos participa de eleições nos EUA, onde o voto não é obrigatório.
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