A batalha da dívida pública dos Estados Unidos se aproxima do prazo fatal de 2 de agosto sem solução. A Câmara, dominada pela oposição republicana, está prestes a aprovar uma proposta para aumentar o limite de endividamento em US$ 800 bilhões. Mas a Casa Branca é contra. Não deve passar pelo Senado, de maioria governista.
Se o Congresso não aprovar o aumento do teto da dívida pública, hoje em US$ 14,3 trilhões, que deve ser atingido dia 2, o governo federal americano vai ficar sem dinheiro em caixa e pode dar calote em títulos da dívida pública no valor de US$ 263 bilhões com vencimento em agosto.
Os otimistas acreditam que no último momento será possível compatibilizar as duas propostas para se chegar a um acordo sem vencedores nem vencidos. Afinal, o que está em disputa mesmo é a Presidência dos EUA.
A proposta republicana aprovada na Câmara é uma solução de curto prazo. Aumenta o teto de dívida em apenas US$ 800 bilhões para reabrir a discussão em 2012, um ano eleitoral, enquanto os democratas insistem numa trégua até o próximo governo.
Enquanto os republicanos querem cortar gastos do governo e equilibrar as contas públicas sem aumentar impostos, um pecado mortal para a direita representada pelo movimento Festa do Chá, os democratas insistem em aumentar impostos.
Se houver um calote, o prejuízo para a credibilidade da economia dos EUA, que perde espaço relativo e liderança com a ascensão da China e outros grandes países emergentes, será tremendo e de longo prazo. Os EUA terão de pagar juros maiores para financiar sua dívida multitrilionária. Isso significa mais alguns bilhões de dólares por ano.
O dólar cai. O mundo inteiro perde, mas o sistema político americano não funciona, não encontra uma solução. É mais um sintoma de decadência. É uma decadência que pode ser parcialmente revertida, mas é evidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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