quinta-feira, 28 de julho de 2011

Câmara dos EUA deve aprovar medida que Senado e Casa Branca rejeitam

A batalha da dívida pública dos Estados Unidos se aproxima do prazo fatal de 2 de agosto sem solução. A Câmara, dominada pela oposição republicana, está prestes a aprovar uma proposta para aumentar o limite de endividamento em US$ 800 bilhões. Mas a Casa Branca é contra. Não deve passar pelo Senado, de maioria governista.

Se o Congresso não aprovar o aumento do teto da dívida pública, hoje em US$ 14,3 trilhões, que deve ser atingido dia 2, o governo federal americano vai ficar sem dinheiro em caixa e pode dar calote em títulos da dívida pública no valor de US$ 263 bilhões com vencimento em agosto.

Os otimistas acreditam que no último momento será possível compatibilizar as duas propostas para se chegar a um acordo sem vencedores nem vencidos. Afinal, o que está em disputa mesmo é a Presidência dos EUA.

A proposta republicana aprovada na Câmara é uma solução de curto prazo. Aumenta o teto de dívida em apenas US$ 800 bilhões para reabrir a discussão em 2012, um ano eleitoral, enquanto os democratas insistem numa trégua até o próximo governo.

Enquanto os republicanos querem cortar gastos do governo e equilibrar as contas públicas sem aumentar impostos, um pecado mortal para a direita representada pelo movimento Festa do Chá, os democratas insistem em aumentar impostos.

Se houver um calote, o prejuízo para a credibilidade da economia dos EUA, que perde espaço relativo e liderança com a ascensão da China e outros grandes países emergentes, será tremendo e de longo prazo. Os EUA terão de pagar juros maiores para financiar sua dívida multitrilionária. Isso significa mais alguns bilhões de dólares por ano.

O dólar cai. O mundo inteiro perde, mas o sistema político americano não funciona, não encontra uma solução. É mais um sintoma de decadência. É uma decadência que pode ser parcialmente revertida, mas é evidente.

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