Sob pressão de um escândalo de escuta telefônica clandestina não só de celebridades mas também de pessoas ligadas a crimes e até parentes de mortos em guerras, a empresa News International decidiu fechar o jornal mais vendido nos domingos no Reino Unido, News of the World. Sua última edição circula neste domingo.
Esse jornal é considerado a edição dominical de The Sun, o diário mais vendido no país. A empresa também é dona de The Times, The Sunday Times e dos canais de TV por assinatura Sky, o que a torna o mais poderoso grupo de mídia britânico.
Seu dono, o australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, é um dos maiores magnatas da mídia internacional. Tem jornais na Austrália, a Star TV na Ásia, e Fox News, os estúdios de cinema da Fox, e os jornais New York Post e The Wall St. Journal.
Murdoch aproveitou a ascensão da primeira-ministra Margaret Thatcher para comprar uma briga com os sindicatos, demitir a maioria dos gráficos e automatizar a impressão dos periódicos.
Com um estilo agressivo, seus jornais populares misturam fofocas de celebridades, escândalos de todos os tipos e um noticiário político nacionalista e conservador. Seus repórteres compram matérias de fontes e armam arapucas, por exemplo, fazendo um jornalista posar como milionário árabe para gravar inconfidências.
Há alguns anos, foi descoberto que repórteres do News of the World estavam fazendo escuta telefônica clandestina de celebridades como atores de cinema e TV, popstar, jogadores de futebol e até da família real em busca de histórias sensacionalistas.
A novidade agora é a espionagem de telefonemas de pessoas ligadas a investigações de crimes e parentes de mortos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Diante dos protestos generalizados, Murdoch decidiu fechar o tabloide dominical, em circulação há 168 anos. Mas os críticos temem que haja apenas uma mudança de nome.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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