Um comando terrorista suicida com seis homens atacou há cerca de cinco horas o Hotel Intercontinental na capital do Afeganistão. Os rebeldes travaram uma batalha com as forças de segurança afegãs. Chegaram a disparar foguetes do terraço do hotel, que está em chamas.
Só a intervenção de dois helicópteros de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) conseguiu acabar com três insurgentes entrincheirados no terraço. Pelo menos dez pessoas morreram, inclusive os terroristas.
Agora há pouco, o comando militar dos Estados Unidos declarou que o combate cessou e a situação está sob controle. A milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria do ataque.
É mais um sinal da total falta de segurança no Afeganistão. Justifica as críticas dos generais do Departamento da Defesa sobre a rapidez com que o presidente Barack Obama quer retirar 33 mil soldados daquele país.
O prazo, setembro de 2012, é dois meses antes das eleições. Convém ao presidente, mas não aos generais, que tem uma preocupação de longo prazo.
Ao anunciar uma retirada rápida de 10 mil soldados até o fim do ano, outros 23 mil até setembro do próximo e dos outros 67 mil até o fim de 2014, Obama dá à retirada uma impressão de fuga.
Desde a morte de Ossama ben Laden, em 1º de maio de 2011, o presidente americano quer fechar esse capítulo sombrio que começou em 11 de setembro de 2001. Mas o caldeirão afegão, onde a rede terrorista Al Caeda nasceu e se criou, fervilha.
Atrás dos EUA, França e Reino Unido anunciaram suas retiradas. Se é uma guerra americana e os europeus estão lá como aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que os europeus vão fazer lá.
A Guerra do Afeganistão já é a maior da História dos EUA. Sem a presença das forças internacionais, os Talebã têm grande chance de retomar o poder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário