Shirin Ebadi lembrou que, “no ano passado, uma mulher chamada Sakineh Ashtiani, acusada de adultério, foi condenada à morte por apedrejamento. Diante dos protestos do Brasil e de muitos outros países, não tiveram coragem de cumprir a sentença. Atualmente, outras cinco mulheres aguardam na prisão a morte por apedrejamento.”
Depois da China, o Irã é o país que mais aplica a pena de morte. A Revolução Islâmica baixou a maioridade legal para nove anos para meninas e 15 anos para homens. “Há dois meses, três jovens que de 17 anos que cometeram crimes foram executados. A violação dos direitos humanos no meu país é muito maior do que eu possa expressar.”
Para homossexualismo, a pena é de morte.
Por tudo isso, Ebadi veio ao Brasil, entre outras razões, para agradecer à presidente Dilma Rousseff pela pequena mudança da política externa brasileira em relação ao regime fundamentalista iraniano.
Pela primeira vez desde 2003, quando Lula chegou ao poder, o Brasil votou contra o Irã em questões de direitos humanos dentro das Nações Unidas. Mas Dilma não recebeu Shirin Ebadi.
“O Brasil apoiava havia muitos anos o governo iraniano”, afirmou a Nobel da Paz, “inclusive o presidente Lula visitou o Irã e abraçou [o presidente Mahmoud] Ahmadinejad. O povo do Irã tem muito respeito pelo presidente Lula. Entendemos que o governo brasileiro não sabia o que acontecia no Irã. Por esse motivo, eu e iranianos que moram no Brasil começamos a informar sobre a verdadeira situação do Irã”.
A mudança na política externa brasileira seria fruto dessa campanha: “Por isso, desde 2010 a conduta do Brasil mudou. Na ONU, votou a favor do povo do Irã. Não apoiou o governo não democrático. Queria trazer esse agradecimento à presidente Dilma. Como esse encontro não aconteceu, estou feliz que a ministra dos Direitos Humanos esteja aqui e possa transmitir essa mensagem para Dilma”.
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