A Itália reagiu negativamente à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil de rejeitar o pedido de extradição do terrorista Cesare Battisti e libertá-lo imediatamente. O governo italiano vai recorrer à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, alegando que o Brasil violou o direito internacional e o tratado de extradição firmado entre os dois países.
"É uma decisão deplorável", lamentou o presidente Giorgio Napolitano, dizendo que a decisão abala os longos laços de amizade.
O primeiro-ministro Silvio Berlusconi considerou "uma negação de justiça para suas vítimas".
O primeiro-ministro Silvio Berlusconi considerou "uma negação de justiça para suas vítimas".
Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por quatro assassinatos quando militava no grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo. Passou anos exilado na França, que rejeitou vários pedidos de extradição, e fugiu em 2004 para o Brasil, onde estava preso há quatro anos.
Para justificar a rejeição ao pedido, seus advogados alegaram que ele não matou ninguém. Teria sido incriminado por "delações premiadas" de companheiros presos. As suspeições relativas ao processo seriam a razão da rejeição francesa ao pedido de extradição.
Já o argumento usado pelo então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Fernando Genro, hoje governador do Rio Grande do Sul, de que Battisti poderia sofrer perseguição política na Itália é falso e uma ofensa a um país democrático e amigo. Como de costume, o governo Lula usou dois pesos e duas medidas, beneficiando aliados de esquerda.
Os argumentos ouvidos ontem de ministros do STF de que estava em jogo a soberania nacional são patéticos. O que estava em questão era o tratado de extradição assinado pelos dois países. Há um precedente: a Itália não entregou o banqueiro Salvatore Cacciola, que tinha dupla cidadania.
Veja no jornal francês Courrier International as reações na Itália.
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