Diante da crescente onda de greves e insatisfação trabalhista na China, onde os sindicatos conseguiram recentemente aumentos de até 70%, o primeiro-ministro Wen Jiabao visitou lugares na periferia das grandes cidades e declarou que é preciso proteger os trabalhadores migrantes que se alojam lá.
"Devemos amar e respeitar os trabalhadores migrantes, e cuidar bem deles", afirmou Wen, "especialmente dos jovens trabalhadores migrantes."
Dezenas de milhões de chineses de zonas rurais trabalham nos grandes centros industriais perto da costa, mas deixam suas famílias nos lugares de origem. Esses trabalhadores migrantes são a mão de obra barata responsável pelo milagre econômico chinês.
Mas já começa a se formar um movimento sindical para exigir aumentos salariais e melhoria das condições de trabalho.
A China tende a entrar numa nova fase de seu extraordinário desenvolvimento econômico, com melhor distribuição da riqueza, fortalecimento do mercado interno e um aumento nos custos trabalhistas que terá de ser compensado com ganhos de produtividade.
Isso quer dizer que a economia chinesa terá de entrar na fase de agregar mais tecnologia, sofisticando sua produção. Os setores que dependem de mão de obra barata tendem a migrar para o interior da própria China, para o Vietnã, a Indonésia, a Índia e, num futuro mais distante, também para a África.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário