Em mais tentativa de furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza há três anos, um navio saiu sábado do Irã e outro parte nesta sexta-feira levando ajuda humanitária organizada pela Sociedade Iraniana para a Defesa da Nação Palestina.
Os navios certamente serão barrados pela Marinha de Israel, que acusa o regime fundamentalista iraniano de armar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), partido radical palestino que domina a Faixa de Gaza.
Hoje, o governo de Israel nomeou os membros da comissão que vai investigar o ataque à chamada Flotilha da Liberdade de Gaza, em que nove pessoas morreram, há duas semanas. O inquérito será presidido por um ex-ministro do Supremo Tribunal de Israel.
Haverá dois observadores internacionais sem direito a voto nem a veto sobre o texto final: o ex-primeiro-ministro protestante da Irlanda do Norte David Trimble, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, e o advogado canadense Ken Watkin.
A comissão pode interrogar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, outros ministros e o comandante das Forças Armadas de Israel. Mas nenhum outro militar será ouvido para preservar os participantes da operação de assalto ao navio Navi Marmara.
Netanyahu alegou que este é o procedimento padrão das Forças Armadas dos países amigos e aliados dos EUA e da Europa.
Mas a Turquia, de onde era a maioria dos mortos, rejeitou a investigação de Israel, alegando que um país que ataca uma frota civil no meio da não tem condições de fazer um inquérito independente e imparcial sobre o caso, como pediu o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Hoje, a diretora da Cruz Vermelha Internacional para o Oriente Médio e o relator especial da ONU para Gaza pediram o fim do bloqueio israelense.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, enviado especial do Quarteto pela paz no Oriente Médio (EUA, Rússia, ONU e UE) previu que o bloqueio será relaxado nos próximos dias para permitir a entrada de mais ajuda humanitária para os 1,5 milhão de palestinos de Gaza.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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