segunda-feira, 6 de junho de 2011

Honecker foi obrigado a sair pela polícia secreta

Um dos grandes ditadores da Alemanha Oriental, Erich Honecker, foi obrigado a renunciar 1989 sob pressão da polícia política.

A poderosa Stasi (Ministério de Segurança do Estado) ameaçou denunciar suas tentativas de colaborar com o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, revelam documentos divulgados ontem pelo jornal alemão Bild am Sonntag, citado pelo jornal inglês The Independent.

O dossiê sobre Honecker tinha 25 páginas. Foi preparado a partir de 1971 para garantir que o chefe da Stasi, Erich Mielke, continuasse sendo o poder por trás do trono, a eminência parda do regime comunista alemão oriental.

Durante uma explosiva reunião do Politburo do Comitê Central do Partido Socialista Unificado da Alemanha Oriental, em 17 de outubro de 1989, três semanas antes da queda do Muro de Berlim, Mielke ameaçou divulgar o dossiê. Honecker renunciou em seguida. Foi substituído por Egon Krenz.

Antes da guerra, Erich Honecker já era membro do Partido Comunista da Alemanha. Preso pelos nazistas em 1937, só saiu da cadeia em 1945.

Durante os 19 anos em que reinou como todo-poderoso chefão do regime stalinista da Alemanha Oriental, foi louvado como um herói da luta contra Hitler. O arquivo secreto da Stasi revela sua face oculta.

Preso em 1937 por pertencer a uma organização ilegal, já em 1939 Honecker entrou com uma petição para ser libertado declarando ter abandonado o comunismo. Os nazistas rejeitaram.

Três anos depois, seu pai declarou às autoridades nazistas que Honecker estava pronto a se juntar ao Exército de Hitler.

O diretor de prisão de Brandemburgo, onde ele estava preso, se convenceu. Escreveu uma carta a superiores apoiando o pedido, que nunca foi aceito.

Depois de sair da prisão, Honecker participou ativamente na criação da Alemanha Oriental. Foi um dos arquitetos da construção do Muro de Berlim, em 1961.

Aparentemente, o dossiê estava numa pasta secreta de Mielke, que morreu em 2000. Foi descoberto recentemente no arquivo da Stasi.

4 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde,

Temos que ter muito cuidado ao ler esta propaganda do capitalismo vitorioso, porque como alguém disse um dia, a história é escrita pelos vencedores.
O que é facto é que na Alemanha do Leste, ao contrário do que aconteceu na Alemanha do (far)oeste [1], a desnazificação foi levada até ao fim. E todos sabemos também que havia vários partidos na RDA. E já agora todos sabemos das ameaças contínuas a que os países da Europa do Leste estiveram sujeitos por parte do imperialismo. A Alemanha do Leste era um país socialista em que os trabalhadores mandavam, ao contrário do que acontecia no (far)oeste, onde era a selvajaria capitalista que mandava, e onde os velhos magnatas que outrora apoiaram e financiaram o hitler continuavam na posse das suas empresas e dos seus conglomerados industriais e financeiros.
Agora, depois da anschlusse de 1989 a RFA colonizou a RDA permitindo que os capitalistas ocidentais pilhassem a propriedade que pertencia a todo o povo alemão oriental; não é por acaso que o antigo património pertencente ao estado da RDA agora está quase todo nas mãos de pessoas originárias da Alemanha Ocidental. A Alemanha prepara-se neste momento para novamente dominar a Europa, desta vez apoiando-se no poder económico que concentrou em suas mãos, mas que em vez de ser usado para dar uma vida digna à sua população, é usada para multiplicar o capital e a riqueza de uma minoria decadente. No capitalismo é inevitável que seja assim. Só democratizando a economia e fomentando a amizade e a solidariedade internacionalista é que se pode fugir a essa tendência dos mais fortes dominarem os mais fracos. Mas o capitalismo á incapaz de fazer tal coisa, porque isso obrigaria a substituir a corrida ao lucro pelo esforço concertado de elevar o nível de vida de toda a humanidade, e os capitalistas não gostam disso. Obrigaria a substituir a podre teoria das vantagem comparativas e o fanatismo fundamentalista da religião do mercado-livre pela ideologia da satisfação das necessidades do ser humano e da felicidade do ser humano, que como já vimos é incompatível com a corrida ao lucro.
O que me preocupa é que os trabalhadores alemães não têm culpa nenhuma mas ficam com a fama à mesma. Resta-lhes rebentarem de vez com a selvajaria capitalista e fazer avançar este mundo.
A ditadura do proletariado há de voltar, um dia, e derrubar de vez a ditadura da burguesia. Aqueles que acham que a humanidade vai ser sempre um antro de estropiados mentais que só estão bem a roubar, a explorar, a pilhar, a enganar, e a fazer guerras, esses hão de ficar admirados, mas quem olhe para a história com olhos de ver só pode retirar essa conclusão. É determinista.

Epitácio Lemos

[1] Todos sabemos que o faroeste é um lugar selvagem...

Nelson Franco Jobim disse...

Ditadura é ditadura e nunca é do proletariado. A Alemanha Oriental nunca foi um país governado por trabalhadores, e o stalinismo que o senhor defende caiu com o Muro de Berlim. A História não marcha para trás nem para o socialismo.

Acorde! O comunismo foi para a lata de lixo da História.

Anônimo disse...

Boa tarde novamente,

O conceito de ditadura que eu uso neste caso não é o conceito tradicional, herdado dos tempos em que Júlio Cesar fez o seu golpe palaciano para se tornar ditador de Roma. O conceito de ditadura que estou a usar é o conceito marxista, porque para os marxistas, o Estado é sempre uma instituição que impõe a vontade de uma classe dominante sobre outras classes que se submetem a essa vontade. E por isso, para os marxistas, qualquer Estado é uma ditadura. Assim, como tal, o Estado socialista também há de ser uma ditadura, nesse caso uma ditadura do proletariado. No entanto, da perspectiva dos proletários, essa ditadura do proletariado há de ser uma democracia socialista.
Isto obviamente não significa que os cargos da ditadura do proletariado não sejam eleitos. Antes pelo contrário, na democracia socialista a regra da eleição vai se estender ainda mais longe do que acontece nas democracias liberais. Para além dos representantes com assento na assembleia legislativa, os próprios oficiais do exército, da polícia, e da máquina administrativa do Estado serão eleitos.
Era assim que acontecia no tempo da Rússia soviética, e a URSS também seguiu o mesmo modelo. E o mesmo acontecia nos países do Leste europeu. Depois, é claro que isso não significa que a vitalidade da democracia socialista não tenha degenerado com o tempo em alguns desses países. No entanto, sobre esse assunto sugiro-o que observe a vitalidade da NOSSA democracia. Acha que a democracia liberal tem vitalidade hoje em dia? A mim parece-me é que a democracia liberal está cada vez mais longe das aspirações populares. Cada vez mais, os partidos burgueses que deminam a democracia liberal servem, não para representar as aspirações do povo, mas para filtrar essas mesmas aspirações e para gorar as esperanças das massas. Os partidos burgueses são essencialmente aparelhos de censura que barram as ideias menos conformistas.
É por esse motivo que urge restaurar o socialismo na Europa, o que obviamente não quer dizer que se venha a seguir exactamente os mesmos moldes que se seguiram no século XX. Mas acho que para fazermos bem desta vez, é preciso não renegar o passado, e olhar para todos aqueles homens e mulheres que no século passado contribuíram para a construção de uma sociedade mais justa. Mesmo para aquelas figuras como o Staline, que por muito controversas que sejam, muito contribuíram para transformar o socialismo no projecto sério que foi.
É preciso fazê-lo rapidamente, antes que os imperialistas dos EUA lancem a terceira bomba atómica da história (tanto da história desse país como da história da humanidade), e destruam tudo de vez.

E já agora, o que é que o Muro de Berlim tem a ver com o stalinismo? Por acaso há algum artigo dos staline que advogue a construção de muros para dividir cidades ao meio?
Ninguem fala é do muro de Nicósia... Desse não dá jeito falar...
Não é um qualquer velho do restelo que me vai convencer que a humanidade vai ficar para sempre presa à barbárie imperialista que só está bem a explorar e a fazer guerras. O socialismo vai voltar, sim, e não adianta você estar contra ele, porque há no mundo milhões de operários que sabem o que querem e de que lado estão.
Observe à sua volta. A economia humana sempre teve crises por causa das secas, das pestes, e dos desastres naturais. São conhecidas as crises alimentares que se seguiram à época da peste negra do século 14. No entanto, o capitalismo consegue ter crises até mesmo sem nenhum desastre natural!... É um feito, heim?! Merece um prémio, e esse prémio há de ser a revolução comunista!

Epi.

Nelson Franco Jobim disse...

Sonhar não custa nada, mas o socialismo que o Sr. defendeu foi o para a lata de lixo da História. Sobrevive na Coreia do Norte e em Cuba, que acaba de reintroduzir a iniciativa privada.

Como se vê nas revoluções no Norte da África e no Oriente Médio, os povos lutam por liberdade e não pelo socialismo nem pelo fundamentalismo religioso.