Mesmo sem qualquer prova de ligação do ditador Saddam Hussein e do Iraque com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, altos assessores do governo George Walker Bush forçaram "até o limite da insubordinação" para levar o país a uma nova guerra, declarou hoje o general Hugh Shelton, que na época era comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
"Havia uma enorme pressão naqueles dias para invadirmos o Iraque, e não havia nenhum relatório de inteligência, nada, apontando em direção aos iraquianos", declarou hoje o general Shelton, em entrevista a Christiane Amanpour, no programa This Week, da rede de televisão americana ABC.
Entre os principais defensores da guerra contra Saddam, estavam o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e seu subsecretário, Paul Wolfowitz, considerado o grande arquiteto da invasão do Iraque.
"Tudo apontava para Al Caeda, para Ossama ben Laden", acrescentou Shelton, "mas ao mesmo tempo estávamos entrando em guerra com o Iraque".
Ele entende que a guerra no Afeganistão, hoje o maior conflito internacional do governo, ia bem e o desvio de recursos e atenções para o Iraque foi contraproducente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário