quinta-feira, 25 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 25 de Abril

TELÉGRAFO SEM FIO

    Em 1874, nasce em Bolonha, na Itália, o físico Guglielmo Marconi, inventor do telegrafo sem fio em 1896 e depois o rádio, que ganha o Prêmio Nobel de Física de 1909.

Filho de pai italiano e mãe irlandesa, Marconi estuda física e concentra suas pesquisas nas ondas eletromagnéticas a partir dos ensinamentos de James Clerk Maxwell e Heinrich Hertz, e conseguiu fazer transmissão de sinal sem fios a curta distância.

Quando descobre que usando uma antena de metal com um prato ou cilindro na ponta conectada a outra igual a uma distância de 2,4 km, se convence da potencialidade do novo sistema de comunicação. 

Em 1896, Marconi registra uma patente em Londres. Três anos depois, consegue transmitir sinais do Código Morse através do Canal da Mancha. É o telégrafo sem fio. Em setembro de 1918, ele faz a primeira transmissão de rádio da Inglaterra para a Austrália.

O sociólogo canadense Marshall McLuhan, o papa da comunicação, chama o mundo eletroeletrônico criado pelas telecomunicações de Galáxia de Marconi, em contraste com a Galáxia de Gutenberg, o mundo criado pela tecnologia da imprensa.

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

    Em 1974, o Movimento das Forças Armadas, formado por oficiais que lutaram nas guerras coloniais na África, deflagra a Revolução dos Cravos ou Revolução de Abril, depõe a ditadura do Estado Novo, instaurada por António Oliveira Salazar em 1933, e inicia o processo de democratização em Portugal. Uma nova Constituição, de orientação socialista, entra em vigor em 25 de abril de 1976.


Com a adesão em massa da população, o regime praticamente não resiste. Há quatro mortes e 45 saem feridos pelos tiros da Diretoria Geral de Segurança (DGS), a polícia política da ditadura.

O governo é entregue à Junta de Salvação Nacional. Em 15 de maio de 1974, o general Antônio de Spínola assume a Presidência da República. É o autor do livro Portugal e o Futuro, sobre a obsolescência das guerras coloniais na África, um debate que esteve no centro da revolução portuguesa.

É um período de grande agitação civil, política e militar conhecido como Processo Revolucionário em Curso (PREC), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos armados. Vai até 25 de novembro de 1975.

Quando a situação se acalma, uma Assembleia Constituinte aprova uma nova Constituição, que entra em vigor em 25 de abril de 1976, data das primeiras eleições parlamentares da nova república.

TELESCÓPIO ESPACIAL

    Em 1990, o Telescópio Espacial Hubble, um sofiscado observatório ótico fabricado nos Estados Unidos sob a orientação da NASA (Aministração Nacional de Aeronáutica e Espaço, entra em operação, acionado pela tripulação do ônibus espacial Discovery, numa órbita a 600 quilômetros de distância da Terra.

A atmosfera da Terra gera uma névoa que ofusca a observação do Universo. Por estar em órbita, o telescópio espacial dá uma visão mais clara, mais brilhante e mais detalhada. Pode captar a luz visível os raios ultraviolenta e infravermelhos.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 24 de Abril

BIBLIOTECA DO CONGRESSO

    Em 1800, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos é fundada oficialmente quando o presidente John Adams destina uma verba de US$ 5 mil para a compra de livros que "possam ser necessários para uso no Congresso".

A Biblioteca do Congresso é a maior do mundo. Recebe todos os livros publicados nos EUA. Seu acervo chega a 170 milhões de itens em 2020.

Durante a Guerra de 1812, em 24 de agosto de 1814, quando as forças britânicas incendeiam a Casa Branca e o Capitólio, destroem a coleção original de 3 mil volumes.

GUERRA HISPANO-AMERICANA

    Em 1898, a Espanha declara guerra aos Estados Unidos, que termina com a independência de Cuba e o controle norte-americano sobre Porto Rico e as Filipinas.

É um marco do começo do imperialismo dos EUA e o fim do imperialismo da Espanha, que vinha desde a Descoberta da América pelos europeus em 1492.

A principal causa da guerra é o movimento pela independência de Cuba. Jornais sensacionalista dirigidos por Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst fomentam um sentimento antiespanhol na opinião pública dos EUA, que vê os cubanos oprimidos pelo colonialismo espanhol.

Depois do naufrágio misterioso do couraçado norte-americano USS Maine no porto de Havana, o Partido Democrata pressiona o presidente republicano William McKinley. A Espanha tenta um acordo, mas os EUA rejeitam e enviam um ultimato para que a Espanha entregue o controle de Cuba.

Quando Madri recusa, os EUA declaram guerra em 21 de abril. A Espanha declara guerra dois dias depois, A guerra dura 10 semanas, até 13 de agosto de 1898.

REVOLTA DA PÁSCOA

    Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), a Irmandade Republicana Irlandesa, uma sociedade secreta de nacionalistas da Irlanda liderada por Patrick Pearse, lança, com o apoio dos socialistas irlandeses chefiados por James Connolly, a Revolta da Páscoa, uma rebelião armada contra séculos de dominação inglesa e britânica, na segunda-feira da Semana Santa.

Os rebeldes atacam a sede do governo britânico, tomam a sede central do correio em Dublin e proclamam a independência da Irlanda. Na manhã seguinte, dominam boa parte da capital irlandesa. À noite, em 25 de abril, as autoridades do Reino Unido reagem.

A revolta é esmagada até 29 de abril e termina no dia seguinte. Pelo menos 500 pessoas morrem na rebelião: 54% eram civis, 30% soldados britânicos e policiais legalistas e 16% eram rebeldes. Pearse e outros 14 nacionalistas são executados.

Em 21 de janeiro de 1919, deputados do Sinn Féin (SF) eleitos em 1918 convocam o Primeiro Dáil, a primeira sessão do Parlamento irlandês e fundam a República da Irlanda. O Reino Unido não aceita. Começa a Guerra da Independência da Irlanda, travada entre o Exército Republicano Irlandês (IRA) e o Exército Real Britânico.

A guerra dura 2 anos, 5 meses, 2 semanas e 6 dias. Termina em 11 de julho de 1921, com 2,3 mil mortos. Pelo Tratado Anglo-Irlandês, a partir de 1º de janeiro de 1922, 26 dos 32 condados da ilha formam o Estado Livre Irlandês. Os outros seis, de maioria protestante, viram a Irlanda do Norte, que continua fazendo parte do Reino Unido e não é reconhecida pelo SF.

A discriminação aos católicos, nacionalistas e republicanos irlandeses na Irlanda do Norte gera uma onda de protestos nos anos 1960 que leva a uma guerra civil em que 3,5 mil pessoas morrem entre 1969 e 1998, quando é assinado o Acordo Paz da Sexta-Feira Santa, no qual as comunidades católica e protestante se comprometem a dividir o poder.

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, a instalação de uma fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte reacendeu o conflito. No acordo do divórcio, as duas partes decidiram não criar uma "fronteira dura", mas os protestantes da Irlanda do Norte também não querem uma fronteira no mar com o Reino Unido. O impasse não é resolvido.

O governo britânico aponta uma solução em que há dois controles aduaneiros entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte: um para produtos que vão ficar dentro do Reino Unido, mais rápido; e outro para produtos que sigam para a República da Irlanda, que fez parte da União Europeia. 

A manobra evita a fronteira dura capaz de reacender o conflito, mas os protestantes da Irlanda do Norte continuam se negando a formar o governo de união nacional, que seria liderado pelo SF, o partido mais votado nas últimas eleições norte-irlandesas. 

terça-feira, 23 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 23 de Abril

  VIKINGS MATAM REI DA IRLANDA

    Em 1014, um grupo de vikings em retirada depois de uma derrota matam o rei da Irlanda, Brian Boru.

O príncipe Brian toma o poder em Dal Cais em 963. Em 1002, estende seus domínios por todo o Sul da Irlanda e resiste ao invasores nórdicos que ocupam o Norte da ilha. 

Em 1013, o rei viking Sitric forma uma aliança contra Brian com guerreiros vikings da Irlanda, das Ilhas Hébridas e da Islândia.

Na Sexta-Feira Santa, 23 de abril de 1014, as forças sob o comando de Murchad, filho de Brian, aniquilam a aliança viking na Batalha de Clontarf, perto de Dublin. Durante a fuga, um grupo de vikings se defronta com a barraca onde está o rei Brian, ataca os guarda-costas e mata velho rei.

A vitória em Clontarf acaba com a invasão viking à Irlanda, mas a morte de Brian marca o início de uma era de anarquia.

NASCIMENTO DE SHAKESPEARE

    Em 1564, de acordo com a tradição, o escritor, poeta e dramaturgo William Shakespeare, considerado um dos maiores autores de todos os tempos, autor de clássicos como Hamlet – o príncipe da DinamarcaMacbeth Romeu e Julieta, nasce em Stratford-upon-Avon, no interior da Inglaterra. A cidade é uma atração turística por causa do filho ilustre.


ENSINO PÚBLICO

    Em 1635, a Escola de Gramática de Boston (futura Escola Latina de Boston) é inaugurada e aberta a todas as classes sociais como a primeira escola pública do que seriam os Estados Unidos, criando um precedente para a educação pública financiada pelo contribuinte.

Ela se baseia nas escolas de gramática da Inglaterra, que davam uma educação clássica para preparar jovens do sexo masculino para a universidade. Em 1877, 242 anos depois, surge uma escola para meninas. Só se torna escola mista em 1972.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 22 de Abril

NASCIMENTO DE LENIN

    Em 1870, nasce Vladimir Illich Ulianov, que adotaria o sobrenome Lenin, um dos políticos mais influentes do século 20, líder da facção bolchevique do Partido Operário Social-Democrata, da Revolução Comunista na Rússia e da União Soviética (1985-91).

Vladimir Illich Ulianov nasce em Simbirsk, na Rússia. Numa família de seis irmãos, todos entram em movimentos revolucionários. Ele se destaca como estudante de grego e latim. Parece destinado a uma carreira acadêmica.

Um marco trágico na vida de Lenin é a morte do irmão mais velho, Alexander Ulianov, enforcado em 1887 por conspirar para matar o czar Alexandre III como parte do grupo rebelde Vontade Popular. 

No mesmo ano, Lenin entra para a Universidade de Kazan. É expulso três meses depois por participar de uma assembleia. Preso e banido de Kazan, ele vai para a fazenda de um avô em Kokuchkino. Em 1888, ele é autorizado a voltar para Kazan, mas não para a universidade.

Nesta época, conhece revolucionários e lê O Capital, a obra-prima de Karl Marx, o pai do comunismo. Em janeiro de 1889, torna-se marxista. Ele se muda com a família para Samara, onde conclui o curso de direito.

A advocacia dá cobertura legal às atividades revolucionárias. Em agosto de 1893, Lenin se muda para São Petersburgo, na época a capital da Rússia, onde trabalha como defensor público. Ele viaja ao exterior em 1895 para manter contato com russos exilados, em especial Georgy Plekhanov, o grande pensador marxista russo.

De volta à Rússia, consegue unificar os marxistas ao fundar a União de Luta pela Libertação da Classe Trabalhadora. Em dezembro de 1895, os líderes do grupo são presos. Lenin fica um ano e três meses na cadeia. Depois, vai para o exílio interno em Chuchenskoye, na Sibéria.

Sua noiva, Nadia Krupskaya, o segue. Eles se casam na Sibéria e ela se torna sua secretária. Em janeiro de 1900, Lenin deixa a Rússia. No exterior, ele escreve uma série da panfletos. Critica a veneração dos trabalhadores russos pelo czar e os marxistas que se concentram na luta por salários e redução da jornada de trabalho, deixando a política em segundo plano.

O grande debate intelectual dos marxistas russos é se o comunismo seria viável num país atrasado, de industrialização tardia, com mais camponeses que detém propriedade coletiva da terra do que proletários. 

Plekhanov defende a ideia de que a Rússia já é capitalista, mas precisa primeiro de uma revolução burguesa para impulsionar o desenvolvimento capitalista. 

No livro Desenvolvimento Capitalista na Rússia, Lenin conclui que o campesinato está longe de ser uma classe social homogênea. Observa uma estratificação social no campo, com uma burguesa rural, um campesinato de classe média e um proletariado e semiproletariado rural empobrecido. Neste último, vê um aliado do pequeno proletariado industrial da Rússia.

Em 1902, Lenin publica O Que Fazer? Rejeita a ideia de que o capitalismo está levando o proletariado espontaneamente ao socialismo revolucionário, cabendo ao partido apenas coordenar a luta. Na sua visão, o capitalismo predispõe os trabalhadores a aceitar o socialismo, mas a derrubada do sistema capitalista e a construção do socialismo dependem de uma consciência de classe induzida pelo partido.

O papel do partido é central no chamado marxismo-leninismo. É a vanguarda do proletariado. Deve ser mentor, líder e guia altamente disciplinado, mostrando constantemente ao proletariado onde estão os interesses da classe trabalhador. Daí vem a ideia do "centralismo democrático". Uma vez que o partido tome uma decisão, cessa o debate interno e todos os membros devem seguir a orientação da cúpula.

Outros companheiros, como Plekhanov, Julius Martov e Leon Trotsky, temem que esta organização e disciplina partidárias levem ao jacobinismo, suprimam a liberdade de discussão dentro do partido, crie uma ditadura sobre o proletariado em vez da ditadura do proletariado e estabeleça a ditadura de um homem só, como aconteceria sob Josef Stalin.

No segundo congresso do Partido Operário Social-Democrata da Rússia, Lenin está em minoria. Mas a retirada dos judeus social-democratas deixa a facção leninista em maioria e ela a chama de bolchevique (maioria), em oposição a ala menchevique (minoria) de Martov.

A divisão entre bolcheviques e mencheviques se aprofunda com a Revolução de 1905, deflagrada pela derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-5).

Ambas as alas seguem a proposta de Plekhanov de que são necessárias duas revoluções, uma burguesa e depois a proletária. Mas os mencheviques entendem que a burguesia deve liderar a revolução burguesa, enquanto Lenin quer a hegemonia do proletariado na revolução democrática.

Lenin volta à Rússia no fim de 1905, mas é forçado a se exilar de novo em 1907. As reformas do czar Nicolau II, o Sanguinário, e a violenta repressão reduzem a adesão do partido. Para manter a coesão dos bolcheviques diante do fortalecimento crescente dos mencheviques, Lenin convoca uma conferência do Partido Bolchevique em 1912 em Praga. É a divisão definitiva do Partido Operário Social-Democrata.

Quando estoura a Primeira Guerra Mundial (1914-18), em julho e agosto de 1914, os partidos social-democratas ignoram as resoluções anteriores da Segunda Internacional e apoiam seus países. Lenin chama os socialistas a favor da guerra de "social-chauvinistas", traidores da classe operária que apoiavam regimes imperialistas.

Ele declara que a Segunda Internacional está morta. Defende a criação da Terceira Internacional e a transformação da guerra em guerras civis em que trabalhadores e soldados virariam suas armas contra as classes dominantes.

Exilado na Suíça, Lenin escreve sua principal obra sobre relações internacionais, Imperialismo: Estágio Superior do Capitalismo, em que propõe a teoria do elo mais fraco para justificar a revolução comunista na Rússia: a ruptura do sistema capitalista não aconteceria nos países mais industrializados, mas nos elos mais fracos. A guerra seria resultado do insaciável caráter expansionista do capitalismo.

"A derrota na guerra é a vitória da revolução", previu Lenin ao discutir a questão com Trotsky. A humilhação do Exército czarista diante da Alemanha leva ao fim da monarquia na Revolução de Fevereiro de 1917. Lenin obtém um salvo-conduto para atravessar a Alemanha, o que leva seus detratores a acusá-lo de ser um agente alemão.

De volta à Rússia, ele lança as Teses de Abril, em que rejeita a democracia parlamentar e prepara a Revolução de Outubro, quando os comunistas depõe o governo provisário do menchevique Alexander Kerensky e tomam o poder. Em 3 de março de 1918, a Rússia assina o Tratado de Brest-Litovsky, uma "paz vergonhosa", nas palavras do próprio Lenin. Abre mãe da Finlândia, da Polônia, dos países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), da Ucrânia e da Bielorrússia, e sai da Primeira Guerra Mundial.

ARMAS QUÍMICAS

    Em 1915, a Alemanha usa armas químicas em grande escala pela primeira na Segunda Batalha de Ypres, na Bélgica, com um ataque de cloro que mata 5 mil soldados franceses e argelinos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Durante a guerra, a Alemanha, a França, o Reino Unido e a Rússia desenvolvem uma ampla variedade de armas químicas e usam mais de 20 tipos diferentes. Há um total de 1,3 milhão de baixas em consequência de armas químicas, inclusive 91 mil mortes.

A Rússia sofre 500 mil baixas e o Reino Unido, 180 mil. Um terço das baixas dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial é causada por gás mostarda e outros agentes químicos.

As consequências terríveis levam a negociações para acabar com este tipo de arma de destruição em massa. Em 1925, o Protocolo de Genebra proíbe o uso de armas químicas e biológicas, mas não proíbe a produção, a aquisição, a estocagem e o transporte dessas armas e não cria mecanismos de fiscalização para garantir sua aplicação.

A primeira geração de armas químicas surge na Primeira Guerra Mundial. A segunda geração é usada na Segunda Guerra Mundial. E a terceira na Guerra Fria.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o uso mais intenso de armas químicas é na Guerra Irã-Iraque (1980-88). São decisivas para o Iraque evitar a derrota. O ataque mais notório parte das forças de Saddam Hussein contra seu próprio povo em março de 1988 em Halabja, a Hiroxima curda. Pelo menos 5 mil pessoas são mortas por bombas jogadas de helicóptero.

Com a ascensão de Mikhail Gorbachev à líderança do Partido Comunista da União Soviética, em 11 de março de 1985, as negociações que acabam com a Guerra Fria favorecem o desarmamento.

Em 1993, a Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento aprova em 3 de setembro de 1992 a Convenção sobre Armas Químicas, que entra em vigor 29 de abril de 1993, depois da ratificação por 65 países. 

No século 21, as armas químicas são usadas pela ditadura de Bachar Assad na guerra civil da Síria nas cidades de Alepo e Homs no início de 2013. O ataque mais violento é num subúrbio de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto de 2013, quando morrem 1.114 pessoas.

O presidente Barack Obama declara que o uso de armas químicas cruza uma linha vermelha, mas não age.  

ASSALTO À RESIDÊNCIA DO EMBAIXADOR

    Em 1997, o presidente Alberto Fujimori ordena um ataque de forças especiais à residência do embaixador do Japão no Peru, tomada por guerrilheiros do Movimento Revolucionário Tupac Amaru, no qual morrem os 14 rebeldes, dois comandos e um ministro da Corte Suprema, Carlos Giusti.

Quatorze guerrilheiros invadem a casa do embaixador japonês, Morihisha Aoki, em 17 de dezembro de 1996, e tomam como reféns centenas de diplomatas, empresários, altos funcionários públicos civis e militares que participam de uma festa de fim de ano.

As mulheres estrangeiras são libertadas na primeira noite e a maioria dos estrangeiros depois de cinco dias em que sofreram repetidas ameaças de mortes. Depois de 126 dias, as forças especiais de Fujimori atacam a casa. 

Fujimori ganha pontos com a ação. Mais tarde, há alegações de que vários terroristas foram sumariamente executados depois de se render. 

Parentes dos guerrilheiros entram na Justiça do Peru. Um diplomata japonês, Hidetaka Ogura, declara em depoimento que três rebeldes foram torturados. Dois soldados admitem ter visto Eduardo Tito Cruz vivo antes dele morrer com uma bala na nuca. 

A denúncia é retirada no Peru, mas a Corte InterAmericana de Direitos Humanos, o Tribunal de São José, na Costa Rica, decide em 2015 que Cruz foi vítima de uma "execução extrajudicial" e que os direitos humanos de Victor Peceros e Herma Meléndez foram violados.

domingo, 21 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 21 de Abril

 FUNDAÇÃO DE ROMA

    Em 753 antes da Cristo, de acordo com a lenda, os gêmeos Rômulo e Remo, alimentados por uma loba depois de serem abandonados, fundam Roma.

O jornalista e historiador Indro Montanelli disse que a Loba era Acca Larentia, uma prostituta.

Os irmãos se desentendem. Rômulo mata Remo e se torna o primeiro dos sete reis de Roma. Em 509 AC, Roma se torna uma república. Em 27 AC, Otávio César Augusto é coroado imperador.

O Império Romano do Ocidente cai em 4 de setembro de 476, quando o rei bárbaro Flávio Odoacro derruba o imperador Rômulo Augusto.

O Império Romano do Oriente ou Império Bizantino cai em 29 de maio de 1453, quando Mehmet II, do Império Otomano (turco), conquista Constantinopla.

EXTREMA DIREITA NO SEGUNDO TURNO

    Em 2002, o candidato da Frente Nacional, de extrema direita, Jean-Marie Le Pen, conquista 16,86% dos votos, supera o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, que recebe 16,18% dos votos, fica em segundo lugar e vai para o segundo turno da eleição presidencial na França com o presidente Jacques Chirac.

Filho de um marinheiro, Jean-Marie nasce em La Trinité, uma cidade litorânea da região da Bretanha. Ele estuda direito na Universidade de Paris. Em 1954, entra para a Legião Estrangeira e serve na Argélia e na Indochina Francesa, hoje dividida em Camboja, Laos e Vietnã.

Em 1956, Le Pen é o mais jovem deputado eleito para a Assembleia Nacional da França. Um dos fundadores da Frente Nacional, em 1972, lidera o partido até 2011 com um discurso ultranacionalista e antissemita. Chega a dizer que as câmaras de gás dos campos de concentração nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-45) são um episódio menor da história. É condenado por negar o Holocausto.

Com estas ideias extremistas, a Frente Nacional é marginalizada dentro do sistema político francês. No segundo turno das eleições legislativas, todos os partidos, da direita republicana representada pelo gaullismo até a esquerda, se unem para barrar o acesso da extrema direita à Assembleia Nacional.

A naturalização, a aceitação da extrema direita como parte do sistema político francês, começa com a chegada de Le Pen ao segundo turno em 2002. Mais uma vez, quase todos os partidos, inclusive o Partido Socialista (PS) e o Partido Comunista Francês (PCF), apoiaram o presidente Chirac, reeleito no segundo turno com 82,21% dos votos contra 17,79% para Jean-Marie Le Pen. Mas um tabu é quebrado.

Em 2007, o gaulista Nicolas Sarkozy vence a socialista Ségolène Royal no segundo turno. Em 2012, o socialista François Hollande derrota Sarkozy. Mas em 2017 e 2022, o atual presidente Emmanuel Macron, enfrentou no segundo turno Marine Le Pen, filha de Jean-Marie, que hoje é a favorita para as próximas eleições presidenciais, em 2027.

A Frente Nacional, rebatizada como Reunião ou Reagrupamento Nacional, conquista 18,68% dos votos nas eleições parlamentares de 2022. Sua bancada na Assembleia Nacional cresce de 8 para 89 deputados. Fica atrás da bancada governista (245 cadeiras) e da Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), uma aliança esquerdista da França Insubmissa com o PS, o PCF e a Europa Ecologia-Os Verdes (131 cadeiras).

MORTE DO PRÍNCIPE DO ROCK

    Em 2016, o genial cantor, compositor, guitarrista, baterista, tecladista, produtor e bailarino Prince Nelson Rogers, que criou um gênero inovador com a fusão do funk, rhythm and blues, soul, jazz, rock'n'roll e pop, uma das maiores estrelas da música popular nos anos 1980 e 1990, morre acidentalmente de uma dose excessiva de fentanil, um poderoso opioide, a droga que mais mata hoje nos EUA.

Prince nasce em Mineápolis, no estado de Minnesota, em 7 de junho de 1958 e se torna uma dos músicos mais talentosos de sua geração. Como o cantor e compositor Steve Wonder, é um dos poucos músicos com excelente desempenho em todos os instrumentos que tocava, gravando discos com vários instrumentos tocados por ele. Aos 7 anos, aprende a tocar piano. Aos 14 anos, entra na primeira banda.

Seu estilo absolutamente original, andrógino e sensual mistura a arte de Jimi Hendrix, Little Richard e Michael Jackson. Ele começa a carreira com funk e soul para o mercado afro-americano sob o impacto da música para discoteca. Depois incorpora elementos do jazz, punk, heavy metal, dos Beatles e do hip-hop.

O álbum Purple Rain (1984), o mais vendido de seus 39 discos, com mais de 21 milhões de cópias, o torna um ícone da música dos anos 1980 e lhe dá um Oscar de melhor trilha sono e um Grammy. Em 2004, ele entra para o Rock and Roll Hall of Fame.

Em 21 de abril de 2016, Prince é encontrado morto em sua mansão em Paisley Park, em Chanhassem, em Minnesota. Como não deixa descendentes, sua fortuna de US$ 400 milhões é dividida entre os seis irmãos.

sábado, 20 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 20 de Abril

NASCIMENTO DE HITLER

    Em 1889, nasce em Braunau, na Áustria, Adolf Hitler, líder do Partido Nazista, chanceler (primeiro-ministro) e ditador da Alemanha, o grande genocida, o pior tirano de todos os tempos e o maior responsável pela Segunda Guerra Mundial (1939-45), com uma visão de mundo baseada na expansão territorial através da guerra e a supremacia da raça ariana.

Hitler passa a maiori parte da infância em Linz, na Áustria. Aluno medíocre, não passa do ensino médio. Sonha em ser pintor, mas é reprovado em duas tentativas de entrar para a Academia de Artes de Viena.

Em 1913, Hitler se muda para Munique, na Alemanha. Por falta de vigor físico, é rejeitado para o serviço militar na Áustria. Quando estoura a Primeira Guerra Mundial (1914-18), consegue entrar para um regimento de infantaria da Baviera. 

Ele participa da Primeira Batalha de Ypres, na Bélgica. É condecorado duas vezes por bravura. No fim da guerra, está hospitalizado por ter sofrido um ataque com armas químicas.

A guerra, a disciplina militar e a camaradagem com os companheiros de armas compensam a frustração da vida civil. Hitler vê a guerra e o heroísmo como a exaltação do espírito humano.

Em setembro de 1919, ele entra para o pequeno Partido Alemão dos Trabalhadores, que em 1920 muda de nome para Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista). Torna-se responsável pela propaganda do partido.

O ressentimento com a derrota da Alemanha, as duras condições impostas ao país pela Conferência de Paz de Versalhes (1919) e a crise econômica decorrente causam grande descontentamento. Deixam um terreno fértil para a demagogia populista.

Sua personalidade carismática e liderança dinâmica atraem membros do partido como Alfred Rosenberg, Rudolf Hess, Herman Göring e Julius Streicher.

A primeira tentativa de tomar o poder é o Golpe de Cervejaria de Munique, deflagrado em 8 de novembro. Hitler é preso e condenado por traição a 5 anos de cadeia. Na prisão, escreve o Mein Kampf (Minha Luta), o manual da propaganda nazista. É solto em 20 de dezembro de 1924, depois de cumprir apenas nove meses de detenção.

Suas ideias incluem uma visão desigual e hierarquica de povos, países e indivíduos numa ordem natural imutável com a raça ariana e o povo alemão no topo como líderes e guias da humanidade. No centro de seu pensamento estão o pangermanismo, o antissemitismo e o anticomunismo.

O maior inimigo do nazismo não é a democracia liberal, que está em crise na Alemanha com o fracasso da República de Weimar. É o marxismo, que para ele inclui a social-democracia e o comunismo, e o povo judeu, para Hitler a encarnação de todo o mal.

Seu antissemitismo é evidente desde 1919, quando escreve que "o objetivo final deve ser a remoção de todos os judeus. Em Mein Kampf, Hitler descreve o judeu como "destruidor da cultura", "ameaça" e "parasita da nação".

A Grande Depressão (1929-39) da economia gera a instabilidade política que leva os nazistas ao poder. 

Depois de eleições em que o Partido Nazista conquista 33% dos votos em 6 de novembro de 1932, Hitler é nomeado chanceler (primeiro-ministro) em 30 de janeiro, quando a taxa de desemprego está em 34%. Menos de um mês depois, em 27 de fevereiro, há o incêndio do parlamento. Os nazistas são suspeitos e acusam os comunistas. É o grande golpe da ascensão de Hitler ao poder total.

O primeiro campo de concentração, Dachau, é criado em 22 de março de 1933. Até 1945, os nazistas operam mais de mil campos de concentração

A Lei Habilitante é aprovada em 23 de março de 1933 pelo Partido Nazista, pelo Partido Nacional Popular da Alemanha e pelo Partido de Centro. Dá os primeiros poderes ditatoriais a Hitler, permitindo que o governo crie leis e assine tratados com outros países sem a aprovação do Reichstag.

Entre 10 de maio e 21 de junho de 1933, os nazistas organizam grandes queimas de livros justificadas pela "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura alemã".

Nos seus primeiros anos do poder, a Alemanha vence a depressão econômica com uma política agressiva de industrialização e rearmamento. O desemprego cai de 34% em janeiro de 1933 para 13,5% em julho de 1934.

Com a morte do presidente Paul von Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, o regime nazista convoca um plebiscito para unificar os cargos de presidente e primeiro-ministro na figura do Führer (Líder). Em 19 de agosto, os alemães aprovam a ditadura de Adolf Hitler com quase 90% dos votos.

Em setembro de 1935, são aprovadas as Leis de Pureza Racial de Nurembergue. Desde o século 19, os judeus eram aceitos como membros da sociedade alemã com plenos direitos e cidadãos iguais aos outros.

A Lei de Cidadania do Reich determina que só pessoas com "sangue ou ascendência alemã" podem ser cidadãos. Os judeus são "súditos do Estado", não cidadãos. A Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemãs proíbe o casamento e as relações sexuais entre judeus, acusados de serem "poluidores raciais", e não judeus.

De 11 a 13 de março de 1938, a Alemanha Nazista anexa a Áustria, país de origem de Hitler. Em 30 de setembro de 1938, Hitler toma a região dos Sudetos, na Tcheco-Eslováquia, onde há uma grande população de origem alemã, com a conivência da França e do Reino Unido no Pacto de Munique, uma tentativa de evitar a guerra na Europa. A invasão da Boêmia e da Morávia, em 15 de março de 1939, completa a anexação da Tcheco-Eslováquia.

A Segunda Guerra Mundial começa em 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha. Dias antes, em 23 de agosto, Hitler e o ditador Josef Stalin fazem o Pacto Germano-Soviético, um acordo de não agressão que Hitler usa para dividir a Polônia e garantir a paz na frente oriental enquanto toma a Europa Ocidental.

A derrota na Batalha da Inglaterra, um combate aéreo travado de 10 de julho a 31 de outubro de 1940, impede Hitler de invadir o Reino Unido.

Em 22 de junho de 1941, Hitler rompe o pacto de não agressão com Stalin e ordena a invasão da União Soviética. No fim daquele ano, em 7 de dezembro, o Império do Japão, aliada da Alemanha, ataca a Frota do Pacífico dos Estados Unidos em Pearl Harbor, no Havaí. Os EUA entram na guerra.

A Conferência de Wannsee, um subúrbio de Berlim, adota em 20 de janeiro de 1942 a "solução final" para a questão judaica, uma tentativa de exterminar os judeus da Europa. Cerca de 11 milhões de pessoas morrem no Holocausto, 6 milhões de judeus, 60% dos judeus europeus, 1,5 milhão de ciganos, socialistas, comunistas, negros e opositores do regime nazista.

Em meados de 1942, o Exército nazista domina grande parte da Europa continental, o Norte da África e quase um quarto da URSS. Com a derrota nas batalhas de Moscou (1941-42) e Stalingrado (1942-43), a Alemanha Nazista para de avançar. O Afrika Korps, o exército alemão no Norte da África, se rende em 12 de maio de 1943.

Em 9 de julho de 1943, os aliados invadem a Sicília e começam a acabar com a ditadura de Benito Mussolini na Itália, o principal aliado de Hitler.

A Invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, abre uma nova frente de combate na Europa Ocidental. Na frente oriental, o Exército Vermelho da URSS avança rumo a Berlim. 

Em 20 de julho de 1944, Hitler sobrevive a um atentado na Toca do Lobo, seu esconderijo secreto na Prússia Oriental, na Operação Valquíria, uma conspiração para dar um golpe de Estado liderada pelo coronel Claus von Stauffenberg.

A Batalha de Ardenne, de 16 de dezembro de 1944 a 25 de janeiro de 1945, é a última grande contraofensiva alemão na frente ocidental, uma tentativa de deter o avanço das forças norte-americanas.

O Exército Vermelho ganha a corrida rumo a Berlim. Toma a capital da Alemanha em 8 de maio de 1945, fim da guerra na Europa. Hitler se suicida oito dias antes, em 30 de abril, um seu bunker em Berlim.

RÁDIO ISOLADO

    Em 1902, quatro anos depois de descobrir os elementos radioativos rádio e polônio, o casal Marie e Pierre Curie consegue isolar sais de rádio de um minério em seu laboratório.

Maria Salomea Sklodowska nasce em Varsóvia, na Polônia, então parte do Império Russo, em 7 de novembro de 1867. Aos 24 anos, em 1891, ela segue a irmã mais velha, Bronislawa, e vai estudar na Universidade de Paris, onde se forma em física e química.

Na França, ela passa a ser chamada de Marie. Em 1894, quando obtém o segundo diploma, conhece Pierre Curie, instrutor da Escola Superior de Física e Química Industriais de Paris, apresentado pelo físico polonês Józef Kowalski, que sabia que Marie estava procurando um espaço maior para seu laboratório. Pierre lhe oferece o espaço.

A paixão pela ciência aproxima os dois. Pierre Curie a pede em casamento. Marie recusa. Quer voltar para a Polônia. De volta a Varsóvia, ela percebe que não pode fazer carreira em seu país, onde o acesso à universidade lhe é negado por ser mulher.

Por carta, Pierre Curie a convence a voltar para Paris para fazer um doutorado. Eles se casam em 26 de julho de 1895 sem cerimônia religiosa. Uma piada na época era que Marie era "a grande descoberta de Pierre".

No mesmo ano, Wilhelm Roentgen descobre os raios-X, mas não o fenômeno que os causa. Em 1896, Henri Becquerel percebe que o urânio emite raios semelhantes aos raios-X. Ela decide investigar o fenômeno para sua tese.

Marie Curie levanta a hipótese de que a radiação não seja resultado da interação entre moléculas, venha do próprio átomo. 

Entre suas realizações, estão a teoria da radioatividade, palavra que ela criou, técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos químicos, o polônio e o rádio.

Ela é a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel e a primeira professora da Universidade de Paris. É também a primeira pessoa a ganhar duas vezes o Nobel. Ganha o prêmio de Química em 2011.

FIM DO IMPÉRIO OTOMANO

    Em 1924, a Grande Assembleia Nacional da Turquia aprova uma Constituição plenamente republicana e conclui a dissolução do Império Otomano, que durante seis séculos foi o centro das interações entre Europa e Ásia. O general Mustafá Kemal, que proclamara a república seis meses antes, é o primeiro presidente. Em 20 de novembro de 1934, ele adota o sobrenome de Atatürk, o Pai dos Turcos.

O Império Otomano é fundado pelo sultão Osmã I em 1299. Em 29 de maio de 1453, o imperador Mehmet II toma Constantinopla. É o fim do Império Romano do Ocidente e da Idade Média. O Império Otomano atinge o auge nos séculos 16 e 17, quando é uma das maiores potências mundiais. 

Os otomanos chegam a cercar Viena, a capital do Sacro Império Romano-Germânico, duas vezes. O Primeiro Cerco Otomano a Viena, de 27 de setembro a 14 de outubro de 1529, é um marco do fim da invencibilidade turca.

No mar, uma aliança de potências católicas sob a liderança de Felipe II, da Espanha, vence os otomanos na Batalha de Lepanto, na costa da Grécia, em 7 de outubro de 1571.

A derrota na Batalha de Viena, em 12 de setembro de 1683, depois de dois meses de Segundo Cerco Otomano a Viena, marca o início do recuo na Europa.

Nos séculos 17 e 18, o Império Otomano perde a supremacia militar sobre os europeus. Em 1821, a Grécia se torna o primeiro país dos Bálcãs e proclamar a independência, conquistada em 1830. Com uma reforma modernizante, a Tanzimat (1839-76), que significa reestruturação, o império recupera seus poderes ao longo do século 19. 

Depois de derrotas na Guerras dos Bálcãs (1912-13), os otomanos se aliam aos impérios Alemão e Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial (1914-18). A Revolta Árabe (1916-18), apoiada pelo Império Britânico a conselho do major Thomas Edward Lawrence, o Lawrence da Arábia, 

Os impérios Alemão, Austro-Húngaro e Otomano, derrotados, desaparecem no fim da guerra, assim como o Império Russo, vencido pela Alemanha e dissolvido pela Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia.

A partilha do Império Otomano no Tratado de Sèvres, de 10 de agosto de 1920, dá a origem ao que são hoje 40 países, inclusive a República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida internacionalmente. Com a ocupação de Constantinopla, o movimento nacionalista turco luta pela independência de 1919 a 1922 sob a liderança de Mustafá Kemal. A monarquia acaba em 1º de novembro de 1922.

O Tratado de Lausanne reconhece a República da Turquia em 24 de julho de 1923. A Grande Assembleia Nacional proclama oficialmente a independência em 29 de outubro do mesmo ano. O califado é abolido em 3 de março de 1924.

MAIOR VAZAMENTO DE PETRÓLEO

    Em 2010, uma explosão na plataforma de petróleo Horizonte de Águas Profundas, no Golfo do México, a 66 quilômetros da costa da Louisiana, nos Estados Unidos, mata 11 funcionários, fere outros 17 e causa o maior vazamento acidental de petróleo da história, superado apenas para guerra ecológica do ditador do Iraque, Saddam Hussein, contra o Kuwait no fim da Guerra do Golfo Pérsico de 1991.

A plataforma, operada para companhia BP, antiga British Petroleum, afunda dois dias depois. O poço na sua base só é selado em 19 de setembro, depois de um vazamento de 4,9 milhões de barris, 780 mil metros cúbicos.

O petróleo bruto chega à Baia de Tampa e ao Panhandle, na Flórida. Em 2013, 2,2 mil toneladas de material oleoso são removidas das praias da Louisiana, o dobro de 2012. O ambiente marinho, a vida selvagem e as indústrias de pesca e do turismo são abaladas fortemente.

Em abril de 2016, a BP faz um acordo com o Departamento da Justiça dos EUA para pagar multas no valor de US$ 20,8 bilhões. Em 2018, os custos de limpeza, encargos e penalidades chegaram a US$ 65 bilhões.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Israel ataca base aérea perto de instalação nuclear do Irã

 A Força Aérea de Israel bombardeou na madrugada hoje pela hora local uma base aérea em Isfahan, na região central do Irã, para mostrar capacidade de atingir o interior do país inimigo. O regime iraniano anunciou o abate de drones e declarou que as instalações nucleares estão intactas, num sinal de que talvez não reaja, enquanto Israel indicou que as centrais atômicas podem ser alvo de um ataque mais forte.

O ataque era esperado desde que o Irã bombardeou Israel com mais de 350 drones e mísseis na noite de 13 para 14 de abril sem causar grandes danos. Só uma menina de sete anos foi gravemente ferida. Quase todos os projéteis foram abatidos pelo sistema de defesa antiaérea de Israel e pelas forças aéreas dos Estados Unidos e seus aliados.

Foi o primeiro ataque do Irã ao território israelense, uma resposta da República Islâmica ao bombardeio que matou 16 pessoas no Consulado Iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abril, inclusive quatro generais da Guarda Revolucionária Iraniana, um deles o comandante do braço da guarda para ações no exterior.

A grande questão agora é se o Irã vai revidar mais uma vez, numa estratégia de bateu-levou que leve a uma escalada no conflito, que de qualquer maneira não vai parar por aqui. Os dois países são inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979 no Irã e o risco de guerra nunca foi tão grande.

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Hoje na História do Mundo: 19 de Abril

 INÍCIO DA GUERRA DA INDEPENDÊNCIA DOS EUA

    Em 1775, por volta das 5h, 700 soldados britânicos que tentam capturar colonos rebeldes e apreender armas entram na cidade de Lexington, onde são esperados por 77 patriotas armados sob o comando do capitão John Parker, e travam a primeira batalha da Guerra da Independência dos Estados Unidos.

Com superioridade numérica, o capitão britânico John Pitcairn manda os patriotas norte-americanos se dispersarem, mas um tiro de canhão deflagra o combate. Quando a batalha termina, oito colonos e um britânico estão mortos.

É o início da Revolução Norte-Americana. A independência, que não estava nos planos iniciais dos colonos, é declarada em 4 de julho de 1776. É reconhecida pela França e o Reino Unido no Tratado de Paris, assinado em 3 de setembro de 1783.

LEVANTE DO GUETO DE VARSÓSIA

    Em 1943, a Alemanha Nazista começa o ataque à rebelião dos judeus poloneses confinados no Gueto de Varsóvia, a mais importante do povo judeu contra o Holocausto cometido pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Como parte do genocídio, os nazistas confinam os judeus em guetos. Em Varsóvia, onde antes moravam 100 mil pessoas, havia 400 mil. De julho a setembro de 1942, 300 mil moradores do gueto são enviados para a morte imediata no campo de concentração de Treblinka. Diante da morte certa, quem sobrevive decide resistir.

A resistência une a Organização Judaica de Combate, da esquerda, e a União Militar Judaica, de direita. Os grandes heróis são Mordechai Anielewicz, do movimento jovem judaico de esquerda Hashomer Hatzair, e Pawel Frenkel, do movimento jovem de direita Betar.

Em 18 de janeiro de 1943, eles atacam vários batalhões da SS, a organização paramilitar que é a tropa de choque do Partido Nazista. Os alemães fogem. Na Batalha da Rua Niska, em 21 de janeiro, doze soldados nazistas morrem. A resistência assume o controle do gueto.

Durante três meses, os judeus se preparam para a batalha final. Sem condições de libertar o gueto, esperam uma morte digna, na luta. O líder nazista Heinrich Himmler ordena a destruição do Gueto de Varsóvia. 

Em 19 de abril, 3 mil nazistas enfrentam 1,5 mil judeus. Cercam cada quadra e destroem casa por casa, matando todos os judeus que encontram. Mulheres saltam de andares altos de edifícios com os filhos nos braços para evitar a captura e morte. Na noite de 16 de maio, com a destruição da sinagoga, acaba o Levante do Gueto de Varsóvia.

Pelo menos 13 mil judeus morrem na revolta. Os 50 mil sobreviventes são enviados para os campos de concentração de Maydanek e Treblinka.