MORTE DE ZUMBI DOS PALMARES
Em 1695, Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, o maior do período da escravidão no Brasil, é morto junto com outros 20 guerreiros na Serra Dois Irmãos, então parte da capitania de Pernambuco, hoje parte do município de Viçosa, no estado de Alagoas.
O Quilombo dos Palmares surge por volta de 1580 e se torna o maior símbolo da resistência africana à escravidão. É uma comunidade de escravizados que fogem de fazendas, prisões e senzalas.Zumbi ou Zumbe vem de zumba, do idioma africano quimbundo, falado em Angola. Significa fantasma, espectro, a alma de uma pessoa falecida. Ele nasce em 1655 no quilombo, na Serra da Barriga, então parte de Pernambuco, hoje parte do município de União dos Palmares, em Alagoas.
Por volta dos 6 anos, ele é capturado e entregue ao padre missonário português Antônio Melo, que o batiza como Francisco. Zumbi recebe os sacramentos, aprende português e latim, e ajuda na missa todos os dias como sacristão. Depois, foge e volta para o quilombo.
Em 1678, cansado da longa rebelião do quilombo, o governador de Pernambuco faz uma proposta de paz a Ganga Zumba, o líder de Palmares, tio de Zumbi. Eles serão homens livres se o quilombo se submeter à autoridade da Coroa Portuguesa.
Ganga Zumba aceita. Zumbi promete continuar a luta contra a opressão do Império Português e se torna líder do quilombo e depois rei de Palmares a partir de 1680. O quilombo é o centro da resistência à escravidão e se torna um modelo.
Quinze anos depois da ascensão de Zumbi, em 1693, o bandeirante paulista Domingo Jorge Velho recebe a missão de comandar a invasão de Palmares. Em 6 de fevereiro de 1694, a capital do quilombo é destruída. Zumbi é ferido. Traído por Antônio Soares, Zumbi é surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça na Serra da Barriga. É apunhalado, sobrevive, mas termina sendo morto com outros guerreiros da resistência africana no Brasil.
A cabeça de Zumbi é entregue ao governador pernambucano, Caetano de Melo e Castro, que a expõe no Pátio do Carmo, no Recife, para acabar com o mito da imortalidade de Zumbi.
A data de sua morte, 20 de novembro, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
REVOLUÇÃO MEXICANA
Em 1910, Francisco Madero inicia uma revolta fracassada que mobiliza os líderes revolucionários Emiliano Zapata e Pancho Villa, deflagrando a Revolução Mexicana (1910-20).
A revolta é contra a ditadura corrupta, elitista e oligárquica de Porfirio Díaz, o Porfiriato (1867-1911), que serve os interesses dos latifundiários e dos capitães de indústria.Quando Díaz se lança para a sétima reeleição, em 1910, Madero se torna líder do movimento contra a reeleição. Díaz manda prender Madero e se declara vencedor de uma eleição fraudulenta, mas Madero é solto e lança a revolta, o Plano de San Luis de Potosí, de San Antonio, no Texas.
Com a rebelião de Zapata e Villa, Porfirio Díaz renuncia em 25 de maio de 1911. Madero vira presidente. Ele acredita num governo constitucional, mas os revolucionários querem mais. Zapata e Pascual Orozco ficam contra Madero.
JULGAMENTO DE NURUMBERGUE
Em 1945, o Tribunal Militar Internacional organizado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial (1939-45) começa a julgar em Nurembergue, na Alemanha, 24 altos funcionários do regime nazista de Adolf Hitler acusados de crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
As sentenças saem em 1º de outubro de 1946: 12 pegam pena de morte, sete pegam penas de 10 anos à prisão perpétua e três são absolvidos.Dez condenados são enforcados em 16 de outubro. Hermann Göring, número 2 do regime e comandante da Luftwaffe, a força aérea nazista, se suicida na véspera. Martin Bormann é condenado à revelia. Hoje se acredita que tenha morrido no fim da guerra na Europa, em maio de 1945.
Os julgamentos dos criminosos de guerra continuam. Ao todo, 5.025 são condenados e 806 executados.
MORTE DE FRANCO
Em 1975, o generalíssimo Francisco Franco, "caudilho da Espanha pela graça de Deus", morre pondo fim a uma ditadura que começa com um golpe de Estado, em 1936, e a Guerra Civil Espanhola (1936-39).
Filho de um oficial da Marinha e de uma mãe católica ultraconservadora, Franco nasce em El Ferrol, na Galícia, em 4 de dezembro de 1892.
Como quatro gerações da famílila e o irmão mais velho, deveria entrar para a Marinha. A redução do número de vagas na Academia Naval e leva ao Exército. Aos 14 anos, em 1907, ele entra para a Academia da Infantaria, em Toledo, onde se forma três anos depois.
Em 1912, aos 19 anos, Franco se oferece como voluntário para lutar na guerra colonial no Marrocos Espanhol. No ano seguinte, é promovido a 1º tenente de um regimento de elite de cavalaria. Em 1915, torna-se o mais jovem capitão do Exército da Espanha.
Ferido por um tiro no abdome, vai se tratar na Espanha em 1916, mas isso não impede uma carreira brilhante. Em 1920, Franco é nomeado subcomandante da Legião Estrangeira, da qual vira comandante em 1923. Durante campanhas contra os rebeldes marroquinos, é aclamado como herói.
Aos 33 anos, em 1926, Franco é promovido a general. Com a queda da monarquia, a república espanhola faz uma ampla reforma nas Forças Armadas. A Academia Militar Geral é fechada e Franco é encostado.
Quando os conservadores chegam ao poder, em 1933, Franco volta à ativa. Em outubro de 1934, é convocado para reprimir uma revolta violenta de mineiros na província de Astúrias. Com o sucesso, é nomeado comandante do Exército.
Diante de escândalos de corrupção, o governo cai. Em fevereiro de 1936, são realizadas eleições com a Espanha dividida entre o Bloco Nacionalista, de direita, e a Frente Popular, de esquerda.
A esquerda vence, mas não consegue estabilizar o país. Franco, que não é filiado a nenhum partido político, defende a decretação de estado de emergência. É afastado do comando do Exército e enviado para uma guarnição menor nas Ilhas Canárias.
Por algum tempo, ele se recusa a entrar para a conspiração contra o governo esquerdista, mas acaba aderindo.
Em 18 de julho de 1936, Franco divulga um manifesto apoiando a rebelião militar. No dia seguinte, vai para o Marrocos, onde assume o controle de uma das principais forças do Exército da Espanha.
Na Guerra Civil Espanhola (1936-39), as forças franquistas invadem a Espanha e marcham até Madri, mas são detidas nos arredores da capital espanhola. Quando preparam o assalto final à cidade, os militares decidem quem será o comandante em chefe da revolta.
Em 1º de outubro de 1936, Franco é nomeado chefe de Estado do governo nacionalista. Apesar do apoio dos ditadores da Alemanha, Adolf Hitler, e da Itália, Benito Mussolini, leva quase três anos para assumir o controle sobre todo o país, em 1º de abril de 1939. Seu regime executa dezenas de milhares de espanhóis durante e logo após a guerra civil.
Apesar da simpatia pelos países do Eixo, a Espanha franquista fica neutra na Segunda Guerra Mundial. No pós-guerra a Espanha fascista é marginalizada pela recém-criada Organização das Nações Unidas. A reabilitação vem em 1953, quando, no auge da Guerra Fria, os Estados Unidos fazem um acordo militar de 10 anos.
Para tentar preservar a ditadura depois de sua morte, em 1947, Franco organiza um plebiscito que declara que a Espanha é uma monarquia, com ele como regente até o fim da vida. Em 1969, ele designa o príncipe Juan Carlos como sucessor.
Depois da morte do ditador, o rei Juan Carlos desmonta o regime autoritário, resiste à tentativa de golpe do coronel Antonio Tejero Molina, em 23 de fevereiro de 1981, e transforma a Espanha numa monarquia constitucional.
ESPIONAGEM NUCLEAR
Em 2015, o analista de defesa norte-americano Jonathan Pollard sai da cadeia nos Estados Unidos depois de ficar preso por 30 anos por espionagem ao vender a Israel informações ultrassecretas para fabricar armas atômicas.
Pollard nasce em Galveston, no Texas, em 7 de agosto de 1954, e se forma em relações internacionais, mas é rejeitado pela CIA (Agência Central de Inteligência) por causa do uso de drogas no passado.
Em 1984, ele entra para o Centro de Alerta Antiterrorismo da Marinha dos EUA e tem acesso a documentos confidenciais. Começa, então, a fornecer a Israel informações secretas e ultrassecretas do Departamento da Defesa, do Departamento de Estado, do Departamento da Justiça, da CIA e da Agência de Segurança Nacional dos EUA.
Preso em 21 de novembro de 1985 quando tenta se refugiar na Embaixada de Israel em Washington, Pollard é condenado em março de 1987 à prisão perpétua por traição. Em 2015, ganha direito a liberdade condicional, mas é proibido de sair do país por cinco anos. No fim deste período, ele se muda para Israel.