Com a vacinação em marcha lenta e o relaxamento das medidas de proteção e isolamento social, a doença do coronavírus de 2019 pode matar 750 mil pessoas no Brasil até agosto, numa terceira onda de contaminação, prevê o Instituto de Avaliação e Métrica de Saúde da Universidade de Washington em Seattle, nos Estados Unidos.
Na pior das hipóteses, a média diária de mortes voltaria a 3,3 mil por volta de 21 de julho e o total de mortes atingiria 941 mil até 21 de setembro, no fim do inverno. A taxa de transmissão, calculada pelo Imperial College, de Londres, está em 0,9. Isso significa que cada 100 infectados passam a doença para 90 pessoas.
O Brasil registrou nesta terça-feira mais 2.517 mortes e 74.379 casos novos de covid-19. O total de casos confirmados chegou a 15.735.485, com 439.379 óbitos. A média diária de mortes dos últimos sete dias subiu para 1.953. Foi o terceiro dia de alta, mas em duas semanas há uma baixa de 19%. A média diária de casos ficou em 64.348, com alta de 9% em duas semanas.
Na comissão parlamentar e inquérito do Senado sobre a pandemia, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo mentiu ao negar que tenha hostilizado a China. O ex-chanceler admitiu que o governo fez esforços diplomáticos para importar cloroquina e ingredientes para a fabricação do medicamento sem efetividade comprovada pela ciência. Atribuiu a responsabilidade do Ministério da Saúde, assim como no atraso na compra de vacinas em quantidade suficiente para imunizar a população brasileira.
Diante do colapso do sistema e saúde pública em Manaus, a Venezuela ofereceu oxigênio. Por razões ideológicas, o governo Jair Bolsonaro não entrou em contato, não mandou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) buscar o oxigênio e nem agradeceu, confirmou Araújo.
Nesta quarta-feira, depõe o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello. Sob a proteção de um habeas corpus dado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem o direito de ficar calado. Já a médica Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, que fazia campanha pela cloroquina quando foi resolver a crise de saúde em Manaus, não conseguiu o mesmo direito. Terá de falar.
No mundo, o contágio e o número de mortes estão em queda, mas ainda em níveis muito elevados. Na semana passada, houve mais de 4,8 milhões de casos novos e cerca de 86 mil mortes, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta terça-feira, foram notificadas mais 13.960 mortes.
O total de casos confirmados chegou a 164.258.588, com 3.405.121 mortes. Mais de 143,5 milhões de pacientes sobreviveram, pouco menos de 17 milhões apresentam casos leves ou médios e 101.009 estão em estado grave.
Na Índia, enquanto o contágio parece diminuir, as mortes bateram o recorde mundial nesta terça-feira. Foram 4.529 óbitos num dia e 267.334 casos novos. Até agora, houve pelo menos 25.496.330 casos e 283.248 mortes de covid-19 no país. Com a subnotificação, suspeita-se que os números reais duas a três vezes maiores.
O Instituto Serum, da Índia, maior fabricante mundial de vacinas, vai suspender as exportações até o fim do ano para atender o público interno.
Mais de 1,54 bilhão de doses de vacinas foram aplicadas até agora no mundo, sendo mais de 422 milhões na China, que vacinou 100 milhões de pessoas em nove dias; 282,9 milhões nos EUA, onde 158,4 milhões tomaram a primeira dose e 124,5 milhões (37,56% da população americana) estão plenamente vacinados, mas o ritmo caiu de um pico de 3,6 milhões para 1,77 milhão por dia; mais de 205 milhões na União Europeia; mais de 185 milhões na Índia; e mais de 58 milhões no Reino Unido.
O Brasil vacinou mais 922 mil pessoas nesta terça-feira, chegando a 59,6 milhões no Brasil: 39,9 milhões de pessoas tomaram a primeira dose e 19,7 milhões (9,25% da população brasileira) receberam as duas doses necessárias à imunização.
Um comentário:
Vergonhosa nossa situação . Sinto muito por todas as mortes e, em especial, por aquelas que ocorreram pela omissão .
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