FUNDAÇÃO DA OTAN
Em 1949, em resposta ao Bloqueio de Berlim Ocidental decretado pelo ditador soviético Josef Stalin em 1948, os Estados Unidos, a Bélgica, o Canadá, a Dinamarca, a França, a Holanda, a Islândia, a Itália, a Noruega, Portugal e o Reino Unido assinam o Tratado de Washington, que cria a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A OTAN se apresenta como uma aliança defensiva com o objetivo de impedir o expansionismo soviético na Europa. Sua regra básica está no art. 5, que considera que um ataque contra é um ataque contra todos.
Com o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética e do Pacto de Varsóvia, a aliança militar do Bloco Soviético, a OTAN fica sem inimigo, mas recebe a adesão de vários países da Europa Oriental temerosos da Rússia.
Em 27 de maio de 1997, a Rússia passa a fazer parte de um conselho conjunto com a OTAN. As relações começam a se deteriorar depois das revoluções coloridas, a Revolução Rosa em 2003 na Geórgia e a Revolução Laranja em 2004-5 na Ucrânia, que o ditador russo, Vladimir Putin viu influência do Ocidente.
Depois da anexação ilegal da Crimea pela Rússia, em 1º de abril de 2014, a OTAN suspende a cooperação com a Rússia. A invasão da Ucrânia, em 2022, leva a Finlândia e a Suécia, historicamente neutras, a entrar para a OTAN, que tem hoje 32 países.
LUTHER KING ASSASSINADO
Em 1968, James Earl Ray mata a tiros num hotel em Memphis, no Tennessee, o reverendo Martin Luther King Jr., o principal líder da luta pacífica pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Além da luta por direitos iguais, o Dr. King manifesta uma preocupação com a miséria e a desigualdade social nos EUA. Ele organiza a Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade, que reúne 250 mil pessoas diante do Memorial de Lincoln, em agosto de 1963, quando faz o famoso discurso Eu Tenho um Sonho, e cria a Campanha pelos Pobres, em 1968, planejando nova marcha sobre Washington.O líder negro vai a Memphis apoiar uma greve de trabalhadores do setor de limpeza pública. Em 28 de março de 1968, lidera uma marcha que termina em choque com a polícia e a morte de um adolescente negro.
Luther King deixa a cidade, mas volta no início de abril para liderar outra manifestação. Em 3 de abril, faz seu último discurso: "Vamos ter dias difíceis à frente. Mas isto não me preocupa porque eu estive no alto da montanha... Ele [Deus] me deixou subir a montanha. Eu olhei e vi a Terra Prometida. Posso não chegar lá com vocês. Mas quero que vocês saibam nesta noite que nós, como um povo, vamos chegar à Terra Prometida."
King está na sacada do quarto 306 do Motel Lorraine quando é baleado, às 18h01. Sua morte provocou uma explosão de violência em grandes cidades como Los Angeles, Chicago, Baltimore e Washington. Mahalia Jackson, grande amiga do pastor, cantou Take my Hand, Precious Lord no funeral.
Na noite do assassinato, a polícia encontrou uma espingarda de caça caída na rua a uma quadra do Motel Lorraine. Testemunhas e as impressões digitais revelaram a identidade do assassino.
Ray, condenado por assalto à mão armada, foge da prisão em abril de 1967. Um ano depois, mata o Dr. King. Logo, começa uma caçada ao assassino. O FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, descobre que ele tirou um passaporte canadense,
Em 8 de junho, a polícia britânica Scotland Yard prende Ray no Aeroporto de Heathrow, em Londres, quando ele tenta chegar a Bélgica para ir para a Rodésia, hoje Zimbábue, na época dominada por um regime segregacionista da minoria branca semelhante ao apartheid da África do Sul.
Extraditado para os EUA, confessa o crime para não ser condenado à morte na cadeira elétrica. Pega uma pena de 99 anos de prisão. Depois, nega e afirma ter sido alvo de uma armação. A família King também duvida da versão oficial porque Luther King era vigiado constantemente pelos serviços. Mas nenhum inquérito chegou a uma conclusão diferente: Ray matou o grande líder negro porque era racista.
PAZ EM ANGOLA
Em 2002, depois de 27 anos de guerra civil desde a independência, o governo do Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA) assina um acordo de paz com a União Nacional pela Independência Total de Angola (UNITA).
Angola conquista a independência um ano depois da queda da ditadura salazarista em Portugal, a potência colonial, no fim de uma guerra de 14 anos, sob a égide do MPLA, um grupo guerrilheiro marxista leninista. A Frente Nacional de Libertação de Angola (FPLA) e a UNITA formam um governo paralelo em Huambo e pedem a ajuda da África do Sul para derrubar o regime comunista.
O governo recebe ajuda militar de Cuba, que envia 40 a 50 mil soldados e repele a invasão sul-africana. A FNLA foge para o exílio. A partir de 1985, a UNITA começa a receber ajuda dos EUA. A África do Sul também apoia a UNITA, que ajudava a guerrilha contra a ocupação sul-africana da África do Sudoeste, hoje Namíbia.
Em 1988, a África do Sul decide dar independência à Namíbia, o que fortalece o MPLA. Cuba concorda em se retirar de Angola até 1991. O MPLA negocia com a UNITA e são realizadas eleições em 1992. O governo vence, mas a UNITA consegue uma boa votação, denuncia fraude e volta à luta armada.
No fim de 1992, a UNITA controla dois terços de Angola. Em 1993, os EUA e a África do Sul reconhecem a independência de Angola. O Acordo de Lusaka, de 20 de novembro de 1994, integra a UNITA ao governo. Em agosto de 1996, seu líder, Jonas Savimbi, aceita o título de líder da oposição.
A guerra civil na República Democrática do Congo complica a situação. A UNITA apoia o ditador Joseph Mobutu, que mudara o nome do país para Zaire em 1971, enquanto o MPLA fica do lado dos rebeldes liderados por Laurent Kabila.
As hostilidades recomeçam. Com a morte de Savimbi pelas forças governistas, em fevereiro de 2002, a UNITA volta a negociar a paz.
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