quinta-feira, 11 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 11 de Abril

 NAPOLEÃO VAI PARA O EXÍLIO EM ELBA

    Em 1814, o imperador Napoleão Bonaparte, um dos maiores generais de todos os tempos, abdica ao trono da França e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.

Napoleão nasce em Ajácio, na Córsega, em 15 de agosto de 1769, dois anos depois que esta ilha fica sob o domínio da França. Depois de fazer a escola militar, ele ascende nas Forças Armadas com a Revolução Francesa de 1789, que expurga os oficiais de origem aristocrática. Em 1795, é promovido a general e leva o Exército da França a uma série de vitórias militares na Europa.

Ele toma um poder num golpe militar em 12 de dezembro de 1799. Torna-se primeiro cônsul da França, acaba com a revolução e vira ditador.

Em 1804, Napoleão obriga o papa a coroá-lo embaixador. Com mais vitórias militares, conquista uma grande parte da Europa e promove reformas de longo impacto, impondo reformas judiciárias, constituições e o direito de voto para todos os homens, acabando com os resquícios de feudalismo.

No Código Napoleônico, até hoje a base do Direito Civil na França e nos países latinos, inclusive no Brasil, consolida as liberdades conquistadas pela Revolução Francesa como a tolerância religiosa.

Em 1812, comete seu maior erro estratégico. Invade a Rússia com o Grande Exército, de mais de 600 mil homens. A França vence a Batalha de Borodino, mas é uma vitória de Pirro. As baixas francesas ficam perto das russas.

Os russos abandonam e incendeiam Moscou, deixando os franceses sem comida e abrigo. A retirada, durante o outono no Hemisfério Norte, é catastrófica. Toda a Europa se une contra Napoleão. Ele se oferece para abdicar em favor de seu filho, mas a proposta é rejeitada.

Com 700 homens, Napoleão foge do exílio em 26 de fevereiro de 1815, volta a Paris, retoma o poder e reina por 100 dias, até a derrota final na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho do mesmo ano. Em 22 de junho, abdica em favor de seu filho, sai de Paris e tenta fugir para os Estados Unidos, mas é capturado pela Marinha Real britânica.

No exílio na Ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico, Napoleão escreve um livro sobre Júlio César, um de seus grandes heróis, e aprende inglês para ler jornais, já que jornais franceses não chegam à ilha. Ele morre em 5 de maio de 1821.

JULGAMENTO DE EICHMANN

    Em 1961, começa em Jerusalém o julgamento do carrasco nazista Adolf Eichmann, que dura oito meses e termina com a única sentença de morte imposta até hoje pela Justiça de Israel.

Eichmann nasce em Solingen, na Alemanha, em 19 de março de 1906. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), a família se muda para Linz, na Áustria. Ele trabalha como caixeiro viajante para uma companhia de petróleo e perde o emprego durante a Grande Depressão (1929-39).

Em abril de 1932, Eichmann entra para o Partido Nazista. Em novembro, se torna membro da SS, a força paramilitar do partido. De janeiro a outubro de 1934, ele serve na unidade da SS no campo de concentração de Dachau. Depois, vai para o escritório central do serviço secreto da SS, em Berlim, onde trabalha na seção encarregada da questão judaica.

Ele sobe na hierarquia da SS. Quando a Alemanha Nazista anexa a Áustria, em março de 1938, é enviado para livrar Viena de judeus. Um ano depois, com a anexação da Tcheco-Eslováquia, vai a Praga com a mesma missão.

Quando Heinrich Himmler cria o Escritório Central de Segurança do Reich, em 1939, Eichmann é transferido para sua seção de questões judaicas. Na Conferência do Lago Wannsee, em Berlim, em 20 de janeiro de 1942, os líderes nazistas aprovam a "solução final" para os judeus da Alemanha e dos países conquistados, o genocídio cometido no Holocausto. Eichmann é o principal executor.

Cabe a ele identificar, reunir e transportar todos os judeus da Europa ocupada para centros de extermínio como o campo de concentração de Auschwitz. Seis milhões, 60% dos judeus da Europa, morrem no Holocausto.

No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os Estados Unidos prendem Eichmann, mas em 1946 ele consegue escapar. Depois de alguns anos vivendo na Alemanha com identidade falsa, ele foge para a Argentina em 1958 através da Áustria e da Itália.

Em 11 de maio de 1960, o serviço secreto de Israel sequestra Eichmann perto de Buenos Aires e nove dias depois o leva para Israel. O julgamento por juízes judeus num Estado judeu que não existia na época do Holocausto suscita dúvidas sobre legalidade e legitimidade. Há propostas para que Eichmann seja processado por um tribunal internacional, mas Israel faz questão de realizar o julgamento, inclusive como educação sobre o Holocausto.

No tribunal, ele alega que não é antissemita, mas apenas um burocrata obediente que cumpria rigorosamente as ordens. Em 15 de dezembro de 1961, o julgamento termina com a condenação de Eichmann, que é enforcado em 31 de maio de 1962.

FUGA DE IDI AMIN

    Em 1979, quando as forças da Tanzânia se aproximam de Kampala, Idi Amin Dada, o protótipo do ditador africano cruel e brutal, que se tornou conhecido como o Carniceiro de Uganda.

Idi Amin nasce em 1924 ou 1925 e tem pouca educação formal. Em 1946, ele entra para o exército colonial britânico como auxiliar de cozinheiro. Ele alega ter lutado na Birmânia durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), mas só entrou para o exército depois do fim da guerra. Lutou contra a Revolta dos Mau Mau (1952-56), um episódio trágico da descolonização da África.

Quando Uganda se torna independente, em 1962, Idi Amin se aproxima do primeiro-ministro e presidente Milton Obote. Ele se torna comandante do Exército e da Força Aérea, e dá um golpe em 25 de janeiro de 1971 e impõe uma tirania.

Em 1972, expulsa os asiáticos de Uganda, na maioria indianos, o que tem forte impacto negativo na economia. Muçulmano, hostiliza Israel, se aproxima da Líbia e dos palestinos. Envolve-se diretamente no sequestro de um avião francês desviado para Entebe, em 1976, quando comandos israelenses invadem o país para resgatar os reféns.

Cerca de 300 mil pessoas morrem sob a ditadura de Idi Amin, comparado pelo senador Paulo Brossard ao ditador brasileiro Ernesto Geisel (1974-79) no discurso Carranca não é autoridade.

Em outubro de 1978, Idi Amin ordena um ataque à vizinha Tanzânia. Com o apoio da oposição em Uganda, o Exército da Tanzânia vence a guerra. Quando as forças tanzanianas se aproximam de Kampala, a capital de Uganda, em 11 de abril de 1979, Idi Amin foge para a Líbia e depois para a Arábia Saudita, onde morre em 16 de agosto de 2003.

Nenhum comentário: