sábado, 6 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 6 de Abril

NORTE VENCE SUL NOS EUA

    Em 1862, começa a Batalha de Shiloh ou Pittsburg Landing, no Tennessee, a segunda maior da Guerra da Secessão (1861-65), que termina no dia seguinte com a vitória das forças da União (Norte) sobre a Confederação (Sul).

O comandante militar da União, general Ulysses Grant, toma o Forte Henry, no Rio Tennessee, e o Forte Donelson, no Rio Cumberland, em fevereiro. Os confederados abandonam uma posição forte em Columbus, no Kentucky, e recuam para Nashville, no Tennessee, para contra-atacar.

Os próximos objetivos de Grant são Memphis, no Tennessee, e a Ferrovia Charleston. Ele acampa com o Exército do Tennessee em Pittsburg Landing à espera de reforços quando é atacado pelo Exército do Mississípi, confederado, sob o comando dos generais Albert Sidney Johnston e Pierre Gustave Beauregard, que comandara o bombardeio ao Forte Sumter, na Carolina do Sul, iniciando a guerra, em 12 de abril de 1861.

Como as tropas da União preparam uma ofensiva, não fortificam o acampamento para se defender. Johnston toma a iniciativa, mas morre na primeira tarde. A batalha é travada numa floresta por soldados inexperientes dos dois lados. Com a chegada dos reforços do Exército de Ohio, sob o comando do general Dom Carlos Buell, a situação muda.

O Norte retoma o acampamento que perde no primeiro dia e o Sul recua para Corinth, no Mississípi. Cerca de 10 mil soldados morrem de cada lado. Ambos os lados cantam vitória, mas a derrota é da Confederação.

A Guerra da Secessão, travada para impedir a separação dos estados do Sul dos EUA, que não aceitam a abolição da escravatura, vai até 9 de abril de 1865 e termina com a vitória do Norte. Com 620 mil mortes, é a pior guerra da história dos EUA.

RESTAURAÇÃO MEIJI

    Em 1868, o Imperador Meiji promulga a Carta de Juramento ou o Juramento em Cinco Artigos, na tradução literal, uma declaração de princípios sobre a modernização do Japão depois da queda do Xogunato Tokugawa (1603-1868).

Desde 1639, o Japão se fecha para o mundo. Só faz negócios com a China e a Holanda e só na Ilha de Dejima, em Nagasáki, a segunda cidade japonesa atacada com a bomba atômica no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45). 

Em 8 de julho de 1853, o almirante norte-americano Matthew Perry invade a Baía de Tóquio com uma esquadra de quatro navios de guerra, ameaça bombardear a cidade e intima o Japão a se abrir.

 Depois de dar um tempo para as autoridades japonesas examinarem o assunto, Perry volta em fevereiro de 1854 com nove navios. Sem condições de reagir, os japoneses aceitam certas do presidente Millard Fillmore. 

Em 31 de março de 1854, o almirante assina o Tratado de Kanagawa, pelo qual o Japão abre os portos de Shimoda e Hakodate, e permite a abertura de um consulado norte-americano no país. Os EUA se tornam o primeiro país a estabelecer relações com o Japão depois de dois séculos em que o país se fechou para estrangeiros.

A pressão dos EUA acaba com  o xogunato, terminando com a Idade Média japonesa em 1868, com a Restauração Meiji, que restitui os poderes do imperador.

Os cinco artigos são os seguintes:

  1. "Assembleia deliberativas devem ser estabelecidas em grande escala."
  2. "Todas as classes, altas e baixas, devem se unir para realizar vigorosamente os planos do governo."
  3. "Todas as classes serão autorizadas a atingir suas justas aspirações para que não haja descontentamento."
  4. "Os maus costumes do passado devem ser abandonados e os novos costumes serão baseados nas leis justas da natureza."
  5. "O conhecimento deve ser buscado em todo o mundo a fim de promover o bem-estar do Império."  

Para não ser colonizado pelo Ocidente, o Império do Japão se ocidentaliza e se torna uma potência que vence a China na Guerra Sino-Japonesa (1894-95), a Rússia na Guerra do Pacífico (1904-5) e enfrenta o colonialismo ocidental na Ásia durante a Segunda Guerra Mundial.

OLIMPÍADAS DA ERA MODERNA

    Em 1896, graças à determinação do Barão Pierre de Coubertin, fundador e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) de 1896 a 1925, começa em Atenas, na Grécia, a primeira olimpíada da era moderna.

Os Jogos Olímpicos começam em 776 antes de Cristo a cada quatro anos em Olímpia em homenagem ao deus Zeus. Tornam-se importantes na Grécia no fim do século 6 AC. Perdem popularidade quando Roma conquista a Grécia, no século 2 AC e são oficialmente abolidos por volta de 400 depois de Cristo, quando o cristianismo é a religião oficial do Império Romano, por sua associação ao paganismo.

Coubertin nasce em 1º de janeiro de 1863. Pela tradição familiar, deve fazer carreira política ou militar, mas decide se dedicar à educação física. Em 1890, vai à Inglaterra para encontrar William Penny Brookes, que tentava reviver as olimpíadas.

Brooks inspirou-se nas Olimpíadas Gregas realizadas em Atenas desde 1859 por iniciativa de Evangelis Zappas a partir de uma proposta do poeta grego Panagiotis Soutsos, que defende a ideia desde 1833. Ele organiza a primeira Olimpíada Britânica em 1866.

A partir dos anos 1880, Brooks se empenha na realização de uma olimpíada internacional em Atenas. No encontro com Coubertin, fala mais sobre os jogos do que sobre educação física em geral.

Em 25 de dezembro de 1892, numa reunião da União dos Esportes Atléticos, em Paris, Coubertin propõe a realização dos jogos. Em junho de 1894, 79 delegados de 49 organizações de 9 países, decidem realizar os jogos. 

A primeira olimpíada da era moderna seria em Paris em 1900, mas seis anos é um longo prazo, assim o projeto foi antecipado para Atenas em 1896. A partir de 1924, também são realizados os Jogos Olímpicos de Inverno.

EUA ENTRAM NA GRANDE GUERRA

    Em 1917, por 373 a 50, a Câmara dos Representantes aprova a declaração de guerra à Alemanha, aprovada dois dias antes pelo Senado por 82 a 6, e os Estados Unidos entram oficialmente na Primeira Guerra Mundial (1914-18), "a guerra para acabar com todas as guerras", como afirma a propaganda do governo Woodrow Wilson (1913-21).

Quando a guerra começa, em 28 de julho de 1914, os EUA ficam neutros. Mas o Reino Unido, um parceiro comercial importante, forma com França e Rússia a Tríplice Entente, que luta contra a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.

Em fevereiro de 1915, a Alemanha anuncia uma guerra contra os navios, neutros ou não, que entrem na zona de guerra ao redor das Ilhas Britânicas. Na Batalha do Atlântico, os submarinos alemães afundam vários navios, inclusive do Brasil, que também entra na guerra em 1917.

Em 7 de maio de 1915, o navio britânico Lusitania é torpedeado perto da costa da Irlanda. Morrem 1.198 passageiros, entre eles 128 norte-americanos. A Alemanha alega que o navio transportava armas e munição.

Os EUA exigem reparações e o fim dos ataques. Em novembro, os alemães afundam um navio italiano e matam 272 pessoas, inclusive 27 norte-americanos. A opinião pública dos EUA começa a virar.

No início de 1917, a Alemanha intensifica a guerra naval no Atlântico e um submarino alemão põe a pique um navio de passageiros dos EUA. Em 16 de janeiro, o ministro do Exterior da Alemanha, Arthur Zimmermann, envia telegrama ao embaixador no México propondo uma aliança com a promessa de ajudar o país a recuperar os territórios tomados pelos EUA na Guerra da Independência do Texas e na Guerra Mexicano-Americana (1846-48).

Em março, a Alemanha afunda mais quatro navios mercantes norte-americanos. Em 2 de abril, Wilson pede autorização ao Congresso para declarar guerra à Alemanha.

As primeiras 14 mil tropas dos EUA desembarcam na França em 26 de junho. Na primavera de 1918, a Alemanha lança sua última ofensiva na frente ocidental, mas a participação dos EUA é decisiva para a vitória aliada, em 11 de novembro de 1918.

Mais de 2 milhões de soldados norte-americanos servem nos campos de batalha da Europa Ocidental. Cerca de 50 mil morrem.

Wilson apresenta um plano de paz de 14 pontos que serve de base para a Conferência de Versalhes, em 1919, onde é criada a Liga das Nações, a primeira organização internacional de caráter universal dedicada a manter a paz mundial. Mas o isolacionismo dos EUA prevalece. 

O Senado dos EUA não aprova a Convenção da Liga das Nações e as condições humilhantes impostas à Alemanha alimentaram o revanchismo que contribuiu para a ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial. A Paz de Versalhes foi a paz para acabar com todas as pazes. 

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