sábado, 27 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 27 de Abril

PEDRA DA COROAÇÃO

    Em 1296, o rei Eduardo I, da Inglaterra, na tentativa de submeter a Escócia a sua suserania, rouba a Pedra da Coroação ou Pedra de Scone, usada na coroação dos reis escoceses e a leva para a Abadia de Westminster, em Londres, local da coroação dos reis ingleses.

A pedra, de pedra-sabão, tem 66 cm x 41cm x 28 cm e pesa 152 quilos. Tem uma incisão na forma de uma cruz na parte de cima e duas alças de ferro para facilitar o transporte. De acordo com a tradição celta, a pedra um dia foi o travesseiro onde o patriarca Jacó na cidade bíblica de Betel quando ele teve visões de anjos.

Da Terra Santa, teria viajado ao Egito, à Sicília e à Espanha, chegado à Irlanda por volta de 700 antes de Cristo e colocada na colina de Tara, onde os reis da Irlanda eram coroados. Depois que os celtas invadiram a Escócia, por volta do ano 840 da era cristã, Kenneth MacAlpin leva a pedra para a cidade de Scone, onde é encaixada na trono da coroação.

Em 1292, João Balliol é o último rei da Escócia a ser coroado com a pedra sobre o trono. Eduardo I a leva para Londres em 1296. Ela é instalada na Cadeira da Coroação, na Abadia de Westminster, em 1307. É um símbolo de que os reis da Inglaterra seriam também coroados reis da Escócia.

VOLTA AO MUNDO PELA METADE

    Em 1521, o navegador português Fernão de Magalhães, que dava a volta ao mundo a serviço da Espanha, morre em combate com os habitantes da Ilha de Mactã, nas Filipinas, na primeira viagem de circunavegação da Terra.

Fernão de Magalhães zarpa de Sanlúcar de Barrameda, na Espanha, em 20 de setembro de 1519 com cinco navios e 270 homens para procurar uma rota pelo oeste para chegar as Ilhas das Especiariais (Indonésia).

A expedição entra no Rio da Prata. Sem sucesso, vai segue para o sul. Em março de 1520, a expedição para em Porto de São Julião, na Patagônia, onde Magalhães enfrenta uma revolta dos capitães espanhóis. Controla o motim executando um capitão rebelde e deixando outro em terra.

Em 21 de outubro de 1520, a frota finalmente descobre o Estreito de Magalhães, que separa a Terra do Fogo do continente. Só três navios entram na passagem: um afunda antes e outro deserta. Eles levam 38 dias para atravessar o estreito.

Ao ver o oceano do outro lado, Magalhães chora de alegria. A frota leva 99 dias para cruzar este oceano de águas tão calmas que deram o nome de Pacífico, provavelmente por causa do fenômeno El Niño, um aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial. É um contraste com o Oceano Atlântico, que os marinheiros chamam de Mar Tenebroso.

Como o Pacífico é muito maior, a comida acaba. Os marinheiros chegam à Ilha de Guam em 6 de março de 1521 mastigando peças de couro para tentar enganar o estômago.

Dez dias depois, a frota ancora na ilha de Cebu, nas Filipinas, onde o chefe local se converte em cristianismo e pede ajuda na guerra contra a ilha vizinha de Mactã, onde em 27 de abril Magalhães é ferido mortalmente por uma flecha envenenada e morre.

A expedição vai para as Ilhas Molucas, onde pega um carregamento de especiarias. Com apenas dois navios, sob o comando do espanhol Juan Sebastián Elcano, atravessa o Oceano Índico, dá a volta no Cabo da Boa Esperança (que os marinheiros ainda chamam pelo antigo nome de Cabo das Tormentas) e chega a Sanlúcar de Barrameda em 6 de setembro de 1522, completando a façanha.

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NA FRANÇA

    Em 1848, a escravatura é definitivamente abolida na França, um processo que começa na Revolução Francesa de 1789 e leva décadas para se consolidar.

A Convenção Nacional decreta o fim da escravidão nas colônias francesas em 4 de fevereiro de 1794. É uma das primeiras abolições. 

O Comitê de Salvação Pública, um grupo de 12 homens que manda de fato na revolução, sob a liderança de Maximiliano Robespierre, manda uma força de 1.200 homens às colônias do Mar do Caribe para aplicar a lei.

Em 1802, o ditador Napoleão Bonaparte reintroduz a escravidão nas colônias. O Congresso de Viena, que tenta restaurar o status quo na Europa depois da derrota de Napoleão, em 1815, declara oposição ao tráfico de escravos. Em 1818, o rei Luís XVIII proíbe o tráfico.

A abolição definitiva vem durante a Segunda República Francesa, depois da Revolução de 1848.

FIM DO APARTHEID

    Em 1994, a África do Sul realiza suas primeiras eleições livres para enterrar o regime segregacionista do apartheid, que impunha uma ditadura cruel e brutal da minoria branca. Mais de 22 milhões de pessoas votam e dão ampla maioria de 62,7% dos votos ao Congresso Nacional Africano. 

Seu líder, Nelson Mandela, torna-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Ele forma um governo de coalizão com o Partido Nacional, chefiado pelo ex-presidente Frederik de Klerk, que mandava no tempo do apartheid; e o Partido da Liberdade Inkhata, liderado por Mangosuthu Buthelezi, que alimentava o sonho de ser o primeiro presidente negro.

Mandela nasce em 18 de julho de 1918 em Mzevo, uma pequena aldeia, numa família da nobreza da tribo xhosa. É sobrinho do rei Jongintaba. Estuda direito e, em 1944, entra para o CNA, partido que luta pelos direitos da maioria negra desde 1912.

Em 1952, é eleito vice-presidente nacional. Sob a inspiração do herói da independência da Índia, Mohandas Gandhi, defende uma resistência e uma luta pacífica contra o apartheid

Gandhi teve a influência do escritor e pacifista russo Leon Tolstoy, que lhe apresentou as ideias de Henry David Thoreau, o naturalista norte-americano que criou o conceito de desobediência civil ao se negar a pagar impostos para não financiar guerra contra o México de 1846-48, quando os EUA tomaram 37% do território mexicano.

Depois do Massacre de Sharpeville, em 1960, quando a polícia atira contra uma multidão de manifestantes e mata 69 pessoas, o CNA abandona o pacifismo e parte para a luta armada. Mandela é o organizador e comandante do braço armado do partido, Umkhonto we sizwe (Lança da Nação).

Preso em 1962, Mandela é condenado à morte, mas tem a pena comutada para prisão perpétua. Junto com outros companheiros, vai para a prisão da ilha Robben e mais tarde para as prisões de Pollsmoor e Victor Verster.

É solto 27 anos depois, em 11 de fevereiro de 1990 para negociar uma transição pacífica para a democracia. Vira presidente, mas não se apega ao cargo. Ao contrário dos líderes autoritários que desgraçaram a África independente, transfere o poder a seu sucessor na liderança do partido, Thabo Mbeki.

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