MOTIM NO BOUNTY
Em 1789, durante uma viagem do Taiti para o Caribe, um motim liderado pelo capitão Flechter Christian, toma o navio britânico Bounty, deixa o capitão William Bligh, autoritário e opresssor, e 18 marinheiros leais a ele num pequeno barco à deriva no Oceano Pacífico e segue para Tubuai, ao sul do Taiti.
Com o fracasso da colônia, em janeiro de 1790, os rebeldes do Bounty vão para o Taiti, onde 16 resolvem ficar. Christian e outros oito amotinados, seis homens taitianos e pelo menos 12 mulheres e uma criança vão para Pitcairn, uma ilha vulcânica desabitada a mais de 1,6 mil km do Taiti.
Os amotinados que ficaram no Taiti são presos. Três são enforcados.
Em 1808, um navio baleeiro norte-americano vê fumaça no ar e descobre uma comunidade liderada por John Adams, único sobrevivente do motim do Bounty. Um navio britânico lhe concedeu anistia em 1825.
A história é contada no filme Motim no Bounty, com Marlon Brando como Fletcher Christian.
LIGA DAS NAÇÕES
Em 1919, a Conferência de Versalhes decide criar a Sociedade das Nações ou Liga das Nações, a primeira organização internacional de caráter universal dedicada à paz mundial. É uma das 14 propostas do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-21), para acabar com a Primeira Guerra Mundial (1914-18).
Os EUA historicamente não se envolviam em guerras na Europa. Para convencer os norte-americanos da necessidade de entrar na guerra, Wilson afirma que é "a guerra para acabar com todas as guerras". Em 8 de janeiro de 1918, ele apresenta o plano de paz de 14 pontos ao Congresso dos EUA.
A participação dos EUA é decisiva para a derrota da Alemanha pelos aliados, Reino Unido e França. Com a derrota, desaparecem os impérios Alemão, Austro-Húngaro, Russo e Otomano (turco). A conferência de paz, dominada pelos vencedores, é conhecida como "a paz para acabar com todas as pazes".
Quando o Tratado de Versalhes, que impõe pesadas indenizações à Alemanha, é assinado, em 28 de junho de 1919, 44 países assinam junto a Convenção da Liga das Nações, instalada em 20 de janeiro de 1920.
Wilson ganhou o Prêmio Nobel da Paz por criar a Liga das Nações, mas o Senado dos EUA não ratificou a Convenção da Liga das Nações. Assim, o país ficou fora. O Brasil sai em 1925, em protesto por não fazer parte do conselho.
A Liga dá mandatos aos impérios Britânico e Francês para administrar o Oriente Médio depois da dissolução do Império Otomano, em tese, para preparar os países árabes para a independência. O moderno Oriente Médio surge daí.
Mas a Liga não cria uma estrutura para garantir a paz. Todos os países têm o mesmo voto. Quando o Japão invade a Manchúria, em 1931, e o Leste da China, em 1937; a Itália Fascista de Benito Mussolini ocupa a Etiópia, em 1935; e a Alemanha Nazista de Adolf Hitler anexa a Áustria e a Tcheco-Eslováquia, em 1938 e 1939; a Liga não reage. Não consegue evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
A Liga das Nações faz sua última reunião em abril de 1946.
Outro presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt (1933-45), articula durante a guerra a criação da Organização das Nações Unidas, que autoriza o uso da força com a aprovação do Conselho de Segurança. Como cinco grandes vencedores da guerra têm direito de veto, o sistema ONU cria um condomínio de grandes potências com recursos e capacidade militar para intervir.
O veto causa uma paralisia do sistema. Raramente há um consenso para usar a força. As grandes potências se dão o direito de ir à guerra e de vetar qualquer resposta da ONU e ainda protegem aliados.
MUSSOLINI E AMANTE EXECUTADOS
Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o líder fascista e ditador da Itália, Benito Mussolini, o Duce, e sua amante, Clara Petacci, são fuzilados por guerrilheiros comunistas da resistência antifascista quando tentavam fugir para a Suíça.
Cai pela primeira vez em 25 de julho de 1943, quando é deposto pelo Grande Conselho por levar a Itália a uma derrota militar desastrosa, nomear incompetentes para altos cargos e alienar grande parte da população.
Preso no mesmo dia, ao sair de uma audiência de rotina com o rei Vítor Emanuel III para fazer um relato sobre a guerra, Mussolini é resgatado por forças especiais da Alemanha. Até a derrota final, chefia um governo, a República Social Italiana, nas regiões da Itália não dominadas pelos aliados.
FIM DA OCUPAÇÃO DO JAPÃO
Em 1952, termina a única ocupação da história do Japão, que começa com a rendição do país na Segunda Guerra Mundial (1939-45), mas até hoje os Estados Unidos mantêm forças em território japonês.
O Império do Japão invade a província chinesa da Manchúria em 1931 e as principais cidades da China em 1937.Depois do início da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 1º de setembro de 1939, o Japão invade o Vietnã, então parte da Indochina Francesa, em setembro de 1940, sob o pretexto de liberar países asiáticos do colonialismo europeu.
Em 7 de dezembro de 1941, a Força Aérea do Japão faz um ataque de surpresa contra a Frota do Pacífico dos EUA, estacionada em Pearl Harbor, no Havaí. Os EUA entram na guerra. O Japão se rende em 2 de setembro de 1945, depois de ser atacado com bombas atômicas em Hiroxima, em 6 de agosto, e Nagasáki, em 9 de agosto.
Os EUA preservam o imperador Hiroíto, mas impõem uma Constituição pacifista em 1947, que proíbe o Japão de projetar seu poderio militar no exterior. Em 8 de setembro de 1951, 49 países assinam o Tratado de São Francisco, que entra em vigor em 28 de abril de 1952. Shigeru Yoshida, que colabora com o general Douglas MacArthur, comandante da ocupação, se torna primeiro-ministro do Japão.
ALI REJEITA CONVOCAÇÃO
Em 1967, o campeão mundial de boxe peso-pesado, Muhammad Ali, recusa a convocação do Exército dos Estados Unidos para lutar na Guerra do Vietnã e perde o título. Anos depois, a condenação é revogada pela Suprema Corte e Ali recupera o títuto duas vezes. Até hoje, é o único peso-pesado a ser três vezes campeão, em 1964, 1974 e 1978.
Um dos maiores boxeadores de todos os tempos, Ali nasce em Louisville, no Kentucky, em 17 de janeiro de 1942. É batizado como Cassius Marcelus Clay Jr. Aos 18 anos, ele ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Roma.
Aos 22 anos, surpreende o mundo ao vencer Sonny Liston e se tornar campeão mundial dos pesos pesados em 1964. No mesmo ano, converte-se ao Islã e muda de nome para Muhammad Ali. Rejeita o sobrenome herdado do senhor de escravos que era dono de sua família, como era o padrão nos EUA.
Arrogante, pretensioso e cheio de si, Cassius Clay declara ao bater Liston pela primeira vez, em 1964: "Sou o maior do mundo." Na revanche contra Liston, promete um nocaute em 90 segundos e cumpra a promessa. Muita gente ainda estava entrando no ginásio quando a luta acaba. Nascia uma lenda do esporte.
Ao descrever seu estilo, declarou: "Flutuo como uma borboleta e ferro como uma abelha."
Politicamente consciente, Ali luta contra o racismo e se recusa a ir para o Vietnã: "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo para eu atirar nele."
Como desertor, tem o título mundial cassado. Em 1971, a Suprema Corte aceita seu recurso. Todas as acusações e punições são anuladas. É um caso clássico de objeção de consciência.
Ao tentar reconquistar seu título, Ali perde por pontos uma luta memorável com Joe Frazier em que chegou a cair na lona e deu vários socos curtos (jabs) na testa do adversário de menor estatura para mantê-lo à distância. É sua primeira derrota como profissional. Depois da luta, Frazier passa longo tempo hospitalizado, mas Ali fica sem o título.
Ali voltaria a ser o maior do mundo na Luta do Século contra George Foreman realizada em 30 de setembro de 1974 em Kinshasa, a capital do Zaire, na África, e imortalizada no livro A Luta, do escritor americano Norman Mailer.
Ele chega com todo o seu espírito e sua ironia: "Se você pensa que [o presidente americano Richard] Nixon surpreendeu o mundo ao renunciar, espere até eu esmagar Foreman."
Mais jovem e mais forte, Foreman tem 25 anos e Ali 32. O campeão submete o ex-campeão a uma saraivada de golpes desde o início da luta. Com toda sua técnica e talento, Ali se defende como pode até dar o bote fatal no fim do oitavo assalto. Naquele momento, Ali já lidera na contagem de todos os jurados.
Em declínio, ele perde por pontos para Leon Spinks com os jurados divididos em fevereiro de 1978 em Las Vegas. Na revanche, em Nova Orleans, Ali ganha por decisão unânime dos jurados, tornando-se o único lutador até hoje a ser três vezes campeão mundial da categoria peso pesado.
Em 27 de julho de 1979, Ali anuncia sua aposentadoria. Ainda trava uma luta patética com Larry Holmes em outubro de 1980, que teria contribuído para o Mal de Parkinson, diagnosticado em 1984. A doença é atribuída às pancadas na cabeça que um boxer recebe, especialmente na categoria peso pesado.
Em 1996, Ali acende a pira da Olimpíada de Atlanta, nos EUA.
Aos 74 anos, Muhammad Ali é internado num hospital de Phoenix, no Arizona, com problemas pulmonares e morre em 3 de junho de 2016.
DE GAULLE RENUNCIA
Em 1969, o general Charles de Gaulle, líder do governo francês no exílio durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), renuncia à Presidência da França.
Charles André Joseph Marie de Gaulle nasce em Lille, no Norte da França, em 22 de novembro de 1890 e se tornou militar, político, estadista, escritor e fundador da 5ª República. Preso na Batalha de Verdun durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), é prisioneiro de guerra por dois anos e oito meses.Nos anos 1920 e 1930, defende a guerra de blindados e a aviação militar, que vê como maneira de superar o impasse da guerra de trincheiras que caracterizou a Primeira Guerra Mundial.
Quando a Alemanha Nazista ocupa a França na Segunda Guerra Mundial, De Gaulle foge para o exílio na Inglaterra e se torna o líder da França Livre, o governo no exílio. Com a libertação da França em 1944, ele forma o governo provisório que dura até 1946.
Em 1958, é nomeado primeiro-ministro e reescreve a Constituição da França, fundando a 5ª República. É eleito presidente no fim do ano e toma posse em 8 de janeiro de 1959. Governa a França por 10 anos, inclusive durante a Revolução dos Estudantes de maio de 1968, quando sai do país. Volta com o apoio do deserto e amplia a maioria na Assembleia Nacional, mas renuncia ao perder um referendo que propõe a descentralização do Estado francês.
Os partidos gaullistas, da direita conservadora e republicana, presidem a França com Georges Pompidou (1969-74), Jacques Chirac (1995-2007) e Nicolas Sarkozy (2007-12), mas sua posição é abalada pela ascensão de Emmanuel Macron.
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