terça-feira, 2 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 2 de Abril

PRIMEIRO EUROPEU NA FLÓRIDA

    Em 1513, o explorador espanhol Juan Ponce de León é o primeiro europeu a desembarcar na costa da Flórida.

Ponce de León nasce em Santervás de Campos em 8 de abril de 1460 numa família nobre. Ele serve o Exército da Espanha. Chega à América pela primeira vez na segunda viagem de Cristóvão Colombo.Depois de descobrir a América com uma flotilha de três navios, Colombo sai de Cádiz em 24 de setembro de 1493 com 17 navios e cerca de 1,5 mil homens.

No início do século 16, Ponce de León é um alto funcionário militar do governo de Hispaniola, a ilha hoje dividida entre Haiti e República Dominica, a primeira colônia espanhola na América. Em 1509, é nomeado o primeiro governador de Porto Rico, mas perde o cargo dois anos depois para Diego Colón, filho de Colombo.

Ele explora a costa da Flórida, batiza o atual estado norte-americano e mapeia a costa até os caios no extremo sul, o ponto mais ao sul do território continental dos Estados Unidos, e depois segue em rumo norte pela costa oeste da Flórida até a Baía Apalache.

De volta à Espanha em 1514, Ponce de León é renomeado governador de Porto Rico com autorização para explorar a Flórida. Em 1521, ele faz a primeira tentativa de colonização europeia de um território que hoje faz parte dos EUA. O projeto é abandonado pela violenta reação dos índios calusas.

Ferido, ele vai para Cuba, onde morre em Havana em julho de 1521. Ponce de León está enterrado na Catedral de San Juan Bautista, em São João de Porto Rico.

CAPITAL DO SUL CAI

    Em 1865, diante do avanço das forças da União (Norte), as tropas do Sul se retiram de Richmond, na Virgínia, capital dos Estados Confederados da América, que se rendem em 9 de abril, fim da Guerra da Secessão (1861-65).

A Guerra Civil norte-americana começa em 12 de abril de 1861, depois que vários estados do Sul deixam a União e formam a Confederação em 8 de fevereiro de 1861, antes da posse em março do presidente Abraham Lincoln, que é a favor de abolir a escravatura. Com 620 mil mortes, é a mais sangrenta das guerras da história dos EUA.

Richmond se torna capital da Confederação em 8 de maio de 1861. Antes, era Montgomery, no Alabama. A Uniào faz várias tentativas de capturar a capital inimiga. 

Em 1862, o general George McClellan sobe o Rio James até os subúrbios da cidade, mas é repelido pelo comandante militar do Sul, general Robert Lee, na Batalha dos Sete Dias, de 25 de junho a 1º de julho.

O general Ulysses Grant, o comandante militar do Norte, cerca a vizinha Petersburgo em 1864-5. No início da abril de 1865, os sulistas fogem de Richmond e tocam fogo nos suprimentos para que nào caiam nas mãos do inimigo.

WILSON DECLARA GUERRA

    Em 1917, o presidente Woodrow Wilson pede ao Congresso dos Estados Unidos que declare guerra à Alemanha para entrar na Primeira Guerra Mundial (1914-18), o que é fundamental para a vitória dos aliados ocidentais.

Duas questões levam os EUA à guerra: os ataques de submarinos alemães ao comércio transatlântico e o Telegrama Zimmermann, de 16 de janeiro de 1917, em que o ministro do Exterior alemão, Arthur Zimmermann, oferece ajuda para o México reconquistar os territórios tomados pelos EUA na Guerra Mexicano-Americana (1846-48), que junto com o Texas eram mais de 40% do território mexicano, em troca da aliança na guerra.

Para romper o isolacionismo dos EUA e a decisão histórica de não se envolver em guerras no exterior, especialmente na Europa, como queria o primeiro presidente, George Washington, Wilson argumenta que "é a guerra para acabar com todas as guerras".

No fim da guerra, Wilson apresenta seu plano de paz de 14 pontos, que serve de base para a Conferência de Paz de Versalhes, em 1919, conhecida como "a paz para acabar com todas as pazes" por causa das exigências exageradas de reparação e da humilhação da Alemanha, o que alimentou o revanchismo nazista e causou a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Como o Senado dos EUA não ratificou a Convenção da Liga das Nações, por acreditar que a participação afetaria a soberania do país, a primeira organização internacional de caráter universal dedicada à paz mundial nasce sem o país mais importante e não consegue evitar invasão da China pelo Japão, a invasão da Etiópia pela Itália Fascista e a anexação da Áustria e da Tcheco-Eslováquia pela Alemanha Nazista. 

MALVINAS ARGENTINAS

    Em 1982, em meio à guerra suja contra as esquerdas, sob pressão internacional por causa das violações dos direitos humanos, a ditadura militar da Argentina invade as Ilhas Malvinas, que os ingleses chamam de Falklands, uma colônia do Império Britânico desde 1833, perdida no Sul do Oceano Atlântico.

Nos anos 1970, há uma possibilidade de negociação de soberania, a exemplo do acertado em 1984 para devolver Hong Kong à China, mas a violência do regime militar instalado em Buenos Aires em 24 de março de 1976, acusado da morte de 30 mil pessoas, inibe qualquer iniciativa.

A Argentina proclama a independência em 1816. Quatro anos depois, reivindica a soberania sobre as Malvinas. Chega a erguer um forte na Ilha do Leste, em 1832, destruído pela Marinha Real.

Em 1981, em plebiscito, os 1,8 mil kelpers, nome dos colonos britânicos, decidem manter o vínculo com a coroa britânica. No mesmo ano, em 22 de dezembro, o comandante do Exército, general Leopoldo Fortunato Galtieri, assume a Presidência da Argentina.

Para dar um golpe dentro do golpe e se tornar ditador, Galtieri promete à Marinha, a mais poderosa força armada argentina, tomar as Malvinas, pressupondo que o Império Britânico não iria à guerra por "umas ilhotas". 

As forças de assalto anfíbio da Argentina logo dominam a pequena guarnição de fuzileiros navais britânicos em Porto Stanley, a capital das Falklands. No dia seguinte, tomam as ilhas Sanduíche e a Geórgia do Sul. 

Mas grandes potências não costumam ser humilhadas. A primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, envia uma força-tarefa de 30 navios de guerra, que percorrem 13 mil quilômetros para chegar às Malvinas.

Em 25 de abril, os britânicos reconquistam a Geórgia do Sul e prendem o governador militar argentino, o capitão Alfredo Astiz, mais conhecido como o Anjo da Morte, um notório torturador e assassino, responsável pela morte de Dagmar Hagelin, uma adolescente sueco-argentina de 17 anos, e de freiras francesas, quando servia na Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), o pior centro de detenção e tortura da ditadura militar. 

Depois da guerra, Thatcher ignora os pedidos de extradição da Suécia e solta o Anjo da Morte, processado e condenado na Argentina quando os processos sào reabertos, a partir de 2005, no governo Néstor Kirchner (2003-7).

As tropas britânicas desembarcam na Malvina do Leste em 21 de maio. Os argentinos se rendem em 14 de junho. Ao todo, 649 argentinos, 255 militares três civis britânicos morrem na Guerra das Malvinas. Desmoralizada, a junta militar argentina convoca eleições e devolve o poder aos civis em 10 de dezembro de 1983.

Thatcher obtém, em 1983, sua maior vitória eleitoral e a mais ampla maioria na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico desde 1935. A partir daí, adota suas medidas mais radicais, enfrenta e derrota uma grave de mineiros de um ano e amplia o programa de privatização.

MORTE DE JOÃO PAULO II

    Em 2005, João Paulo II, o papa que mais viajou na história e o primeiro não italiano desde o século 16, morre no fim de um pontificado de 26 anos e meio em que fez história ao lutar contra o comunismo na Europa Oriental e na sua nativa Polônia. 

Karol Jozef Wojtila nasce em Wadowice em 18 de maio de 1920. É arcebispo de Cracóvia, uma capital imperial polonesa, quando ascende ao trono de São Pedro. Por não ser italiano, tem a missão de levar a mensagem da Igreja Católica pelo mundo, o que explica o grande número de viagens a 129 países.

João Paulo II é um papa conservador que alinha claramente a Igreja Católica ao Ocidente na reta final da Guerra Fria e combate a "opção preferencial sobre os pobres" da Teologia da Libertação na América Latina. Ele se aproxima de outras igrejas, mas é contra métodos anticoncepcionais e a ordenação de mulheres, além de ser considerado leniente na investigação sobre os abusos sexuais cometidos dentro da Igreja.

Seis dias depois de sua morte, dois milhões de pessoas participam do funeral, um dos maiores da história, na Cidade do Vaticano.

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