quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Hoje na História do Mundo: 22 de Novembro

SOVIÉTICOS CERCAM NAZISTAS

    Em 1942, durante a Batalha de Stalingrado, um momento decisivo da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a contraofensiva do Exército Vermelho cerca de 250 mil soldados da Alemanha Nazista ao sul de Kalach, no Rio Dom. O general Friedrich Paulus pede autorização a Berlim para se retirar.

A Batalha de Stalingrado é a mais mortal da guerra e uma das mais violentas da história da humanidade, com quase 2 milhões de mortes e pelo menos 40 mil civis mortos. Começa em 23 de agosto de 1942.

Stalingrado, hoje Volgogrado, depois que o ditador soviética Josef Stalin cai em desgraça após a morte, é um porto importante no Rio Volga. Seu controle dá acesso à região do Cáucaso e ao Vale do Volga, o maior rio da Rússia. Tomar a cidade com o nome de Stalin seria uma vitória da propaganda de Adolf Hitler

Mesmo com apoio aéreo da Luftwaffe, a Força Aérea nazista, o 6º Exército da Alemanha, sob o comando do gen. Paulus, e o 4º Exército Panzer, sob o comando do gen. Edwald von Kleist, não conseguem vencer a defesa posta pelo 62º Exército da URSS, comandado pelo gen. Vassili Chuikov.

Os alemães cercam Stalingrado e pressionam os soviéticos contra o Rio Volga. A batalha vira um combate casa a casa.

Em 19 de novembro, a URSS lança a contra ofensiva com a Operação Urano, um ataque em duas frentes que cerca forças romenas que protegem os flancos do 6º Exército da Alemanha. Dois dias depois, 250 mil alemães estão cercados, sem acesso a suprimentos. Ainda assim, resistem durante dois meses e tentam avançar até capitular em 2 de fevereiro de 1943 por falta de munição e de comida.

JFK ASSASSINADO

    Em 1963, o presidente John Fitzgerald Kennedy é morto a tiros durante visita a Dallas, no Texas, no Sul dos Estados Unidos, de acordo com as investigações oficiais por um único atirador, Lee Harvey Oswald, o que é discutido até hoje.

Mais jovem presidente da história dos EUA, Kennedy é o primeiro católico a chegar à Casa Branca (Joe Biden é o segundo). Herói na Segunda Guerra Mundial (1939-45), JFK é também o primeiro presidente da era da televisão. 

Os primeiros debates presidenciais da história são decisivos para a imagem de jovem carismático e confiável, o xerife que protege a cidadezinha, na descrição do sociólogo canadense e papa das comunicações Marshall McLuhan, enquanto seu adversário, o vice-presidente Richard Nixon, parece o advogado espertalhão da companhia da estrada de ferro.

No início de seu governo, três meses depois da posse, acontece a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, por exilados cubanos apoiados pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), causa da Crise dos Mísseis (1962), o momento mais quente da Guerra Fria, quando enfrenta a União Soviética e obtém uma vitória diplomática. Nunca o mundo fica tão perto de uma guerra nuclear.

Kennedy apoia o movimento pelos direitos civis dos negros liderado pelo reverendo Martin Luther King Jr. e decide enviar um homem à Lua até o fim dos anos 1960. Ao mesmo tempo, manda mais de 2,8 mil assessores militares para a Guerra do Vietnã (1955-75). Alguns entram em combate. Os EUA só declaram guerra ao Vietnã do Norte em 1964, depois de sua morte.

O atentado de Dallas, o quarto assassinato de um presidente dos EUA no exercício do cargo, é objeto de debates até hoje. As investigações oficiais, inclusive o Relatório Warren, com o nome do presidente da Suprema Corte na época, Earl Warren, concluem que Oswald agiu sozinho.

Dois dias depois, Jacob Rubinstein, ou Jack Ruby, dono de uma boate em Dallas supostamente ligado à máfia, mata Oswald à queima-roupa e alega ter sido um gesto patriótico de vingança pela morte do presidente, mas há fortes suspeitas de queima de arquivo.

B-52 ABATIDO NO VIETNÃ

    Em 1972, os Estados Unidos perdem sua primeira fortaleza voadora Boeing B-52, um bombardeiro de oito turbinas, na Guerra do Vietnã (1955-75).

Num dos dias de bombardeio aéreo mais intenso dos EUA, um míssil terra-ar disparado pelo Vietnã do Norte derruba o B-52 perto de Vinh.

QUEDA DE THATCHER

    Em 1990, a primeira primeira-ministra da história do Reino Unido, Margaret Thatcher, anuncia sua demissão depois de 11 anos no poder.

Margaret Hilda Roberts nasce em Grantham, na Inglaterra, em 13 de outubro de 1925, filha de um dono de armazém. Ela se forma em química na Universidade de Oxford, casa com o empresário Denis Thatcher e tem um casal de filhos antes de se eleger deputada pelo distrito conservador de Finchley, no Norte de Londres.

Em 1967, Thatcher entra para o governo paralelo do Partido Conservador, que faz oposição ao governo trabalhista de Harold Wilson (1964-70). Com a vitória de Edward Heath, em 1970, ela se torna ministra da Educação e da Ciência.

Quando os trabalhistas voltam ao poder, em 1974, Thatcher vira ministra das Finanças do gabinete paralelo até conquistar a liderança do partido, em fevereiro de 1975, com uma plataforma claramente direitista, prometendo cortar subsídios, privatizar as empresas públicas, prestigiar a polícia e defender vigorosamente os interesses britânicos no exterior com uma visão de mundo anticomunista.

Em 1976, depois de acusar a União Soviética de querer dominar o mundo, ganha da imprensa soviética a alcunha de Dama de Ferro, que marcará sua carreira política visceralmente conservadora.

O fracasso do governo trabalhista de James Gallaghan (1976-79), que substitui Harold Wilson (1974-76), causa uma onda de greves, inclusive de lixeiros e coveiros, no chamado inverno do descontentamento, em 1978-9.

A situação caótica leva à vitória de Thatcher, que se torna primeira-ministra em 4 de maio de 1979. As privatizações começam logo e o governo adota a linha dura no combate ao Exército Republicano Irlandês (IRA), mas as grandes reformas que reduzem o poder dos sindicatos vêm depois da Guerra das Malvinas, invadidas pela ditadura militar da Argentina em 2 de abril de 1982.

Thatcher envia uma força-tarefa ao Atlântico Sul. Os argentinos, inclusive vários assassinos da ditadura militar, se rendem em 14 de junho, depois das mortes de 255 britânicos e 649 argentinos.

Com a vitória na guerra, Thatcher obtém sua segunda e maior vitória eleitoral em 1983, parte para o confronto com os sindicatos e enfrenta uma greve de mineiros de um ano, de 6 de março de 1984 a 3 de março de 1985.

Em 1987, Thatcher vence as terceiras eleições. Sua oposição a uma maior integração europeia, seu eurocetismo, gera a guerra civil interna do Partido Conservador que está na origem da saída do Reino Unido da União Europeia.

A questão europeia e um imposto comunitário cobrado por pessoa, sem considerar o valor da propriedade onde o cidadão vive, derrubam Thatcher. O partido não se recuperou até hoje do regicídio. O desafiante Michael Heseltine não chegou ao poder, seguindo a máxima da política britânica de que "quem mata o rei não ascende ao trono".

Seis dias depois, Thatcher é substituída por John Major (1990-97), que seria reeleito em 1992 prorrogando para 18 anos o domínio conservador sobre o Reino Unido, que seria quebrado pelo neotrabalhismo de Tony Blair em 1997. 

MULHER NO PODER

    Em 2005, a líder da conservadora União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, se torna a primeira mulher a governar a Alemanha.

Merkel nasce em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, em 17 de julho 1954, mas vai para a Alemanha  Oriental quando o pai, um pastor luterano, é enviado para Perleberg. Ela se forma em química quântica e faz pesquisa científica até 1989, ano da queda dos regimes comunistas da Europa Oriental. Entra na política como porta-voz do primeiro governo democrático da Alemanha Oriental.

Com a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990, é eleita deputada do Parlamento Federal e vira ministra da Mulher e da Juventude e depois ministra do Meio Ambiente do chanceler (primeiro-ministro) Helmut Kohl.

Depois da derrota de Kohl para o social-democrata Gerhard Schröder em setembro de 1998, nas últimas eleições de um século trágico e de renascimento para a Alemanha, em 10 de abril de 2000, Merkel se torna líder da CDU. 

Em 2005, Merkel vence as eleições a se tornar a primeira mulher a governar o país. Ela lidera governos estáveis e a União Europeia em seus piores momentos: a Crise do Euro (2009-14), a saída do Reino Unido e a onda de refugiados da África e do Grande Oriente Médio. É substituída pelo social-democrata Olaf Scholz, que era vice-chanceler e se apresenta nas eleições como continuador da obra de Merkel. 

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