Num resultado surpreendente, o neofascista Partido da Liberdade (PVV), antieuropeu, anti-imigrantes e islamofóbico, liderado por Geert Wilders, ficou em primeiro lugar nas eleições de quarta-feira na Holanda, um dos países com a mais longa tradição liberal da Europa. Conquistou 23,6% dos votos e elegeu 37 dos 150 deputados da Câmara, mais do que dobrando sua bancada, mas talvez não consiga articular uma maioria para formar um governo.
Em segundo lugar, 15,5% dos votos, ficou a aliança entre o Partido Verde (GL) e o Partido Trabalhista (PvdA), liderada pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, com 25 deputados.
A extrema direita governa três países da União Europeia, a Hungria do primeiro-ministro Viktor Orbán, a Itália da primeira-ministra Giorgia Meloni e a Eslovênia, com o primeiro-ministro Robert Fico, eleito no mês passado. Perdeu na Polônia, que governava há oito anos. Faz parte do governo como parceira menor na Finlândia e na Letônia.
Na Espanha, o Vox ficou em terceiro lugar, mas sua aliança com o Partido Popular, de direita, que foi o mais votado, não conseguiu maioria absoluta na Câmara de Deputados e o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez conquistou um terceiro mandato.
Com 21% das preferências nas pesquisas, a Alternativa para a Alemanha (AfD) é o segundo partido mais popular da Alemanha hoje, atrás apenas da coalizão União Democrata-Cristã-União Social-Cristã (CDU-CSU) com 29%. Está na frente dos três partidos que apoiam o governo Olaf Scholz. O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) tem 16% nas pesquisas, Os Verdes 14% e o Partido Liberal-Democrata (FDP) 5%.
Ao festejar o resultado, Wilders prometeu acabar com o "tsuname de asilo" para garantir que "os holandeses tenham seu país de volta". Também quer convocar um plebiscito para retirar a Holanda da UE.
Islamofóbico, Wilders vive sob proteção policial desde 2004. Quer proibir o Corão, o livro sagrado do islamismo, sobretaxar o véu muçulmano, fechar mesquistas e escolas religiosas islâmicas. Para ter alguma chance de ser primeiro-ministro, terá de moderar suas propostas.
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