Sob suspeita, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje a aprovação da primeira vacina contra o coronavírus de 2019. Chamou de Sputnik V, numa referência ao primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik, lançado pela União Soviética em 4 de outubro de 1957, na largada da corrida espacial.
O problema é que a vacina russa, desenvolvida numa universidade de Moscou, não passou da primeira fase de testes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Nenhum estudo a respeito foi divulgado em publicações científicas importantes. É mais uma jogada política de Putin, que perdeu prestígio com a covid-19 e tenta se apresentar como salvador da pátria.
Há 165 vacinas em desenvolvimento mundo contra o novo coronavírus. Oito estão na terceira fase de testes, quando é aplicada em seres humanos em larga escala. As duas primeiras fases testam a dosagem e a segurança. O teste em grande escala serve para ver como é a reação num grande número de pessoas. A Rússia testou em pouca gente, principalmente militares.
Na verdade, o teste em grande escala será feito com a população. Putin anunciou que a vacinação começa em outubro. O ditador falou que a vacina foi testada na sua própria filha, que teria tido inicialmente uma febre de 38 graus e no dia seguinte não apresentou nenhum efeito colateral e conseguiu imunidade. É uma aposta arriscada.
O método científico exige transparência e a revisão do resultado das experiências por outros cientistas. Se fizerem a mesma coisa, precisam chegar ao mesmo resultado. Se a vacina russa der algum resultado positivo, alcançar alguma imunidade, ainda que parcial, Putin vai alegar que salvou milhares de vidas.
O total de casos confirmados no mundo se aproxima de 20,3 milhões, com 164.537 mortes e mais de 13 milhões da pacientes recuperados. A taxa de mortalidade dos casos encerrados está em 5% desde a semana passada.
Os Estados Unidos têm 5,121 milhões de casos e 164,5 mil mortes. Meu comentário:
No Brasil, houve mais 1.242 mortes e mais de 56 mil casos novos em 24 horas, elevando o total para 103.099 mortes e 3,112 milhões de casos confirmados. São Paulo teve hoje o segundo pior dia em número de mortes, 420. A média diária dos últimos sete dias ficou em mil.
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