O principal líder da oposição na Rússia, o advogado e blogueiro anticorrupção Alexei Navalny, de 44 anos, foi hospitalizado hoje inconsciente, em estado grave, sob suspeita de ter sido envenenado pela ditadura de Vladimir Putin.
Navalny passou mal durante uma viagem aérea de Tomsk, na Sibéria, com destino a Moscou. O avião precisou fazer um pouso de emergência na cidade de Omsk, também na Sibéria. Seus assessores disseram que ele só havia tomado um chá e acreditam que a bebida estava com veneno.
"Alexei foi envenenado, intoxicado e está em tratamento intensivo", declarou sua porta-voz, Kira Iarmich. "Supomos que tenha sido envenenado com alguma coisa misturada no seu chá. Foi a única coisa que bebeu de manhã. Os médicos disseram que a toxina foi absorvida mais rapidamente por causa da bebida quente."
Um dos médicos pediu para o líder oposicionista ser levado para outra cidade com mais recursos. A Alemanha ficou de enviar um avião-ambulância e a França ofereceu asilo político.
Desde o assassinato do ex-primeiro-ministro Boris Nemtsov, em 27 de fevereiro de 2015, a 50 metros das muralhas do Kremlin, Navalny é o principal líder da oposição e maior crítico da ditadura de Putin.
Durante a campanha para o plebiscito que aprovou uma reforma constitucional, em junho, Navalny atacou duramente o regime russo e denunciou a votação como um "golpe" e "violação da Constituição".
A reforma constitucional dá a Putin o direito de se candidatar a presidente mais duas vezes e deixar o poder em 2036. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, lamentou a situação e desejou "pronto restabelecimento" para Navalny. A oposição duvida de sua sinceridade.
O serviço secreto da Rússia é acusado de várias tentativas de envenenamento, especialmente de ex-agentes, como Alexander Litvinenko, assassinado em Londres em 2006 com polônio radioativo, e Serguei Skripal, atacado em 2018 no interior da Inglaterra, que conseguiu se salvar.
No próximo ano, haverá eleições parlamentares. Navalny seria a principal voz da oposição. Neste momento, os protestos contra a reeleição fraudulenta do ditador Alexander Lukachenko na vizinha Bielorrússia pode animar a oposição russa a sair às ruas.
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