quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Queda do governo enfraquece Macron na França

Um dia depois que as oposições se uniram da extrema direita à extrema esquerda para derrubar o primeiro-ministro Michel Barnier, o presidente da França, Emmanuel Macron, fez um pronunciamento em tom de desafio, afirmou que não renuncia e anunciou a nomeação de um novo chefe de governo comprometido com o "interesse geral" da nação.

O próprio Macron é o maior responsável pela crise atual. A aliança governista Juntos tinha maioria relativa. Em 9 de junho, o presidente dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas realizadas em 30 de junho e 7 de julho. A esquerda elegeu 180 deputados, a bancada governista 159 e a extrema direita 142. 

Todos ficaram longe da maioria de 289 cadeiras. Macron rejeitou uma aliança com a esquerda e não indicou um primeiro-ministro da maior bancada como seria praxe num regime parlamentarista. O novo governo durou três meses.

Este novo fracasso de Macron enfraquece também a União Europeia. O chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, Olaf Scholz, caiu e o país realiza novas eleições gerais em 23 de fevereiro de 2025. Assim, os dois países que formam o eixo central da UE estão sem governo estável quando o antieuropeu Donald Trump se prepara para assumir a Presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro.

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