O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter (1977-81) morreu hoje aos 100 anos. Por causa das crises do petróleo e da ocupação da Embaixada dos EUA no Irã depois da Revolução Islâmica, Carter governou por apenas um mandato.
Perdeu a reeleição para Ronald Reagan em 1980, mas nunca parou de promover a democracia e os direitos humanos. Ele negociou o histórico acordo de paz entre Israel e o Egito, e ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2002. O Centro Carter observa e fiscaliza eleições em vários países.
Carter foi uma resposta aos governos de Richard Nixon (1969-74), que renunciou para não sofrer impeachment por causa do Escândalo de Watergate, e uma punição ao presidente Gerald Ford (1974-77), que perdoou Nixon e foi derrotado por Carter em 1976. Ao tomar posse, Carter perdoou os desertores da Guerra do Vietnã (1955-75).
Quando Leonel Brizola recebeu um aviso para sair do Uruguai, em 1977, em plena Operação Condor, depois das mortes suspeitas dos ex-presidentes João Goulart, Juscelino Kubitschek e do ex-governador Carlos Lacerda em 1976, o presidente Carter o acolheu nos EUA.
Conservador, batista, produtor de amendoim na Geórgia, um estado do Sul onde foi governador, Carter talvez tenha sido o mais religioso de todos os presidentes dos EUA. Fazia sua orações diariamente na Casa Branca, mas nunca manipulou a fé por objetivos políticos, o que seria feito por seu sucessor, Ronald Reagan, que atraiu a direita religiosa, que tradicionalmente não votava, para o Partido Republicano.
Sua política de direitos humanos, um instrumento de propaganda na Guerra Fria contra a União Soviética, ignorou crimes cometidos por ditadores aliados como o Xá do Irã, Ferdinando Marcos nas Filipinas e Suharto na Indonésia. Mas serviu para expor e irritar as ditaduras militares da América Latina, que tinham o apoio explícito de Henry Kissinger, o secretário de Estado de Nixon e Ford. Apesar da hipocrisia da superpotência ao excluir aliados, teve um impacto nos países sob ditaduras, principalmente na América Latina.
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