quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 4 de Dezembro

 IVÃ, O TERRÍVEL

    Em 1533, aos três anos de idade, o futuro czar Ivã IV, o Terrível, é nomeado grão-príncipe do Principado de Moscou depois da morte do pai, o grão-príncipe Basílio III, com a mãe como regente até morrer em 1538.

Ivã IV é o primeiro czar da Rússia. É o césar. A Rússia Kievana ou Principado de Kiev adota o cristianismo ortodoxo como religião oficial em 988, num acordo com o Império Bizantino, o Império Romano do Oriente, mas acaba com a invasão mongol, que toma Kiev em 1240 e domina a região até 1480.

Quando os turcos do Império Otomano tomam Constantinopla, em 29 de maio de 1453, e acabam com o Império Bizantino, Moscou reivindica a posição de Terceira Roma, o novo centro do cristianismo oriental.

Seu reinado, que vai até 1584, é marcado pelo nascimento da Rússia czarista e pela expansão imperial para subjugar povos não eslavos. Ele trava longas e malsucedidas guerras com a Polônia e a Suécia, e cria um reino de terror ao tentar impor disciplina militar, centralização administrativa e enquadrar os boiardos, o mais alto escalão da nobreza feudal.

FIM DO LED ZEPPELIN

    Em 1980, pouco mais de dois meses depois da morte do baterista John Bonham, a banda de rock britânica Led Zeppelin anuncia sua dissolução.

O Led Zeppelin nasce em 1968 como New Yardbirds por iniciativa de Jimmy Page, que é o último guitarrista solo da lendária banda Yardbirds, que teve guitarristas como Eric Clapton e Jeff Beck. Os três estão entre os maiores guitarristas da história.

A nova banda de Page tem John Paul Jones no contrabaixo e nos teclados, Bonham na bateria e o cantor Robert Plant. Tem influência rock, do rock psicodélico, do blues, do folclore norte-americano e das músicas celta, árabe e indiana. É considerada pioneira do heavy metal. Stairway to Heaven é considerada por muitos a melhor música da história do rock.

Ao lado dos Beatles, dos Rolling Stones, The Who e Pink Floyd, o Led Zeppelin está entre as cinco maiores bandas de rock and roll, todas britânicas, embora não haja unanimidade a esse respeito. Bonham morre em 25 de setembro de 1980, depois de tomar 40 doses de vodca em 24 horas.

TERRY ANDERSON LIBERTADO

     Em 1991, o jornalista norte-americano Terry Anderson, chefe do escritório da agência de notícias Associated Press no Líbano, é solto depois de 2.454 dias (seis anos e meio) sequestrado por extremistas muçulmanos em Beirute.

Anderson cobria a Guerra Civil Libanesa (1975-90). Em 16 de março de 1985, é capturado no setor oeste de Beirute, onde os muçulmanos são maioria, ao sair de uma quadra de tênis. Os sequestradores o levam para a Zona Sul da capital libanesa, onda a maioria é xiita.

Durante a Guerra Civil Libanesa, 92 estrangeiros são sequestrados, entre eles 17 norte-americanos. Os sequestros são realizados pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), fundado em 1982 em reação à invasão israelense ao Líbano.

Vários norte-americanos são sequestrados pouco depois que a Justiça do Kuwait condena 17 xiitas pelos atentados a bomba contra os quartéis-generais dos Fuzileiros Navais dos EUA e da Legião Estrangeira da França em Beirute, em 23 de outubro de 1983.

Em 1990, quando a a Guerra Civil Libanesa chega ao fim, os EUA melhoram as relações com o Irã e a Síria. Isto ajuda a libertação dos reféns.

MISSÃO CONTRA A FOME

    Em 1992, depois de perder a eleição presidencial, diante da fome na região do Chifre da África, o presidente George Bush manda 28 mil soldados dos Estados Unidos para a Somália em missão humanitária.

Bush justifica a Operação Restaurar a Esperança para salvar mais de um milhão de vidas somalianas. Em 1992, uma guerra civil entre clãs que vem desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 26 de janeiro de 1991, e uma das piores secas do século na África deixam um quarto da população da Somália à beira da fome.

As Nações Unidas iniciam uma missão humanitária para distribuir alimentos e remédios em agosto de 1992, sem sucesso. Como os capacetes azuis da ONU não conseguem controlar a guerra civil, milhares de toneladas de alimentos se deterioram em armazéns portuários.

Cinco dias depois do anúncio de Bush, os primeiros fuzileiros navais desembarcam em Mogadíscio. Os EUA conseguem distribuir ajuda humanitária enquanto  não intervêm na guerra civil somaliana. Em maio de 1993, já no governo Bill Clinton (1993-2001), os EUA entregam formalmente o comando da missão à ONU.

Em 5 de junho de 1993, quando restam 4,3 mil soldados norte-americanos na Somália, 24 soldados paquistaneses da ONU morrem numa emboscada dos rebeldes liderados pelo general Mohamed Farah Aidid, o senhor da guerra no controle da região de Mogadíscio.

As forças dos EUA e da ONU começam então uma caçada a Aidid, com 400 soldados de elite da Força Delta enviados especialmente para capturar o senhor da guerra mais procurado da Somália.

Dois meses depois, em 3 a 4 de outubro, 18 soldados norte-americanos são mortos e 84 feridos na Batalha de Mogadíscio, retratada no filme Falcão Negro em Perigo. A batalha dura 17 horas. É o combate mais violento dos EUA desde a Guerra do Vietnã (1955-75). Cerca de mil somalianos morrem.

Três dias depois, Clinton anuncia a retirada total. Os últimos soldados dos EUA deixam a Somália em 25 de março de 1994. Fica uma força de paz da ONU de 20 mil homens que sai em 1995 sem pacificar o país.

A última missão da ONU começa em 2014. Foi prorrogada várias vezes, com nomes diferentes. A mais recente inicia em 1º de novembro de 2024.

Por causa da tragédia na Somália, o presidente Clinton decide não intervir em Ruanda, onde um genocídio mata cerca de 800 mil pessoas de 7 de abril a 15 de julho de 1994, no que ele considera seu maior erro de política externa.  

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