terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 17 de Dezembro

 AVIÃO QUE NÃO DECOLA

    Em 1903, os irmãos Orville e Wilbur Wright realizam o primeiro voo de um aparelho mais pesado do que o ar, em Kitty Hawk, na Carolina do Norte, no que é considerado o primeiro voo de avião da história.

A diferença em relação ao 14 bis, criado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, que faz o primeiro voo em 23 de outubro de 1906, é que é o primeiro a decolar. O avião dos irmãos Wright é catapultado, fica 12 segundos no ar e percorre 36 metros.

AR PURO

    Em 1963, entra em vigor uma das primeiras leis ambientais dos Estados Unidos. A Lei do Ar Puro autoriza os governos federal e estaduais a pesquisar a regulamentar a poluição do ar.

A Lei de Controle da Poluição do Ar, de 1955, destina US$ 15 bilhões para estudar o impacto da contaminação do ar no país. Deixa evidente a necessidade de uma legislação mais específica para atacar o problema.

A lei de 1963 é emendada em 1967, 1970, 1977 e 1990. Na opinião da prestigiosa revista Scientific American, é um modelo da legislação necessária. Mas a supermaioria conservadora da Suprema Corte decide, em junho de 2022, que a Agência de Proteção Ambiental não tem autoridade para limitar as emissões de gases de efeito estufa dos estados com base em decretos. Isso só pode ser feito, de acordo com a decisão, por lei aprovada pelo Congresso.

Os ministros são a favor do estado da Virgínia Ocidental, grande produtor de carvão, o mais poluente dos combustíveis fósseis, dificultando a ação do governo federal para conter o aquecimento global.

PRIMAVERA ÁRABE

    Em 2010, o engenheiro desempregado Mohamed Bouazizi, que ganha a vida como camelô vendendo frutas e legumes, tem a mercadoria confiscada pelo fiscal Faida Hamdi e se autoimola em Sidi Bouzid, na Tunísia. Sua morte, em 4 de janeiro de 2011, deflagra a onda de protestos e revoluções conhecida como Primavera Árabe.

Depois do confisco, Bouazizi vai até a delegacia de polícia para tentar recuperar sua balança elétrica. Sem sucesso, tenta uma audiência com o governador regional. Quando não consegue, por volta de 11h30, joga combustível sobre a cabeça e a roupa, e toca fogo.

Ao saber a imolação, seu primo Ali Bouazizi vai até o local e filma Mohamed ao ser colocado numa ambulância e os protestos com a situação. Publica as imagens no Facebook e manda para a televisão árabe Al Jazira, que bota a reportagem no ar naquela noite.

No dia seguinte, uma onda de protestos se espalha pela Tunísia. Primeiro, o ditador Zine El Abidine Ben Ali manda reprimir as manifestações. Em 28 de dezembro, visita Bouazizi no hospital. O fiscal, que o teria esbofeteado, é preso.

Com a morte de Bouazizi, os protestos se intensificam. Dez dias mais tarde, em 14 de janeiro, depois de ficar 23 anos no poder, Ben Ali foge para a Arábia Saudita. A Primavera Árabe se espalha pelo Egito, o Bahrein, o Iêmen, a Líbia e a Síria. 

No Egito, a revolução começa em 25 de janeiro, com protestos contra a brutalidade policial, o estado de emergência em vigor há décadas, a falta de liberdade, a censura, a corrupção, o desemprego, a inflação e os baixos salários.

A Primavera Árabe é um produto da Grande Recessão (2008-9), a crise econômico-financeira deflagrada pela falência de banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008. A economia egípcia crescia em média 8% ao ano no início do século. O ditador Hosni Mubarak, no poder há quase 30 anos, cai em 11 de fevereiro.

Quatro dias depois, começa a guerra civil na Líbia, que não termina com a fuga do ditador Muamar Kadafi, em agosto, e sua morte, em 20 de outubro, em meio a uma intervenção militar internacional liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

A Líbia está até hoje em guerra civil, assim como o Iêmen. Na Síria, onde cerca de 618 mil pessoas foram mortas, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental ligada à oposição, a guerra civil parece ter terminado com a queda do ditador Bachar Assad em 8 de dezembro de 2024.

Só na Tunísia a Primavera Árabe levou a uma democratização do país, mas o autoritarismo está de volta com a eleição em 2019 do presidente Kais Saied. Em 25 de julho de 2021, ele demite o primeiro-ministro, fecha o Parlamento e acaba com a imunidade parlamentar.

MORRE O QUERIDO LÍDER    

    Em 2011, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Il, morre do coração quando viaja pelo interior do país e é sucedido pelo filho Kim Jong Un, depois de suceder o pai, o Grande Líder Kim Il Sung, fundador do país e de um comunismo dinástico.

Kim Jong Il nasce em 1941 numa base militar soviética em Khabarovsk, na Rússia, onde seu pai articula a resistência contra o Japão. Ao virar líder, a história oficial afirma que ele nasceu em 16 de fevereiro de 1942 no Monte Paektu, sobre o qual surgiram uma nova estrela e um duplo arco-íris.

Querido Líder, que de acordo com a história oficial do regime stalinista norte-coreano "nunca defecou", chega ao poder em 1994 e mantém a ditadura impiedosa no país mais fechado do mundo.

Como a Coreia do Norte perde seu patrocinador com o fim da União Soviética em 1991, é um período de miséria, escassez, fome e falta de energia. Kim Jong Il faz os primeiros testes nucleares, o primeiro em 9 de outubro de 2006 e o segundo em 25 de maio de 2009.

Kim II é sucedido por Kim III, Kim Jong Un, meses depois da queda e morte do ditador Muamar Kadafi, que acaba com os programas de armas de destruição em massa e se aproxima do Ocidente durante a guerra contra o terrorismo, mas vira alvo de uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia.

Com medo de seguir o destino de Kadafi, Kim Jong Un acelera o programa nuclear, faz mais quatro testes e desenvolve mísseis de longo alcance, capazes de atingir o território continental dos EUA.

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