sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Alemanha dissolve Parlamento e antecipa eleições em plena crise

 O presidente Frank-Walter Steinmeier dissolveu hoje o Parlamento Federal da Alemanha. As eleições gerais foram antecipadas em sete meses depois da queda do chanceler (primeiro-ministro) social-democrata Olaf Scholz. Serão realizadas em 23 de fevereiro de 2025, em meio a uma crise do modelo econômico alemão e de ascensão da extrema direita. A favorita é a União Democrata-Cristão (CDU), o partido tradicional da direita conservadora, liderado por Friedrich Merz, que deve ser o próximo chefe de governo.

Maior economia da Europa e terceira do mundo, a Alemanha enfrenta uma crise de seu modelo econômico por causa da concorrência dos países da Ásia, especialmente da China, e do fim da energia barata da Rússia. O governo Scholz caiu por causa da discordância dos liberais-democratas sobre a recuperação da economia.

A CDU de Merz faz campanha com a defesa do neoliberalismo econômico, com cortes de impostos e gastos públicos, e contra a imigração. A onda de refugiados que entrou no governo Angela Merkel (2005-21) é a principal causa do surgimento e ascensão do partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD), que está em segundo lugar nas pesquisas.

Com o fragmentação do sistema política e a recusa dos partidos tradicionais de formar governo com a extrema direita, há uma expectativa de que sejam necessários meses após as eleições até a Alemanha ter um novo governo. Como a França também está em crise, com um governo sem maioria na Assembleia Nacional, o eixo central da União Europeia está enfraquecido no momento da volta do presidente Donald Trump à Casa Branca.

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