domingo, 8 de dezembro de 2024

Assad foge para Rússia e deixa Síria em era de incerteza

Depois de mais de meio século de uma tirania que começou com seu pai, o ditador Bachar Assad chegou com a família hoje a Moscou, onde recebeu "asilo humanitário". A Síria vive um momento de euforia. Milhares de refugiados estão voltando para casa, mas os riscos e incertezas são enormes, tendo em vista o que aconteceu no Líbano, no Iraque e na Líbia.

Refugiados voltam da Turquia
Grande derrotada com a queda de Assad, a Rússia convocou uma reunião de emergência a portas fechadas do Conselho de Segurança das Nações Unidas para tentar manter alguma influência no futuro da Síria, onde tem duas bases militares.

Em Washington, o presidente Joe Biden considerou o fim da ditadura de Assad um "ato de justiça" e uma "oportunidade histórica", mas advertiu para os riscos. Os Estados Unidos bombardearam no domingo 76 alvos do Estado Islâmico na Síria. 

A milícia que tomou o poder em Damasco, Hayat Tahrir al-Sham (Organização para a Libertação do Levante) é considerada um grupo terrorista. Os EUA oferecem US$ 10 milhões por seu líder, Abu Mohammed al-Julani, cujo nome de batismo é Ahmed Hussein al-Charaa. Ele chamou a queda de Damasco "uma vitória de toda a nação do Islã".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que ontem foi "um dia histórico para o Oriente Médio" que traz riscos e oportunidades. Israel fez ontem o maior bombardeio à Síria desde a Guerra do Yom Kippur, em 1973, atacando mais de 100 alvos, principalmente da Força Aérea da Síria, de agentes iranianos e da milícia extremista xiita Hesbolá (Partido Deus), Também entrou em território sírio, ocupando posições abandonadas pelo Exército de Assad.

Netanyahu pediu ao novo regime que procure uma convivência pacífica com Israel, mas as explosões e incêndios causados pelo bombardeio israelense em Damasco, tomada sem resistência pelos rebeldes, vai no sentido contrário.

Os grandes desafios são evitar a fragmentação do Iraque, a formação de um Estado terrorista ou que o país vire um Estado falido e campo de batalha de interesses estrangeiros como aconteceu no Líbano, no Iraque e na Líbia.

Nenhum comentário: