sábado, 20 de abril de 2024

Hoje na História do Mundo: 20 de Abril

NASCIMENTO DE HITLER

    Em 1889, nasce em Braunau, na Áustria, Adolf Hitler, líder do Partido Nazista, chanceler (primeiro-ministro) e ditador da Alemanha, o grande genocida, o pior tirano de todos os tempos e o maior responsável pela Segunda Guerra Mundial (1939-45), com uma visão de mundo baseada na expansão territorial através da guerra e a supremacia da raça ariana.

Hitler passa a maiori parte da infância em Linz, na Áustria. Aluno medíocre, não passa do ensino médio. Sonha em ser pintor, mas é reprovado em duas tentativas de entrar para a Academia de Artes de Viena.

Em 1913, Hitler se muda para Munique, na Alemanha. Por falta de vigor físico, é rejeitado para o serviço militar na Áustria. Quando estoura a Primeira Guerra Mundial (1914-18), consegue entrar para um regimento de infantaria da Baviera. 

Ele participa da Primeira Batalha de Ypres, na Bélgica. É condecorado duas vezes por bravura. No fim da guerra, está hospitalizado por ter sofrido um ataque com armas químicas.

A guerra, a disciplina militar e a camaradagem com os companheiros de armas compensam a frustração da vida civil. Hitler vê a guerra e o heroísmo como a exaltação do espírito humano.

Em setembro de 1919, ele entra para o pequeno Partido Alemão dos Trabalhadores, que em 1920 muda de nome para Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista). Torna-se responsável pela propaganda do partido.

O ressentimento com a derrota da Alemanha, as duras condições impostas ao país pela Conferência de Paz de Versalhes (1919) e a crise econômica decorrente causam grande descontentamento. Deixam um terreno fértil para a demagogia populista.

Sua personalidade carismática e liderança dinâmica atraem membros do partido como Alfred Rosenberg, Rudolf Hess, Herman Göring e Julius Streicher.

A primeira tentativa de tomar o poder é o Golpe de Cervejaria de Munique, deflagrado em 8 de novembro. Hitler é preso e condenado por traição a 5 anos de cadeia. Na prisão, escreve o Mein Kampf (Minha Luta), o manual da propaganda nazista. É solto em 20 de dezembro de 1924, depois de cumprir apenas nove meses de detenção.

Suas ideias incluem uma visão desigual e hierarquica de povos, países e indivíduos numa ordem natural imutável com a raça ariana e o povo alemão no topo como líderes e guias da humanidade. No centro de seu pensamento estão o pangermanismo, o antissemitismo e o anticomunismo.

O maior inimigo do nazismo não é a democracia liberal, que está em crise na Alemanha com o fracasso da República de Weimar. É o marxismo, que para ele inclui a social-democracia e o comunismo, e o povo judeu, para Hitler a encarnação de todo o mal.

Seu antissemitismo é evidente desde 1919, quando escreve que "o objetivo final deve ser a remoção de todos os judeus. Em Mein Kampf, Hitler descreve o judeu como "destruidor da cultura", "ameaça" e "parasita da nação".

A Grande Depressão (1929-39) da economia gera a instabilidade política que leva os nazistas ao poder. 

Depois de eleições em que o Partido Nazista conquista 33% dos votos em 6 de novembro de 1932, Hitler é nomeado chanceler (primeiro-ministro) em 30 de janeiro, quando a taxa de desemprego está em 34%. Menos de um mês depois, em 27 de fevereiro, há o incêndio do parlamento. Os nazistas são suspeitos e acusam os comunistas. É o grande golpe da ascensão de Hitler ao poder total.

O primeiro campo de concentração, Dachau, é criado em 22 de março de 1933. Até 1945, os nazistas operam mais de mil campos de concentração

A Lei Habilitante é aprovada em 23 de março de 1933 pelo Partido Nazista, pelo Partido Nacional Popular da Alemanha e pelo Partido de Centro. Dá os primeiros poderes ditatoriais a Hitler, permitindo que o governo crie leis e assine tratados com outros países sem a aprovação do Reichstag.

Entre 10 de maio e 21 de junho de 1933, os nazistas organizam grandes queimas de livros justificadas pela "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura alemã".

Nos seus primeiros anos do poder, a Alemanha vence a depressão econômica com uma política agressiva de industrialização e rearmamento. O desemprego cai de 34% em janeiro de 1933 para 13,5% em julho de 1934.

Com a morte do presidente Paul von Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, o regime nazista convoca um plebiscito para unificar os cargos de presidente e primeiro-ministro na figura do Führer (Líder). Em 19 de agosto, os alemães aprovam a ditadura de Adolf Hitler com quase 90% dos votos.

Em setembro de 1935, são aprovadas as Leis de Pureza Racial de Nurembergue. Desde o século 19, os judeus eram aceitos como membros da sociedade alemã com plenos direitos e cidadãos iguais aos outros.

A Lei de Cidadania do Reich determina que só pessoas com "sangue ou ascendência alemã" podem ser cidadãos. Os judeus são "súditos do Estado", não cidadãos. A Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemãs proíbe o casamento e as relações sexuais entre judeus, acusados de serem "poluidores raciais", e não judeus.

De 11 a 13 de março de 1938, a Alemanha Nazista anexa a Áustria, país de origem de Hitler. Em 30 de setembro de 1938, Hitler toma a região dos Sudetos, na Tcheco-Eslováquia, onde há uma grande população de origem alemã, com a conivência da França e do Reino Unido no Pacto de Munique, uma tentativa de evitar a guerra na Europa. A invasão da Boêmia e da Morávia, em 15 de março de 1939, completa a anexação da Tcheco-Eslováquia.

A Segunda Guerra Mundial começa em 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha. Dias antes, em 23 de agosto, Hitler e o ditador Josef Stalin fazem o Pacto Germano-Soviético, um acordo de não agressão que Hitler usa para dividir a Polônia e garantir a paz na frente oriental enquanto toma a Europa Ocidental.

A derrota na Batalha da Inglaterra, um combate aéreo travado de 10 de julho a 31 de outubro de 1940, impede Hitler de invadir o Reino Unido.

Em 22 de junho de 1941, Hitler rompe o pacto de não agressão com Stalin e ordena a invasão da União Soviética. No fim daquele ano, em 7 de dezembro, o Império do Japão, aliada da Alemanha, ataca a Frota do Pacífico dos Estados Unidos em Pearl Harbor, no Havaí. Os EUA entram na guerra.

A Conferência de Wannsee, um subúrbio de Berlim, adota em 20 de janeiro de 1942 a "solução final" para a questão judaica, uma tentativa de exterminar os judeus da Europa. Cerca de 11 milhões de pessoas morrem no Holocausto, 6 milhões de judeus, 60% dos judeus europeus, 1,5 milhão de ciganos, socialistas, comunistas, negros e opositores do regime nazista.

Em meados de 1942, o Exército nazista domina grande parte da Europa continental, o Norte da África e quase um quarto da URSS. Com a derrota nas batalhas de Moscou (1941-42) e Stalingrado (1942-43), a Alemanha Nazista para de avançar. O Afrika Korps, o exército alemão no Norte da África, se rende em 12 de maio de 1943.

Em 9 de julho de 1943, os aliados invadem a Sicília e começam a acabar com a ditadura de Benito Mussolini na Itália, o principal aliado de Hitler.

A Invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, abre uma nova frente de combate na Europa Ocidental. Na frente oriental, o Exército Vermelho da URSS avança rumo a Berlim. 

Em 20 de julho de 1944, Hitler sobrevive a um atentado na Toca do Lobo, seu esconderijo secreto na Prússia Oriental, na Operação Valquíria, uma conspiração para dar um golpe de Estado liderada pelo coronel Claus von Stauffenberg.

A Batalha de Ardenne, de 16 de dezembro de 1944 a 25 de janeiro de 1945, é a última grande contraofensiva alemão na frente ocidental, uma tentativa de deter o avanço das forças norte-americanas.

O Exército Vermelho ganha a corrida rumo a Berlim. Toma a capital da Alemanha em 8 de maio de 1945, fim da guerra na Europa. Hitler se suicida oito dias antes, em 30 de abril, um seu bunker em Berlim.

RÁDIO ISOLADO

    Em 1902, quatro anos depois de descobrir os elementos radioativos rádio e polônio, o casal Marie e Pierre Curie consegue isolar sais de rádio de um minério em seu laboratório.

Maria Salomea Sklodowska nasce em Varsóvia, na Polônia, então parte do Império Russo, em 7 de novembro de 1867. Aos 24 anos, em 1891, ela segue a irmã mais velha, Bronislawa, e vai estudar na Universidade de Paris, onde se forma em física e química.

Na França, ela passa a ser chamada de Marie. Em 1894, quando obtém o segundo diploma, conhece Pierre Curie, instrutor da Escola Superior de Física e Química Industriais de Paris, apresentado pelo físico polonês Józef Kowalski, que sabia que Marie estava procurando um espaço maior para seu laboratório. Pierre lhe oferece o espaço.

A paixão pela ciência aproxima os dois. Pierre Curie a pede em casamento. Marie recusa. Quer voltar para a Polônia. De volta a Varsóvia, ela percebe que não pode fazer carreira em seu país, onde o acesso à universidade lhe é negado por ser mulher.

Por carta, Pierre Curie a convence a voltar para Paris para fazer um doutorado. Eles se casam em 26 de julho de 1895 sem cerimônia religiosa. Uma piada na época era que Marie era "a grande descoberta de Pierre".

No mesmo ano, Wilhelm Roentgen descobre os raios-X, mas não o fenômeno que os causa. Em 1896, Henri Becquerel percebe que o urânio emite raios semelhantes aos raios-X. Ela decide investigar o fenômeno para sua tese.

Marie Curie levanta a hipótese de que a radiação não seja resultado da interação entre moléculas, venha do próprio átomo. 

Entre suas realizações, estão a teoria da radioatividade, palavra que ela criou, técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos químicos, o polônio e o rádio.

Ela é a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel e a primeira professora da Universidade de Paris. É também a primeira pessoa a ganhar duas vezes o Nobel. Ganha o prêmio de Química em 2011.

FIM DO IMPÉRIO OTOMANO

    Em 1924, a Grande Assembleia Nacional da Turquia aprova uma Constituição plenamente republicana e conclui a dissolução do Império Otomano, que durante seis séculos foi o centro das interações entre Europa e Ásia. O general Mustafá Kemal, que proclamara a república seis meses antes, é o primeiro presidente. Em 20 de novembro de 1934, ele adota o sobrenome de Atatürk, o Pai dos Turcos.

O Império Otomano é fundado pelo sultão Osmã I em 1299. Em 29 de maio de 1453, o imperador Mehmet II toma Constantinopla. É o fim do Império Romano do Ocidente e da Idade Média. O Império Otomano atinge o auge nos séculos 16 e 17, quando é uma das maiores potências mundiais. 

Os otomanos chegam a cercar Viena, a capital do Sacro Império Romano-Germânico, duas vezes. O Primeiro Cerco Otomano a Viena, de 27 de setembro a 14 de outubro de 1529, é um marco do fim da invencibilidade turca.

No mar, uma aliança de potências católicas sob a liderança de Felipe II, da Espanha, vence os otomanos na Batalha de Lepanto, na costa da Grécia, em 7 de outubro de 1571.

A derrota na Batalha de Viena, em 12 de setembro de 1683, depois de dois meses de Segundo Cerco Otomano a Viena, marca o início do recuo na Europa.

Nos séculos 17 e 18, o Império Otomano perde a supremacia militar sobre os europeus. Em 1821, a Grécia se torna o primeiro país dos Bálcãs e proclamar a independência, conquistada em 1830. Com uma reforma modernizante, a Tanzimat (1839-76), que significa reestruturação, o império recupera seus poderes ao longo do século 19. 

Depois de derrotas na Guerras dos Bálcãs (1912-13), os otomanos se aliam aos impérios Alemão e Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial (1914-18). A Revolta Árabe (1916-18), apoiada pelo Império Britânico a conselho do major Thomas Edward Lawrence, o Lawrence da Arábia, 

Os impérios Alemão, Austro-Húngaro e Otomano, derrotados, desaparecem no fim da guerra, assim como o Império Russo, vencido pela Alemanha e dissolvido pela Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia.

A partilha do Império Otomano no Tratado de Sèvres, de 10 de agosto de 1920, dá a origem ao que são hoje 40 países, inclusive a República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida internacionalmente. Com a ocupação de Constantinopla, o movimento nacionalista turco luta pela independência de 1919 a 1922 sob a liderança de Mustafá Kemal. A monarquia acaba em 1º de novembro de 1922.

O Tratado de Lausanne reconhece a República da Turquia em 24 de julho de 1923. A Grande Assembleia Nacional proclama oficialmente a independência em 29 de outubro do mesmo ano. O califado é abolido em 3 de março de 1924.

MAIOR VAZAMENTO DE PETRÓLEO

    Em 2010, uma explosão na plataforma de petróleo Horizonte de Águas Profundas, no Golfo do México, a 66 quilômetros da costa da Louisiana, nos Estados Unidos, mata 11 funcionários, fere outros 17 e causa o maior vazamento acidental de petróleo da história, superado apenas para guerra ecológica do ditador do Iraque, Saddam Hussein, contra o Kuwait no fim da Guerra do Golfo Pérsico de 1991.

A plataforma, operada para companhia BP, antiga British Petroleum, afunda dois dias depois. O poço na sua base só é selado em 19 de setembro, depois de um vazamento de 4,9 milhões de barris, 780 mil metros cúbicos.

O petróleo bruto chega à Baia de Tampa e ao Panhandle, na Flórida. Em 2013, 2,2 mil toneladas de material oleoso são removidas das praias da Louisiana, o dobro de 2012. O ambiente marinho, a vida selvagem e as indústrias de pesca e do turismo são abaladas fortemente.

Em abril de 2016, a BP faz um acordo com o Departamento da Justiça dos EUA para pagar multas no valor de US$ 20,8 bilhões. Em 2018, os custos de limpeza, encargos e penalidades chegaram a US$ 65 bilhões.

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