domingo, 23 de maio de 2021

Pesquisadores de laboratório chinês ficaram doentes no início da pandemia, diz WSJ

 Três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan (IVW), na China, ficaram gravemente doentes em novembro de 2019 e precisaram ser hospitalizados, revelou um informe até agora secreto dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, informou o jornal The Wall Street Journal. Isto alimenta a suspeita de que o coronavírus tenha escapado do laboratório. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já pediu mais investigação sobre a origem da pandemia.

Esta sempre foi a segunda hipótese mais provável sobre a origem da covid-19. A primeira é que se trata de um vírus de morcego que chegou à espécie humana depois de passar por um hospedeiro, possivelmente, um pangolim, um animal pequeno com alguma semelhança com um tamanduá, num mercado que vendia carnes de 114 espécies animais, inclusive de cachorros, cobras, iguanas, morcegos e ratos.

O IVW faz pesquisas sobre coronavírus de morcegos. A China declara oficialmente que o primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado em 8 de dezembro de 2019, mas o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, rastreou um primeiro caso registrado em 17 de novembro. 

No primeiro momento, o regime comunista chinês tentou esconder a doença e depois deu pouco acesso à missão da OMS que investigou a origem da pandemia e esteve no laboratório em 3 de fevereiro. O instituto de virologia não mostrou os dados brutos de suas pesquisas, nem os registros de segurança sobre possíveis incidentes e medidas de precaução, nem relatórios de pesquisa. A notícia sai às vésperas de uma reunião da direção da OMS para decidir os próximos passos nesta busca.

A China já acusou os EUA, alegando que o coronavírus foi criado no laboratório do Forte Detrick, em Maryland, e pediu inquéritos sobre os primeiros surtos de covid-19 em outros países. Sugeriu até mesmo que poderia ter chegado à China em cargas de carnes congeladas.

Os cientistas se dividem. A maioria acredita que o vírus veio do contato humano com animais silvestres que poderiam ter passado o coronavírus. Hoje está provado que até cachorros podem passar o vírus. Há inclusive risco de que ao passar por um hospedeiro de outra espécie o vírus volte à espécie humana com uma mutação mais virulenta.

Esta corrente de opinião considera improvável que um vírus congelado para pesquisas laboratoriais tenha o mesmo vigor de um vindo da natureza. Quem acredita na hipótese de que tenha escapado do laboratório argumenta que não há morcegos daquela espécie em Wuhan e arredores.

Ao receber a missão da OMS, a Drª Shi Zhengli, membro da Comissão Nacional da Saúde e maior especialista em vírus de morcegos no IVW, afirmou que todos os funcionários do laboratórios foram testados e nenhum pegou o coronavírus. Os americanos desconfiam.

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