terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Divórcio Reino Unido-UE será submetido ao Parlamento Britânico

A primeira-ministra conservadora Theresa May anunciou hoje em discurso a diplomatas estrangeiros na sede do Ministério do Exterior, o rompimento total dos laços entre o Reino Unido e a União Europeia. Ela propôs um acordo de livre comércio com o bloco europeu e prometeu submeter o acordo final ao Parlamento Britânico.

A libra esterlina subiu 2%, depois de cair abaixo de US$ 1,20 nos últimos dias com a expectativa de uma saída dura em que o RU deixe o mercado único europeu, com o qual tem hoje a maior parte de seu comércio exterior.

O mercado aposta assim numa possível reversão do resultado plebiscito de 23 de junho de 2016, quando 52% dos votantes optaram pela saída do Reino Unido da UE.

Para evitar a fragmentação do bloco, os líderes da UE pretendem jogar duro. Se quiser ficar na UE, o RU terá de aceitar a livre circulação de pessoas dos países-membros. Como o controle da imigração foi tema central da campanha vitoriosa no referendo, isso é praticamente impossível.

Sob o argumento de que o centro financeiro de Londres seria abalado, o ministro das Finanças, Philip Hammond, defendeu a permanência no mercado comum. Foi voto vencido. A primeira-ministra rejeitou uma associação parcial em que o país fique "meio dentro, meio fora" do projeto de integração da Europa.

A dívida a ser cobrada do Reino Unido pode chegar de 40 a 60 bilhões de euros. Será um processo longo e doloroso. Na minha opinião, tende a acentuar o declínio e até dividir o país se a Escócia convocar novo plebiscito sobre a independência.

O processo de divórcio deve durar pelo menos dois anos a partir do momento em que a primeira-ministra recorrer ao artigo 50 do Tratado de Lisboa, um dos tratados constitutivos da UE. May deve fazer isso no fim de março.

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