O ex-presidente da República Islâmica do Irã Ali Akbar Hachemi Rafsanjani (1989-97) morreu do coração hoje aos 82 anos, informaram agências de notícias iranianas.
De homem do regime dos aiatolás, acusado de enriquecer em esquemas de corrupção, Rafsanjani passou a dissidente e apoiou a candidatura dissidentedo ex-primeiro-ministro Mir Hussein Mussavi, em 2009. Mussavi foi derrotado pelo então presidente Mahmoud Ahmadinejad numa eleição fraudulenta em que o Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, apoiou Ahmadinejad.
Em 2013, Rafsanjani apoiou o atual presidente Hassan Rouhani, considerado um aiatolá moderado, favorável a uma reaproximação com o Ocidente. Isso levou a um acordo com as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha para congelar por dez anos o programa nuclear iraniano.
Reintegrado ao sistema, chefiava a Assembleia dos Sábios, encarregada de aconselhar o Supremo Líder Espiritual. Sua morte enfraquece o movimento reformista para as eleições deste ano.
Rafsanjani presidia o Irã quando um atentado terrorista matou 85 pessoas na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em Buenos Aires e chegou a ser denunciado pela Justiça da Argentina.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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