O Conselho Superior das Forças Armadas do Egito, que tomou o poder na sexta-feita, afastando o ditador Hosni Mubarak, dissolveu hoje o parlamento e suspendeu a vigência da Constituição, No mesmo comunicado, prometeu entregar o poder aos civis em seis meses ou até a realização de eleições legislativas e presidencial livres.
As massas que derrubaram o governo em 18 dias de protesto, numa rara vitória do poder popular no Egito, estão deixando a Praça da Libertação, no centro do Cairo, onde a situação ainda é tensa por receio de algum tipo de retaliação dos setores mais duros da ditadura militar.
É tão grande a presença do Exército na republica egípcia que os militares têm amplos interesses econômicos, e não só no setor de defesa. Esta oligarquia militar e empresarial tende a resistir, assim como o aparelho repressivo do Ministério do Interior.
Os jovens que ainda ocupam a praça exigem a revogação do estado de emergência em vigor há 30 anos como garantia de que não serão punidos por sua rebeldia.
Para o primeiro-ministro Ahmed Chafik, a prioridade agora é "restabelecer a segurança". É desse discurso que os jovens têm medo, especialmente vindo de um ex-comandante da Força Aérea.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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