segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Raúl Castro reintroduz empresa privada em Cuba

LONDRES - Diante do colapso tardio do modelo econômico stalinista em Cuba, o presidente Raúl Castro anunciou uma iniciativa para estimular os cubanos a criarem empresas ou trabalharem como autônomos para tentar acabar com a dependência em relação ao Estado.

Em discurso na Assembleia Nacional, Raúl disse que "o governo concordou em ampliar o trabalho por conta própria como alternativa para o excesso de trabalhadores diante do número de empregos". A meta é despachar 1 milhão de ociosos do setor público.

Várias atividades microempresariais serão autorizadas e "a força de trabalho será mais flexível".

No velho jargão do capitalismo, isso significa que os empregados poderão ser demitidos pelas empresas privadas, que  vão pagar impostos sobre a venda e sobre a renda, além de uma contribuição à Previdência Social.

A nova abertura à iniciativa privada, explicou o presidente cubano, "constituti uma mudança conceitual e estrutural no interesse de preservar e desenvolver nosso sistema social, e torná-lo sustentável no futuro".

Cuba começa a seguir tardiamente o caminho trilhado pela China a partir de 1978 para se tornar a maior economia do mundo rumo ao primeiro lugar por causa de seu formidável mercado de 1,3 bilhão de pessoas.

O Vietnã iniciou sua reforma, a Doi Moi (Renovação), em dezembro de 1986, sob a liderança de Nguyen Van Linh.

Para se salvar, o socialismo adotou a economia capitalista, que o Partido Comunista da China chama de "economia de mercado socialista". Até quando pode ser chamada de socialista?

O conceito é de Deng Xiaoping, o pequeno grande líder da reforma econômica chinesa. Em declaração à Enciclopédia Britânica, Deng disse que o mercado era anterior ao capitalismo. Portanto, não era monopólio do capitalismo. Pode, assim, haver uma economia de mercado socialista.

É o teste a que Raúl se submeteu na ânsia de salvar uma economia quebrada e falida, apesar do apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, hoje um dos sustentáculos do regime comunista cubano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e