terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Hoje na História do Mundo: 18 de Fevereiro

 DESCOBERTA DE PLUTÃO

    Em 1930, o astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh, do Laboratório Lowell, de Flagstaff, no Arizona, nos Estados Unidos, descobre o nono planeta do Sistema Solar.

A existência de um planeta desconhecido é proposta por Percival Lowell. Para explicar oscilações na órbita de Netuno e Urano, haveria uma força gravitacional.

Mas, em agosto de 2006, a União Astronômica Internacional decide que Plutão não é realmente um planeta. É um planeta-anão, o maior dos corpos celestes do Cinturão de Culper, que fica depois de Netuno. É uma mistura de rocha e gelo com um terço do volume da Lua.

CRIAÇÃO DA ALALC

    Em 1960, a Argentina, o Brasil, o Chile, o México, o Paraguai, o Peru e o Uruguai fundam a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), com o objetivo de criar um mercado comum. Em 1970, entram Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela.

A ideia de uma união da América Latina é tão antigo quando a independência. O libertador Simón Bolívar não era antinorte-americano nem socialista. Sonhava em criar uma confederação, uma espécie de Estados Unidos da América do Sul. Organizou a 1ª Conferência Pan-Americana, em 22 de junho de 1826, na Cidade do Panamá.

A ALALC nasce sob a influência da Comissão Econômica da ONU para a América Latina (Cepal) e a inspiração da Comunidade Econômica Europeia, criada pelo Tratado de Roma em 1957 e instalada em 1958. 

Na época, em plena Guerra Fria, a superpotência dominante do sistema capitalista, os EUA, são contra acordos comerciais regionais para evitar o protecionismo. A CEE é a exceção porque os EUA precisam de uma Europa Ocidental rica e próspera para se contrapor ao comunismo soviético da Europa Oriental.

Em 1980, o ALALC é sucedida pela ALADI (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração), com a participação de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Cuba entra em 1999.

Depois da redemocratização da América do Sul e da aproximação entre Brasil e Argentina, é no marco da ALADI que se negocia o Tratado de Assunção para criar o Mercosul (Mercado Comum do Sul) em 26 de março de 1991. 

VAZAMENTO DO WIKILEAKS

    Em 2010, o sítio WikiLeaks começa a divulgar centenas de milhares de documentos secretos pirateados pelo analista de inteligência do Exército dos Estados Unidos Bradley Manning, que depois muda de sexo e de nome para Chelsea Manning.

Manning entra para o Exército em 2007 e no ano seguinte faz um curso numa escola de inteligência do Arizona. Em outubro de 2009, ele é enviado ao Iraque, onde fica numa estação perto de Bagdá. No mês seguinte, entra em contato com Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, para divulgar os arquivos secretos.

Nesta data, o WikiLeaks revela um memorando da Embaixada dos EUA na Islândia. Em abril de 2010, divulga um vídeo em que um helicóptero militar norte-americano ataca um grupo de jornalistas com câmeras no ombro, inclusive dois funcionários da agência de notícias Reuters. As câmeras teriam sido confundidas com lançadores de foguetes. Em novembro de 2010, o WikiLeaks divulga cerca de 250 mil memorandos do Departamento de Estado norte-americano e suas embaixadas.

Em maio de 2010, Manning confessa ao ciberpirata Adrian Lamo que roubou centenas de milhares de documentos secretos. Lamo o denuncia ao Exército. Manning é preso. Depois de mais mil dias preso antes do julgamento, em fevereiro de 2013, Manning admite a culpa em todas as 10 acusações.

Os procuradores do Departamento da Defesa decidem levar o caso adiante. Em julho de 2013, Manning é considerado inocente da acusação mais grave, colaborar com o inimigo, mas é condenado por várias acusações, inclusive espionagem e roubo. Pega 35 anos de prisão.

No dia seguinte à sentença, Manning declara que é mulher e pede autorização para fazer tratamento para mudar de sexo. Depois de 10 dias de greve de fome, em 2016, o Exército aceita que faça tratamento para mudar de sexo, inclusive cirurgia. No fim de seu governo, em janeiro de 2017, o presidente Barack Obama dá o perdão presidencial a Chelsea Manning, talvez por entender que ela revelou crimes cometidos pelas Forças Armadas dos EUA.

Quem pode arcar com a culpa é Assange, o hacker australiano que funda o WikiLeaks em 2006 inspirado pelo caso dos Papéis do Pentágono, em 1971, quando o jornalista Daniel Ellsberg precisou de dois anos para divulgar documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã (1955-75). Na era eletrônica, Assange quer acelerar a divulgação de segredos de Estado.

Em novembro de 2010, a Suécia decreta a prisão de Assange por suspeita de crimes sexuais. Transar sem camisinha sem consentimento do parceiro é crime na Suécia. Assange nega as acusações e alega que a prisão na Suécia é o início de uma extradição para os EUA.

Assange se entrega no Reino Unido em 2010 para lutar contra a extradição. Dez dias depois, paga fiança e é libertado. Em junho de 2012, é acusado de violar os termos da fiança. Dois meses depois, ele pede asilo à Embaixada do Equador em Londres, onde fica até ser expulso, em abril de 2019. Ao sair, é preso.

Em 2016, antes da eleição de Donald Trump, o WikiLeaks revela e-mails pirateados da candidata democrata, Hillary Clinton, provavelmente pirateados pelos serviços secretos da Rússia. Assange nega qualquer ligação com a Rússia.

Em 24 de junho de 2024, Assange é libertado da prisão de Belmarsh, no Reino Unido, depois de um acordo com a Justiça dos EUA. Ele se declara culpado num tribunal norte-americano nas Ilhas Marianas do Norte por violar a lei de espionagem dos EUA ao divulgar mais de 700 mil documentos confidenciais, condenado a 5 anos e 2 meses de prisão e liberado por já ter cumprido 1.901 dias de prisão.

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