Numa saída honrosa negociada pelo regime militar egípcio com os Estados Unidos, Mubarak pode ir fazer tratamento médico numa clínica em Baden Baden, na Alemanha, afirmou a revista alemã Der Spiegel.
Ao apoiar a negociação conduzida pelo vice-presidente Omar Suleiman, ex-chefe do serviço secreto egípcio, os EUA correm o risco de alienar o movimento pela democracia, comenta o jornal The New York Times, observando que o regime militar resiste há anos a fazer qualquer reforma democratizante.
A Irmandade Muçulmana, o maior grupo de oposição, que é ileral, declarou que só volta a negociar se as reivindicações populares de renúncia de Mubarak e dissolução do parlamento estiverem na mesa.
Ontem à noite, houve tiros na Praça da Libertação, disparados por soldados do Exército que gostariam de dispersar a multidão. Não adiantaram.
Quando raiou o dia, o acampamento rebelde estava lá, sendo engrossado por mais militantes com malas e barracas para resistir enquanto for preciso.
Em uma reunião ministerial presidida por Mubarak, o governo anunciou um reajuste de 15% nos salários e pensões do setor público.
Apesar do diálogo, o governo prendeu nos útimos dias ativistas dos direitos humanos, organizadores dos protestos e jornalistas sem ordem judicial, mostrando que o regime trata ao mesmo tempo de esvaziar os protestos, fazer promessas vagas e manter a repressão.
Os bancos voltaram a funcionar, mas a Bolsa do Cairo fica fechada mais uma semana. As autoridades temem um colapso do mercado, com fuga em massa de capital. O país estaria perdendo US$ 300 milhões por dia com a crise.
Outras reportagens sugerem que a família Mubarak teria um patrimônio de US$ 40 bilhões a 70 bilhões. Não é impossível, mas ele seria mais rico do que Bill Gates, o fundador da Microsoft. Parece-me um exagero.
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