FRANÇA EXPULSA JUDEUS
Em 1394, o rei Carlos VI ordena a expulsão de todos os judeus da França.
Com o antissemitismo crescente, os franceses queimam os livros sagrados do judaísmo e cobram impostos discriminatórios dos judeus. Eles são acusados pela pandemia da Peste Negra (1346-53).
Os judeus são expulsos e têm as propriedades confiscadas em 1306. Para voltar, em 1315, precisam pagar. Por uma lei de 1315, os judeus não podem falar de sua religião publicamente, são obrigados a usar um distintivo de identificação como fariam sob o Nazismo e são advertidos contra a usura, uma acusação frequente.
Depois da expulsão de 1394, os judeus só voltam à França no século 18, fugindo da discriminação e perseguição na Europa Oriental. Na época da Revolução Francesa de 1789, há 40 mil judeus na França. A revolução lhes dá os direitos, mas o antissemitismo continua e os judeus franceses são parcialmente exterminados durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45), de 1940 a 1944.
Hoje os judeus são 1% da população francesa.
GUERRA DOS TRINTA ANOS
Em 1631, um exército sueco-saxão sob o comando do rei Gustavo II Adolfo, da Suécia, destrói o exército do imperador Fernando II de Habsburgo, do Sacro Império Romano-Germânico e da Liga Católica na Batalha de Breitenfeld, durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-48), uma guerra mundial com 8 milhões de mortes que chegou ao Brasil.
A tensão criada pela Reforma da Igreja aumenta no início do século 17 com a fundação da União Protestante e da Liga Católica. A guerra começa na Boêmia, hoje República Tcheca, com a Segunda Defenestração de Praga.
Em 23 de maio de 1618, protestantes revoltados com a destruição de um dos seus templos, invadem o Castelo de Praga e jogam pela janela dois ministros e um secretário do rei Fernando II, da Boêmia, futuro imperador do Sacro Império, que só permite uma religião, o catolicismo, na Boêmia e na Morávia.
A grande disputa é entre pequenos Estados e principados alemães católicos e protestantes. A Espanha entra na guerra ao lado do Sacro Império. A Holanda, a Suécia e a Dinamarca apoiam os protestantes. Os católicos levam vantagem na primeira fase, que inclui a Primera Invasão Holandesa no Nordeste (1624-25).
Os protestantes holandeses declaram independência da Espanha em 1581, um ano depois de Portugal e Espanha formarem a União Ibérica, quando a morte do rei Dom Sebastião, na Batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, deixa o trono português sem herdeiro. Começa o período conhecido na História do Brasil como Domínio Holandês (1580-1640).
A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, fundada em 1621, ataca Salvador em 9 de maio de 1624 com uma esquadra de 26 navios e 3.400 homens sob o comando do almirante Jacob Willekens. Bombardeia a capital colonial do Brasil e a conquista em 24 horas. O governador-geral se refugia no palácio, mas é preso, assina a rendição e é enviado para a Holanda, onde é libertado em 1626.
Em 30 de março de 1625, uma armada luso-espanhola de 52 navios, 14 mii homens e 1.185 armas de fogo chega à Bahia. É a maior enviada ao Hemisfério Sul até então. Sob o comando do almirante espanhol Dom Fradique de Toledo y Osorio, inicia a batalha para libertar Salvador do domínio holandês, o que acontece em 1º de maio daquele ano.
Na segunda fase da Guerra dos Trinta Anos, o Período Sueco, o poderoso primeiro-ministro da francês, o Cardeal de Richelieu, se alia a Gustavo II da Suécia. A França, um país católico, sente-se cercada pelos Habsburgo da Espanha e do Sacro Império, e se alia aos protestantes.
Gustavo Adolfo desembarca no Norte da Alemanha em 1630 e logo conquista a Pomerânia, mas não consegue impedir a destruição de Madgeburgo em 1631 pelas forças imperiais sob o comando do Conde de Tilly.
Em setembro de 1631, o Sacro Império invade a Saxônia e ocupa Leipzig. O exército protestante tem 26 mil suecos e 16 mil saxões. Às duas da tarde, o temerário general católico Gottfried zu Pappenheim lança um ataque contra as forças de Johan Baner, seis regimentos de cavalaria com destacamentos de infantaria. É repelido sete vezes.
A cavalaria de Fürstenberg ataca os saxões, que estão no lado esquerdo da formação dos protestantes. Despreparados, seus soldados debandam logo. Com a saída dos saxões, o Conde de Tilly desvia suas forças para a direita para atacar os protestantes pelo flanco. Mas as brigadas suecas são mais ágeis e bloqueiam a manobra.
Gustavo II vê uma oportunidade e ataca o novo flanco esquerdo de Tilly, onde se concentra a artilharia imperial. Toma parte dessas armas e bombardeia os católicos com seus próprios canhões. O rei da Suécia morre na Batalha de Lützen, em 16 de novembro de 1632.
O Período Sueco vai até 1635, quando começa a terceira e última fase da guerra, o Período Francês. Inicialmente Richelieu não queria entrar em guerra contra a Espanha e a Áustria. Em 19 de maio de 1635, a França declara guerra à Espanha, o outro grande domínio da Dinastia Habsburgo na Europa, ao lado da Áustria e regiões dependentes da Europa Central.
Em 1º de maio de 1640, Richelieu apoia a Revolta de Lisboa, que pede o fim da União Ibérica, do domínio espanhol sobre o Império Português.
No fim da Guerra dos Trinta Anos, a França tem um exército de 100 mil homens aliado das Províncias Unidas dos Países Baixos (Holanda e Bélgica), da Suécia, da Confederação Helvética (Suíça), de principados alemães e de alguns Estados italianos.
A Paz da Vestfália é firmada em 24 de outubro de 1648, consagrando o princípio de soberania nacional, com liberdade de culto para católicos e protestantes. A Espanha perde seu império europeu. Deixa de ser a maior potência do continente, lugar ocupado pela França.
ASSINADA CONSTITUIÇÃO DOS EUA
Em 1787, 38 dos 41 delegados da Convenção Constitucional da Filadélfia assinam a Constituição dos Estados Unidos da América.
Em 1939, a União Soviética invade o Leste da Polônia depois que o ministro do Exterior soviético, Viacheslav Molotov, declara que o governo polonês não existe mais, 17 dias depois da invasão do país pela Alemanha Nazista, no início da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Com a invasão nazista, o Exército da Polônia recua e vai para o lado ocupado pela URSS, que prende todos os militares e policiais, e parte dos funcionários públicos civis e intelectuais, num total de quase 22 mil homens. Todos são executados pela polícia política stalinista, a NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos), no Massacre da Floresta de Katyn, em abril e maio de 1940.
Quando Hitler rompe o pacto de não agressão e invade a URSS, em 22 de junho de 1941, e a URSS entra na guerra ao lado dos aliados, o governo polonês no exílio pede a libertação dos 22 mil compatriotas. Em 1943, a Alemanha descobre os cemitérios clandestinos. A URSS culpa os nazistas.
Só em 1990, com a abertura democrática promovida pelo líder Mikhail Gorbachev (1985-91), a URSS admite a responsabilidade pelo Massacre de Katyn.
THE WHO DETONA
Em 1967, no fim de uma apresentação da explosiva banda de rock britânica The Who com a música My Generation na televisão norte-americana, o baterista Keith Moon detona uma bomba que deixa o cabelo do guitarrista Pete Townshend chamuscado, estilhaços no braço do próprio Moon e tira do ar o show The Smothers Brothers Comedy Hour.
O programa era cultural e politicamente subversivo. Durante três anos, is irmãos Tommy e Dick travaram um duelo com a direção da rede de TV CBS para apresentar candidatos antiestablishment.
The Who não era politizado, mas com My Generation e o verso "espero morrer antes de envelhecer" se tornou porta-voz da juventude no conflito de gerações dos anos 1960. Gostava de tocar com som no volume máximo e de destruir os instrumentos e o palco, deixando o local arrasado como se tivesse explodido uma bomba.
Keith Moon tinha o hábito de colocar explosivos nos dois bumbos de sua bateria. Naquele dia, bota o dobro da carga.
ACORDOS DE CAMP DAVID
Em 1978, o presidente do Egito, Anuar Sadat, e o primeiro-ministro de Israel, Menachem Begin, assinam acordos de paz intermediados pelos Estados Unidos no governo Jimmy Carter (1977-81).
Como os árabes não aceitam a criação de Israel, quando o país é fundado, em 14 de maio de 1948, os vizinhos árabes invadem no dia seguinte. A Guerra de Independência de Israel vai até 10 de março de 1949.
Quando o ditador Gamal Abdel Nasser nacionaliza o Canal de Suez, em 1956, a França e o Reino Unido declaram guerra ao Egito com o apoio de Israel. Os EUA ameaçam retirar o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) à libra esterlina e ao franco francês, ainda abalados pela Segunda Guerra Mundial (1939-45). A guerra acaba e o Egito fica com o canal.
Em 5 de junho de 1967, depois de Nasser ameaçar fechar o canal, Israel bombardeia as forças aéreas do Egito, da Síria e da Jordânia no solo, domina o espaço aérea e obtém uma vitória rápida na Guerra dos Seis Dias. Ocupa a Península do Sinai e a Faixa de Gaza, do Egito; as Colinas do Golã, da Síria; e a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém, que era da Jordânia.
Desde então, a questão dos territórios árabes ocupados e de um Estado palestino são obstáculos à paz no Oriente Médio. A Guerra do Yom Kippur (1973) é a maior empreitada militar árabe da era moderna. Começa com a invasão do Sinai, o maior objetivo do Egito. Mas os EUA dão apoio decisivo a Israel com a maior ponte aérea militar da história.
Em 32 dias, os EUA entregaram 22.325 toneladas de equipamentos militares, tanques, artilharia, munição e suprimentos diretamente no campo de batalha, duas vezes mais do que a União Soviética consegue fazer com seus aliados árabes.
O ditador egípcio, Anuar Sadat, chega a dizer: "Posso lutar uma guerra contra Israel, mas não contra os EUA."
Com superioridade aérea, Israel cerca o 3º Exército do Egito no Sinai. Está prestes a destruí-lo quando a URSS ameaça intervir e entra em alerta nuclear para o caso de guerra contra os EUA. É o único alerta nuclear sovíético conhecido durante a Guerra Fria.
Em retaliação contra os países que apoiam Israel, os países árabes exportadores de petróleo, sob a liderança da Arábia Saudita, aprovam um embargo à venda de petróleo ao Ocidente. É o início da Primeira Crise do Petróleo (1973), que quadruplica os preços em curto prazo e acaba com o modelo econômico da ditadura militar brasileira, baseado em energia e mão de obra baratas.
Sem conseguir recuperar o Sinai militarmente, Sadat abandona a aliança do Egito com a URSS, se aproxima dos EUA e visita Israel de 19 a 21 de novembro de 1977. O Egito tem a maior população e o maior Exército do mundo árabe. Há um provérbio no Oriente Médio que diz: "Não há guerra sem o Egito nem paz sem a Síria."
Nos Acordos de Camp David, os dois países se reconhecem mutuamente, acaba o estado de guerra permanente que vem desde 1948, Israel se retira da Península do Sinai, mas ganha direito de passagem pelo Canal de Suez, enquanto o Golfo de Ácaba e o Estreito de Tiran são declarados águas internacionais.
Israel negocia os Acordos de Oslo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que leva à criação da Autoridade Nacional Palestina, e faz a paz com a Jordânia em 1994.
Mais recentemente, em 2020, nos Acordos Abraão, Israel estabelece relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, e depois com o Marrocos e o Sudão. Está em negociações com a Arábia Saudita mediadas pelos EUA. Mas o processo de paz com os palestinos foi abandonado pela direita de Israel. Com ministros de extrema direita que falam em anexar a Cisjordânia, a situação se agrava.
Desde o ataque terrorista de 7 de outubro do ano passado, Israel está em guerra contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e aliados na Faixa de Gaza. É um conflito que desestabiliza todo o Oriente Médio e ameaça até mesmo a histórica paz com o Egito.
OCUPE WALL STREET
Em 2011, centenas de ativistas se reúnem na área do Parque Zucotti, na Baixa Manhatan, para lançar o movimento Ocupe Wall Street em protesto contra a corrupção empresarial e a desigualdade social nos Estados Unidos e no mundo.
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