FROTA DE MAGALHÃES TERMINA VOLTA AO MUNDO
Em 1522, Victoria, o último navio da frota de Fernão de Magalhães chega a Sanlúcar de Barrameda, na Espanha, sob o comando de Juan Sebastián Elcano, completando a primeira viagem de circunavegação da Terra, a serviço da coroa espanhola, com 18 homens a bordo.
O objetivo de Magalhães não é dar a volta ao mundo. Quer descobrir um caminho marítimo para as Ilhas Molucas ou Ilhas das Especiarias, hoje parte da Indonésia, encontrar o caminho das Índias pelo oeste como quis Cristóvão Colombo. Portugal domina a rota pelo Sul da África, pelo Cabo da Boa Esperança.Magalhães estuda vários mapas e decide apostar numa passagem pelo sul da América do Sul para chegar ao Oceano Pacífico, descoberto por Vasco Núñez Balboa em 25 de setembro de 1513, ao atravessar o Istmo do Panamá.
O rei Dom Manuel I, o Venturoso, de Portugal, rejeita o projeto. Como domina a rota pela África, não se interessa, mas o rei, Carlos I, da Espanha, Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico, provavelmente o homem mais poderoso do mundo no seu tempo, decide patrocinar a empreitada.
A frota de cinco navios com 250 homens a bordo zarpa de Sanlúcar de Barrameda em 20 de setembro de 1519. Magalhães comanda Trinidad, a nau-capitânia. Sai da Espanha rumo as Ilhas Canárias e passa pelo Arquipélago de Cabo Verde antes de cruzar o Oceano Atlântico e chegar ao Rio de Janeiro em dezembro de 1519.
Daí em diante, a situação piora. A primeira viagem de circunavegação do planeta é um ato heroico, um inferno de doenças, fome e violência, observa o historiador britânico Jerry Brotton.
Magalhães fica meses explorando a costa da América do Sul em busca de uma passagem para o Pacífico sem sucesso. A expedição enfrenta um inverno rigoroso, os marinheiros passam fome e frio. As rações diminuem. Um navio naufraga em meio a uma tempestade e o maior, San Antonio, que tem mais comida, deserta e volta para a Espanha.
Entre motins, rebeliões, fome e sede, a expedição perde muitos homens nos primeiros seis meses. Em 28 de novembro de 1520, Magalhães atravessa o estreito batizado em seu nome. Chega ao oceano que chama de Pacífico porque suas águas parecem mais tranquilas, talvez por causa do fenômeno El Niño, enquanto o Atlântico é conhecido como Mar Tenebroso.
Mas os primeiros europeus a singrar aqueles mares não tem noção do tamanho do Pacífico, que cobre um terço da superfície do planeta, quase duas vezes o tamanho do Atlântico. Mapas errados e erros de cálculo transformam o trecho da viagem até as Molucas num pesadelo de mais de 100 dias de fome, escorbuto e mortes, comenta Braulio Vázquez, arquivista do Arquivo Geral das Índias, em Sevilha, na Espanha..
"Durante três meses e 20 dias, não conseguimos comida fresca", conta Antonio Pigaffeta em seu relato da viagem. "Comíamos bolo, embora não fosse bolo, mas poeira misturada com minhocas e o que restava cheirava a urina de rato.
"Bebíamos água amarela, que estava podre, por muitos dias. Também comemos algumas peles de boi que cobriam a parte superior do pátio principal."
Quando se dá conta do tamanho do Pacífico, Magalhães percebe que as Molucas não estão na metade da Terra destinada à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas com Portugal, em 1494, aprovado pelo papa Alexandre VI. Vai então para as Filipinas, onde faz contato com os chefes locais e vê que têm ouro.
Magalhães não completa a viagem. Tenta fazer uma política de alianças com os chefes. O rei da iIha de Mactán, na região de Cebu, nas Filipinas, não aceita. Magalhães e 40 espanhóis decidem invadir a ilha e enfrentam uma reação violenta. Ele morre em 27 de abril de 1521 nem Mactán.
Com a morte, Juan Sebastián Elcano assume o comando da frota, que chega às Ilhas Molucas, objetivo inicial da viagem, em 20 de novembro de 1521. Como acreditam não estar na parte espanhola do Tratado de Tordesilhas, carregam às pressas os dois últimos navios e tentam voltar à Espanha.
A dúvida é que caminho seguir. Trinidad, o navio comandado por Magalhães escolhe a rota pelo Pacífico. É capturado por navios portugueses. O navio Victoria, de Elcano, toma o caminho do Oceano Índico e contorna o Cabo da Boa Esperança, que os marujos chamam pelo nome antigo, Cabo das Tormentas. Do Timor até as Ilhas de Cabo Verde, eles não chegam a terra,
São obrigados a atracar em Cabo Verde, uma possessão portuguesa. Treze tripulantes são presos. Dos 250 marinheiros, só 18 voltam à Espanha quase três anos depois com apenas um navio.
PRESIDENTE ASSASSINADO
Em 1901, o anarquista Leon Czolgozn atira no presidente norte-americano William McKinley (1897-1901) na Exposição Pan-Americana, realizada em Buffalo, no estado de Nova York. McKinley morre oito dias depois.
McKinley é o último presidente a lutar na Guerra da Secessão. Vai de soldado a major no Exército da União (Norte).
No poder, leva os Estados Unidos à vitória na Guerra Hispano-Americana (1898), um golpe final no Império Espanhol, com a independência de Cuba, a colonização das Filipinas e a ocupação de Porto Rico, que hoje tem status de "Estado livre associado aos EUA", não é independente. Em 1898, os EUA também anexam a República do Havaí.
É uma época de grande crescimento econômico. Os EUA se tornam no fim do século 19 na maior economia do mundo ultrapassando o Reino Unido. Em 1900, McKinley introduz o padrão-ouro para controlar a inflação e consegue se reeleger.
Na época, é o terceiro presidente dos EUA assassinado no exercício do cargo, depois da Abraham Lincoln por John Wilkes Booth (1865) e James Garfield por Charles Guiteau (1881). John Kennedy seria morto por Lee Oswald em 22 de novembro de 1963, em Dallas, no Texas. Com a morte de McKinley, assume a Presidência o vice-presidente Theodore Roosevelt, considerado um dos presidentes mais importantes da história dos EUA.
PRIMEIRO TANQUE DE GUERRA
Em 1915, um protótipo de tanque de guerra chamado Little Willie sai da linha de montagem na Inglaterra. Não é um sucesso no primeiro momento.
Ele pesa 14 toneladas, para nas trincheiras e se arrasta sobre terreno acidentado a uma velocidade de 2 km/h, mas o tanque de guerra evolui e se torna um elemento decisivo do campo de batalha.
O tanque é desenvolvido em resposta à guerra de trincheiras que marca a Primeira Guerra Mundial (1914-18). Entra em combate na Batalha do Somme, em 15 de setembro de 1916.
Na Segunda Guerra Mundial (1939-45), o tanque exerce um papel dominante no campo de batalha. É um elemento central na blitzkrieg, a guerra-relâmpago em alta velocidade da Alemanha Nazista, com aviação e tanques de alta velocidade para romper as linhas de defesa do inimigo.
Depois da Batalha de Stalingrado (1942-43), talvez a mais importante da história, e da Batalha de Kursk, a maior batalha de tanques da história, com 7.360 tanques soviéticos e 3.253 tanques alemães, o Exército Vermelho da União Soviética inicia uma contraofensiva que termina em Berlim com a vitória sobre o nazifascismo, em 8 de maio de 1945.
ALEMANHA LANÇA BOMBA V-2
Em 1944, a Alemanha Nazista dispara pela primeira o míssil V-2, uma bomba voadora, contra um alvo aliado, na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
O foguete ou bomba voadora V-2 (Vergeltungswaffen-2 ou Bomba da Vingança-2) é um míssil balístico desenvolvido pelo cientista alemão Werner von Braun. Tem 14 metros de comprimento, pesa cerca de 13 toneladas no lançamento, viaja a até 80 quilômetros de altitude e tem um alcance de 320 km.
Paris é o primeiro alvo. Dois dias depois, as V-2 são lançadas contra Antuérpia e Liège, na Bélgica. Londres é impiedosamento bombardeada, 1.358 vezes, atrás apenas de Antuérpia com 1.610. Em 20 de junho de 1944, a V-2 atinge uma altitude de 175 km. É o primeiro foguete a atingir o espaço.
Mais de 3 mil mísseis V-2 são disparados até o fim da guerra e matam cerca de 9 mil pessoas. O último ataque é ao Reino Unido em 27 de março de 1945. Pelo menos 10 mil presos em campos de concentração de Mittelbau-Dora morrem em trabalhos forçados para fabricar as bombas voadoras na fábrica subterrânea de Mittelwerk.
CRIADOR DO APARTHEID MORRE
Em 1966, o primeiro-ministro da África do Sul Hendrik Verwoerd, que cria e implementa o regime segregacionista do apartheid, é esfaqueado mortalmente por um funcionário temporário do Parlamento considerado insano.
Aluno brilhante da Universidade de Stellenbosch, se forma em psicologia e faz doutorado em sociologia na África do Sul. Vai para universidades alemãs em Hamburgo, Berlim e Leipzig. De volta ao país, em 1937, é contratado como editor-chefe de um jornal diário africâner, Die Transvaler, de Joanesburgo, no Transval, terra do ouro na África do Sul, uma grande riqueza do país, desde o século 19.
Deixa o jornal com a vitória do Partido Nacional nas eleições só para brancos de 1948, quando se elege senador. Em 1950, se torna ministros dos Assuntos Nativos e passa a criar a doutrina do "desenvolvimento separado" mais conhecida como apartheid por segregar a maioria negra e aplicá-la em todos os aspectos da vida sul-africana.
Em 31 de maio de 1961, Wervoerd proclama a República Sul-Africana, rompendo o último vínculo do país com o Império Britânico.
Alvo de dois atentados, a tiros em 16 de abril de 1960, em Joanesburgo, e o fatal em com facadas na Assembleia Nacional por Dimitri Tsafendas, um imigrante moçambicano revoltado com as políticas do apartheid que trabalha como carteiro temporariamente no parlamento e é declarado insano, mas cumpre a maior pena da história da África do Sul.
O apartheid só acaba em abril e maio de 1994, com a vitória do Congresso Nacional Africano (CNA) e do líder histórico da luta contra a segregação, Nelson Mandela.
NAVRATILOVA PEDE ASILO
Em 1975, a tenista tcheco-eslovaca Martina Navratilova, uma das maiores jogadoras da história, pede asilo político aos Estados Unidos.
Martina nasce em Praga em 18 de outubro de 1956, capital da Tcheco-Eslováquia, na época sob um rígido regime comunista de inspiração stalinista, e se torna a tenista mais vencedora da história, com 167 títulos, 18 grand-slams de simples, um recorde 31 de duplas femininas e 10 de duplas mistas.Depois de perder a final do Torneio Aberto dos EUA de 1975 para sua amiga e rival Chris Evert, Navratilova pede asilo político. Em 1981, depois de ter a cidadania cassada pelo regime comunista, ela se torna cidadã norte-americana.
Lésbica assumida, é uma voz importante na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIAP+.
FUNERAL DA PRINCESA
Em 1997, poucos dias depois de sua morte, o funeral da princesa Diana, com discurso do irmão, Conde Charles Spencer, contra a família real britânica e participação do cantor e compositor Elton John, um amigo da princesa, na Abadia de Westminster, é uma cerimônia assistida na televisão por 2,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro.
A princesa seduz o mundo com sua beleza e sensibilidade um tanto estranha para a família real do Reino Unido. O casamento de contos de fadas na Catedral de São Paulo, em 28 de julho de 1981, ela casa virgem, vira um pesadelo na vida real. Lady Di se sente uma prisioneira de palácios frios onde tem de obedecer a uma disciplina rígida.
Com a crise do casamento, a princesa arruma outros namorados, seu instrutor de equitação, um médico e o playboy egípcio Dodi al-Fayed, filho do dono da loja de departamentos Harrod's, uma das melhores do Reino Unido.
A princesa morre como uma cinderela moderna, com sua carruagem virando abóbora na noite de Paris, a cidade mais romântica do mundo, como vê a crítica literária e intelectual norte-americana Camille Paglia.
Dodi pressiona o motorista e segurança Henry Paul, que está de folga e bebeu muito antes, a correr em seu Mercedes-Benz W140 para fugir dos paparazzi, os fotógrafos que perseguiam a princesa em busca de fotos exclusivas. Ele perde o controle do carro e bate em alta velocidade. É considerado o único responsável pelo acidente. Só o segurança da princesa sobrevive.
Diana e Charles se separam em 1992 e formalizam o divórcio em 1996. Então, quando morre, em 31 de agosto de 1997, Diana não tem mais nenhum vínculo legal com a família real britânica. Em nome da tradição, a rainha Elizabeth II e o príncipe Philip não querem lhe dar um enterro com as honras da monarquia.
A comoção popular é enorme. "Ela era o princesa do povo", declara o primeiro-ministro Tony Blair, consagrando a expressão criada por seu assessor de imprensa, Alastair Campbell. O primeiro-ministro e o príncipe Charles tentam convencer a rainha, que está no Castelo Balmoral, na Escócia, em férias de verão.
Milhares de pessoas. depositam flores, brinquedos e fotos de Diana nas grades do Palácio de Buckingham, em Londres, A população e os jornais populares esperam uma palavra do trono que só vem quando a rainha autoriza que o funeral seja realizado na Abadia de Westminster com todas as honras da famílias real. Como estrela da mídia Diana mudou a monarquia, trazendo-a para a realidade do fim de século. A mulher de seu filho William, herdeiro do trono, a princesa Kate Middleton, não casou virgem.
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