EUA BATIZADOS
Em 1776, o Congresso Continental batiza o país, inicialmente chamado de Colônias Unidas, como Estados Unidos da América.
A ideia de União aparece num cartum de Benjamin Franklin, um dos pais da pátria, em 1754, Junte-se ou Morra.Outro fundador dos EUA, Thomas Jefferson, usa o nome ao redigir o projeto da Declaração da Independência: "Uma declaração dos representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral..."
Numa resolução do Congresso de junho de 1776, o deputado Richard Henry Lee usa Colônias Unidas.
O texto final proclamado em 4 de julho de 1776 fala na "declaração unânime dos Estados Unidos da América", com unidos grafado com letras minúsculas. No último parágrafo, diz que "estas Colônias Unidas são e por direito devem ser estados livres e independentes."
Em 9 de setembro, o Congresso Continental oficializa o nome. Decide que em todos os documentos oficiais o nome Colônias Unidas deve ser substituído por Estados Unidos.
JAPÃO BOMBARDEIA EUA
Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), um hidroavião japonês joga bombas incendiárias numa floresta estadual da costa do Oregon, no primeiro ataque aéreo ao território continental dos Estados Unidos.
Os balões de fogo são balões de hidrogênio simples com várias bombas incendiárias fabricados no Japão a preços baixos. Precisam ser grandes para transportar 454 quilos. São feitos de washi, um papel extremamente resistente produzido com arbustos de amoreira por meninas adolescentes que trabalham como operárias no esforço de guerra.
As correntes de ar do Oceano Pacífico ajudam nos ataques aos EUA e o Canadá. Em três dias, levam os balões-bombas para a América do Norte.
Durante seis meses, de novembro de 1944 a abril de 1945, o Japão lança mais de 9,3 mil balões de fogo, 361 na América do Norte, atingindo praticamente a metade oeste dos territórios dos EUA e do Canadá.
A Força Aérea tenta abater os balões-bomba, mas tem pouco sucesso por causa da altitude e da velocidade dos balões. Só consegue interceptar cerca de 20. Seis pessoas morrem no Oregon.
ELVIS NO ED SULLIVAN SHOW
Em 1856, o futuro Rei do Rock, Elvis Presley, o primeiro popstar global, faz sua primeira apresentação no programa de televisão Ed Sullivan Show.
Elvis nasce em 9 de janeiro de 1935 em Tupelo, no Mississípi. Quando tem 13 anos, a família se muda para Memphis, no Tennessee.
Sua carreira musical começa em 1954, quando grava para a Sun Recordafs.
Por causa do rebolado sensual, Elvis é boicotado pelas TVs. Sullivan desafia outros produtores e contrata o cantor para três apresentações por US$ 50 mil.
Com 60 milhões de telespectadores, 82,6% dos televisores ligados na hora, a apresentação têm a maior audiência de TV dos anos 1950.
ENTERRO DE HO CHI MIHN
Em 1969, o líder comunista vietnamita Ho Chi Minh, herói da independência do país, é enterrado em Hanói, a capital do Vietnã do Norte, durante a Guerra do Vietnã (1955-75).
Ho nasce em Kiem Lan em 19 de maio de 1890 com o nome de Nguyen Sinh Cung. Depois de viver em Londres, começa a se interessar em política quando mora na França, de 1919 a 1923, e é influenciado por ideias socialistas. Torna-se político, escritor, poeta, revolucionário e líder da luta pela independência do Vietnã.
De Paris, vai para Moscou, onde trabalha na Internacional Comunista (Comintern). Em novembro de 1924, se muda para Cantão, na China. Aos 36 anos, se casa no mesmo lugar onde Chu Enlai casara, com uma chinesa de 21 anos, Zeng Xueming, porque "preciso de uma mulher que me ensine a língua e cuide da casa".
Quando o líder nacionalista chinês Chiang Kai-shek dá um golpe e começa a perseguir os comunistas, em 1927, Ho volta a Moscou e vai para a Crimeia, onde se cura de uma tuberculose antes de voltar a Paris. Passa pela Bélgica, Alemanha, Suíça e Itália antes de ir para Bangkok, na Tailândia, como agente do Comintern no Sudeste Asiático, em julho de 1928.
No fim de 1929, vai para a Índia e da lá para Xangai, na China, e Hong Kong, onde funda, em 1930, o Partido Comunista do Vietnã e o Partido Comunista da Indochina. Preso em Hong Kong em junho de 1931, escapa de ser deportado para a Indochina Francesa com um advogado de defesa britânico, Frank Loseby.
Libertado, vai para Xangai e volta à União Soviética, onde estuda e leciona no Instituto Lenin. Sob a acusação de ter "tendências nacionalistas", é afastado da liderança do partido durante o Grande Expurso Stalinista (1936-38).
Em 1938, volta à China como assessor militar do Exército Vermelho Chinês. Vai para o Vietnã em 1941 para liderar o movimento de libertação nacional. Com a ocupação japonesa, conduz uma guerra de guerrilhas contra o governo colaboracionista francês de Vichy e o Império do Japão.
Depois da ocupação da França, a potência colonial, pela Alemanha Nazista, em junho de 1940, ele funda na China em 1941 o Viet Minh, a Liga pela Independência do Vietnã, para se contrapor também à invasão japonesa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
No fim da guerra, em 2 de setembro de 1945, quando o Japão assina a rendição, proclama a independência do Vietnã. A França não aceita. Em 19 de dezembro de 1946, começa a Primeira Guerra da Indochina, que vai até 1º de agosto de 1954, depois da vitória vietnamita na Batalha de Bien Dien Phu.
Os Acordos de Paz de Genebra dividem o país em Vietnã do Norte, comunista, e o Vietnã do Sul, anticomunista, em 1954. As eleições de 1955 devem reunificar o país. Quando os Estados Unidos percebem que os comunistas venceriam, em plena Guerra Fria, suspendem as eleições.
Em 1º de novembro de 1955, começa a Segunda Guerra da Indochina ou Guerra do Vietnã (1955-75). O governo Dwight Eisenhower (1953-61) envia os primeiros assessores militares norte-americanos. No fim do governo John Kennedy (1961-63), há mais de 2,8 mil assessores, alguns participando de combates.
A intervenção militar dos EUA começa oficialmente depois do Incidente do Golfo de Tonquim, em 2 de agosto de 1964, forjado pelo governo Lyndon Johnson (1963-69) para obter a aprovação do Congresso para declarar guerra ao Vietnã do Norte.
No auge da intervenção, os EUA têm mais de 500 mil soldados no Vietnã. O fracasso na luta contra o Vietcongue, os guerrilheiros comunistas em ação no Vietnã do Sul, e a rejeição à guerra pela opinião pública levam o presidente Richard Nixon (1969-74) a acelerar as negociações de paz iniciadas em 1968.
Em 30 de agosto de 1969, a delegação dos EUA nas negociações recebem uma carta de Ho a Nixon. O líder vietnamita alerta que "quanto mais longa for a guerra maiores serão o ônus e os pesares para o povo norte-americano" e defende o plano de paz de 10 pontos da Frente de Libertação Nacional. Exige o "fim da guerra de agressão e a retirada das forças norte-americanas”. Morre dias depois.
Com o acordo paz, assinado em 27 de janeiro de 1973, os EUA retiram suas tropas de combate da guerra, que termina em 30 de abril de 1975 com uma fuga espetacular dos norte-americanos da embaixada em Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Minh, quando os tanques norte-vietnamitas tomam a capital do Vietnã do Sul para reunificar o país.
Mais de 58 mil norte-americanos e cerca de 2 milhões de vietnamitas morrem na Guerra do Vietnã.
MORTE DE MAO
Em 1976, morre o político, teórico e revolucionário Mao Tsé-Tung, que se torna líder do Partido Comunista da China depois da Longa Marcha (1934-35), e fundador e chefe de Estado da República Popular da China com a vitória da Revolução Chinesa, em 1º de outubro de 1949.
Com a Grande Fome causada pelo fracasso do Grande Salto para a Frente (1958-62) e o radicalismo da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), Mao é um dos ditadores mais criticados do século 20, acusado de 70 milhões de mortes.
Mao nasce em Shaoshan, na província de Hunan, em 26 de dezembro 1893. Seu pai é um dos agricultores mais ricos da aldeia. A mãe é budista. Na escola, é discriminado pela origem camponesa.Leitor voraz, Mao se interessa por política ao saber do declínio do Império Chinês. Admira George Washington e Napoleão Bonaparte. Quando o Império cai, Mao se junta ao exército rebelde como soldado raso. Sun Yat-Sen funda a República em 1912.
Como autodidata, estuda livros clássicos como A Riqueza das Nações, de Adam Smith, o pai da ciência econômica, e O Espírito das Leis, do Barão de Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, Charles Darwin, John Stuart Mill e Herbert Spencer.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), interessa-se por técnicas de guerra. É eleito comandante do exército dos estudantes voluntários, que se opõem aos estudantes saqueadores.
Em 4 de maio de 1919, os estudantes chineses protestam na Praça da Paz Celestial contra o aumento da influência japonesa na Ásia e o resultado da Conferência de Paz de Versalhes, que dá ao Japão o controle de um território chinês que estava sob o domínio da Alemanha.
O Movimento Quatro de Maio está na origem do Partido Comunista da China, fundado dois anos depois, em 1921, sob a influência da Revolução Russa (1917). Mao participa do primeiro congresso do partido. É um dos 13 delegados.
A disputa política entre Leon Trotsky e Josef Stalin na União Soviética, depois da morte de Vladimir Lenin, em 1924, se reflete na China. Trotsky é a favor da revolução, aliás de uma revolução mundial. Stalin entende que a China não está preparada para a revolução por não ter operariado e, sim, campesinato.
Stalin faz o PC chinês adotar uma política de frente popular em aliança com o partido nacionalista Koumintang (KMT) que se revela desastrosa. Os nacionalistas massacram os comunistas no início de uma longa guerra civil interrompida pela invasão japonesa em 1937 e retomada depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), com a vitória final dos comunistas em 1949.
O Grande Timoneiro assume o controle do partido na Longa Marcha e radicaliza o processo revolucionário várias vezes para manter o poder dentro do regime comunista. Lança a campanha Desabrochar Cem Flores (1956-57) para estimular a produção intelectual e a liberdade de expressão, encerrada por supostos desvios ideológicos burgueses.
Dentro de uma nova era de repressão, Mao propõe o Grande Salto para a Frente, uma tentativa de descentralizar a produção industrial com a fabricação de aço em comunas e fazendas coletivas. É um total fracasso. O aço produzido no campo é de baixa qualidade e a produção alimentos desaba. A Grande Fome mata entre 15 e 45 milhões de pessoas.
Para se reafirmar no poder num mundo cada vez mais hostil, com a ruptura com a URSS e a crescente intervenção militar dos EUA na Guerra do Vietnã, Mao lança em 1966 a Revolução Cultural, uma era de total inversão de valores, com estudantes armados do Livro Vermelho de Mao perseguindo professores e intelectuais, apontam desvios burgueses de supostos inimigos da revolução e destroem símbolos do período imperial, como obras de arte e arquitetura, pintura em nanquim. O trânsito anda no sinal vermelho e para no sinal verde.
Neste período de grande convulsão social, há escaramuças de fronteira entre China e URSS, em 1969, e os EUA iniciam uma aproximação com as visitas de Henry Kissinger e Richard Nixon em 1971 e 1972.
Com a morte de Mao, cai a Gangue dos Quatro, símbolo do extremismo da Revolução Cultural, de que participa a viúva de Mao, Jiang Ching, e abre-se o caminho para as reformas. A herança positiva de Mao é ter alimentado e alfabetizado a China.
No primeiro momento, o substituto Hua Guofeng adota a política dos Dois Quaisquer: "Vamos resolutamente manter quaisquer decisões políticas do Camarada Mao e seguir inabalavelmente quaisquer instruções dadas pelo Camarada Mao."
Hua quer mais do mesmo, mas o partido e o país, destroçados pela Revolução Cultural, querem mudança. Reabilitado, o ex-vice-primeiro-ministro Deng Xiaoping percebe que a modernização é a única ideia capaz de unir o PC. Propõe então, em 1977, a campanha das Quatro Modernizações: agricultura, indústria, defesa, e ciência e tecnologia.
Em 13 de dezembro de 1978, na terceira sessão plenária da 11ª reunião do Comitê Central do PC, Deng lança as reformas que levam ao maior desenvolvimento econômica da história e transformam a China na segunda maior economia do mundo.
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