QUEDA DO SEGUNDO IMPÉRIO
Em 1870, durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-71), a França sofre uma derrota decisiva na Batalha de Sedan, que leva à queda do Segundo Império (1852-70) e ao fim da Dinastia Bonaparte. Dá início à Terceira República (1870-1940), o mais longo período de estabilidade política no país desde a Revolução Francesa de 1789.
A batalha é travada por 120 mil franceses sob o comando do marechal Patrice de Mac-Mahon e 200 mil alemães sob a liderança do general Helmuth von Moltke na fortaleza francesa de Sedan, junto à fronteira do Rio Meuse.
Depois das derrotas em Mars-la-tour e Gravelotte, só resta à França o exército de Mac-Mahon. Em vez de recuar para defender Paris, Mac Mahon tenta furar o cerco de Metz para apoiar o marechal Achille-François Bazaine.
Cerca de 3 mil franceses morrem, 14 mil saem feridos e 103 mil são presos na Batalha de Sedan. Do lado alemão, são 2.330 mortos, 5.980 feridos e 700 desaparecidos.
A vitória na Guerra Franco-Prussiana leva à unificação da Alemanha sob a liderança do Chanceler de Ferro, Otto von Bismarck.
INÍCIO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Em 1939, a Alemanha Nazista bombardeia o porto de Gdansk (Danzig para os alemães) e invade a Polônia com sua blitzkrieg, um ataque-relâmpago com aviação e tanques de alta velocidade, dando início à Segunda Guerra Mundial (1939-45).
O Exército da Polônia tem mais de 1 milhão de soldados, mas não tem condições de competir tecnologicamente com a Alemanha, e o Pacto Germano-Soviético, assinado nove dias antes, deixa a União Soviética neutra. O ditador Josef Stalin quer mais tempo para preparar a guerra contra Hitler, que considera inevitável.
Em 3 de setembro, em resposta à invasão da Polônia, a França e o Reino Unido declaram guerra à Alemanha. Depois de conquistar a Europa Ocidental, menos o Reino Unido, em 1940, Hitler invade a URSS em 22 de junho de 1941, seu maior erro, que o levaria à derrota. Mais de 80% das tropas alemãs são derrotadas na frente oriental.
Depois da vitória na Batalha de Stalingrado, em 2 de fevereiro de 1943, o Exército Vermelho da URSS avança em direção a Berlim, que toma em 8 de maio de 1945, fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. O Japão se rende na Guerra do Pacífico em 15 de agosto, depois das bombas atômicas jogadas pelos EUA em Hiroxima e Nagasáki.
O VELHO E O MAR
Em 1952, a revista Life começa a publicar a última grande obra de ficção do escritor norte-americano Ernest Hemingway, O Velho e o Mar. É história de Santiago, um velho pescador sem fisgar um peixe há 84 dias que pega seu maior peixe, um espadarte, que não cabe no barco e é devorado pelos tubarões na volta à terra. O Velho e o Mar também é publicado em livro e recebe o Prêmio Pulitzer em 1953. Hemingway ganha o Prêmio Nobel de Literatura em 1954.
É um drama sobre a luta do homem com a natureza selvagem que se mostra invencível. Santiago prova seu valor ao pegar um peixão daquela tamanho, mas morre na volta para casa.
Ernest Miller Hemingway nasce em 21 de julho de 1899 em Cicero, hoje Oak Park, um subúrbio de Chicago, no estado de Illinois, nos Estados Unidos. Ele começa a escrever quando está no ensino médio e não entra na faculdade. Vai para Kansas City trabalhar como repórter.
Por deficiência de visão, Hemingway é rejeitado pelo serviço militar, mas participa da Primeira Guerra Mundial (1914-18) como motorista da Cruz Vermelha. Ferido na frente austro-italiana em Fossalta di Piave, é condecorado por heroísmo e hospitalizado em Milão, onde se apaixona pela enfermeira Agnes von Kurowsky, que rejeita seus pedidos de casamento.
Depois de se recuperar, Hemingway vai para a França como correspondente do jornal canadense Toronto Star, onde entra para o grupo de escritores norte-americanos radicados em Paris, F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ezra Pound, que o incentivam a escrever literatura de ficção. Seu primeiro livro importante, No Nosso Tempo, é lançado em Paris em 1924.
Em 1928, Hemingway publica O Sol Também se Levanta, o primeiro grande sucesso. Adeus às Armas (1929) supera as obras anteriores. É uma história de amor em meio à guerra baseada em sua experiência na Primeira Guerra Mundial. Depois de um safári, escreve As Verdes Colinas da África (1935).
Nesta época, compra uma casa em Key West, na Flórida, o extremo sul da parte continental dos EUA, onde escreve Ter e Não Ter (1937), um livro sobre a violência da classe baixa e a decadência da classe alta em Key West durante a Grande Depressão (1929-39).
Sua paixão pela Espanha, era apreciador de touradas, o envolve na Guerra Civil Espanhola (1936-39). Hemingway arrecada dinheiro para os republicanos que lutam contra os nacionalistas liderados pelo general Francisco Franco e escreve A Quinta Coluna, que se passa na Madri sitiada pelos falangistas de Franco.
Depois da sair da Espanha em guerra, Hemingway compra uma propriedade rural em Cuba perto de Havana, mas sai para cobrir outra guerra, a invasão da China pelo Japão. Sua experiência na Guerra Civil Espanhola o leva a escrever Por Quem os Sinos Dobram, considerada sua maior obra. É a história de um norte-americano que entra para as Brigadas Internacionais que apoiavam os republicanos.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), Hemingway vai para Londres como jornalista. Acompanha várias missões da Força Aérea Real britânica. Atravessa o Canal da Mancha com as forças dos EUA na Invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944. Participa da libertação da Paris, em 25 de agosto. E cobre a Batalha de Ardenne ou Ardenas, a contraofensiva da Alemanha Nazista na frente ocidental, para tentar conter o avanço dos norte-americanos, no fim de 1944 e início de 1945.
Além de demonstrar coragem no campo de batalha, Hemingway se torna um especialista em questões militares, táticas de guerrilha e coleta de inteligência.
Com o fim da guerra, ele volta a Cuba, onde escreve O Velho e o Mar. Em 1960, Hemingway deixa Cuba e vai para Ketchum, no estado de Idaho, nos EUA. Depressivo, é internado duas vezes na Clínica Mayo, em Rochester, em Minnesota, onde recebe eletrochoque.
Dois dias depois de voltar para casa, em 2 de julho de 1961, ele se suicida.
KADAFI DÁ GOLPE NA LÍBIA
Em 1969, o coronel Muamar Kadafi derruba o rei Idris I, se torna ditador da Líbia e impõe uma ditadura supostamente socialista que dura até a chamada Primavera Árabe, em 2011, quando é deposto e morto pelos rebeldes apoiados por uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O descontentamento aumenta com a ascensão do ditador egípcio Gamal Abdel Nasser, líder do nacionalismo pan-árabe, e da revolução socialista na vizinha Argélia, que se torna independente da França em 1962 no fim de uma guerra sangrenta.
A Revolução de 1º de Setembro é realizada pelo Movimento dos Oficiais Livres, uma facção jovem, esquerdista e revolucionária liderada pelo coronel Kadafi, que funda a República Árabe Popular Socialista Líbia.
Kadafi se torna um dos grandes inimigos do Ocidente durante a Guerra Fria. Com seus petrodólares, financia grupos terroristas palestinos e até o Exército Republicano Irlandês (IRA), na luta contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte. Fracassa em guerras contra os vizinhos Chade e Egito.
Em 21 de dezembro de 1988, um Boeing 747 da companhia aérea norte-americana PanAm explode no ar sobre Lockerbie, na Escócia, matando todas as 259 pessoas a bordo e 11 no solo. Dois agentes líbios são acusados. Sob pressão internacional, Kadafi os entrega para julgamento na Holanda.
Durante a guerra do governo George W. Bush contra o terrorismo dos extremista muçulmanos, em 2003, um inimigo comum, Kadafi faz um acordo com as potências ocidentais e entrega suas armas de destruição em massa.
Na Primavera Árabe, os protestos populares começam em 13 de fevereiro de 2011. Dois dias depois, o ditador inicia uma repressão violenta. Os rebeldes tomam Bengázi, a segunda maior cidade líbia. Quando Kadafi ameaça esmagar a revolta, o Conselho de Segurança da ONU aprova, em 17 de março, uma intervenção militar na Líbia. Kadafi cai em agosto e é assassinado em 20 de outubro.
FISCHER É CAMPEÃO MUNDIAL DE XADREZ
Em 1972, Bobby Fischer vence o russo Boris Spassky em Reikjavik, na Islândia, e se torna o primeiro norte-americano a ganhar o campeonato mundial de xadrez, acabando com o virtual monopólio da União Soviética.
Em plena Guerra Fria, o embate é enquadrado na grande competição estratégica entre os EUA e a URSS na segunda metade do século 20. Fischer não vai à cerimônia de abertura em 1º de julho. Exige mais dinheiro. Muda de ideia ao receber um telefonema do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Henry Kissinger, que lhe diz: "Os EUA querem que você vá lá e bata os russos."A primeira partida é disputada em 11 de julho. A última, em 31 de agosto, é suspenda depois de 40 jogadas. No dia seguinte, Spassky abandona.
Fischer perde o título em 1975 para o soviético Anatoli Karpov por se negar a disputar as partidas depois de fazer exigências não atendidas.
URSS ABATE JUMBO SUL-COREANO
Em 1983, a Força Aérea da União Soviética derruba um Boeing 747 da companhia aérea sul-coreana Korean Air, matando as 269 pessoas a bordo, inclusive um deputado federal dos Estados Unidos, Larry McDonald, vice-presidente da conservadora Sociedade John Birch. É o auge da Segunda Guerra Fria, que começa com a invasão do Afeganistão pelos soviéticos, em 26 de dezembro de 1979.
O Jumbo vai de Anchorage, no Alasca, para Seul, na Coreia do Sul, por uma rota via Polo Norte e entra no espaço aéreo soviético. Outro deputado e dois senadores dos EUA deveriam embarcar no mesmo voo 007. Iam festejar os 30 anos do fim da Guerra da Coreia (1950-53).
A URSS acusava os EUA de enviar aviões-espiões, as versões militares do Boeing, atrás de voos comerciais para iludir os radares.
O piloto do avião de caça soviético consulta os superiores, mas não consegue contato com o comando central em Moscou. O oficial com quem fala aconselha: "Na dúvida, use o manual." E o manual manda abater aviões suspeitos.
Na época, os EUA estão prestes a instalar mísseis de curto e médio alcances na Europa Ocidental, em 1º de novembro, reduzindo o tempo de reação dos soviéticos. A Segunda Guerra Fria acaba com a ascensão do líder reformista Mikhail Gorbachev à chefia do Partido Comunista da URSS, em 11 de março de 1985.
RESTOS DO TITANIC
Em 1985, 73 anos depois do naufrágio mais famoso da história, os restos do Titanic são localizados a cerca de 640 quilômetros da costa da Terra Nova, no Canadá, a uma profundidade de quase 4 mil metros.
O megatranstlântico, considerado insubmersível bate num iceberg em sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, e afunda na noite de 14 para 15 de abril de 1912. Mais de 1,5 mil pessoas morrem.
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