quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 11 de Setembro

 GUERRA DA SUCESSÃO ESPANHOLA

    Em 1709, o Duque de Marlborough e o príncipe Engênio, de Saboia, lideram uma força de 100 mil britânicos, holandeses e austríacos contra um exército de 90 mil franceses sob o comando do general Claude-Louis-Hector, Duque de Villers, e do marechal Louis-François, Duque de Boufflers, na Batalha de Malplaquet, uma das mais sangrentas da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-14).

A guerra começa após a morte de Carlos II, da Espanha, que não deixa sucessores. Sobe ao trono o Duque de Anjou, Felipe de Anjou, da Dinastia de Bourbon, neto de Luís XIV, da França, como Felipe V. Na prática, a sucessão joga a Espanha nos braços da França. Isto provoca a reação do Reino Unido, da Holanda, da Prússia, de Portugal, de Saboia e da Áustria, onde Leopoldo I quer unir as coroas espanhola e austríaca com seu filho Carlos.

Os aliados cercam o forte de Mons em 4 de setembro e atacam Malplaquet pelos flancos para obrigar os defensores franceses a enfraquecer a resistência no centro, onde avançam com uma cavalaria de 30 mil homens O plano de ataque funciona, com altas perdas. Pelo menos 22 mil aliados e 12 mil franceses são mortos ou feridos.

A França se retiram e os aliados continuam o avanço até tomar Mons em 26 de outubro. Há várias negociações. A guerra deveria acabar com o Tratado de Utrecht (1713), mas vai até 1714. Felipe V mantém a coroa e as colônias da Espanha, mas abre mão de se candidatar ao trono da França. A Áustria não participa das negociações de Utrechet, mas não tem como continuar a guerra sem os aliados.

QUEDA DE BARCELONA

    Em 1714, depois de 14 meses de cerco, o Exército de Felipe V, da Espanha, toma Barcelona na Guerra da Sucessão Espanhola. É o fim das leis e instituições catalães. É a data nacional da Catalunha.

O Cerco da Barcelona é uma das últimas operações militares da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-14). Quando morre Carlos II, da Espanha, que não deixa herdeiros, é o fim da dinastia austríaca, do ramo espanhol do Império dos Habsburgo. 

Ascende ao trono o Duque de Anjou, Felipe de Anjou, neto de Luís XIV, como Felipe V. Isto fortaleceria a relação entre Espanha e França, mudando a relação de forças no continente. A França, por sua vez, teme uma união entre Espanha e Áustria.  A Holanda e o Reino Unido se opõe à França, com que disputam a supremacia na Europa.

Durante a guerra, portugueses e espanhóis se enfrentam na América do Sul na luta pelo controle da Colônia do Sacramento. O Reino Unido toma o Estreito de Gibraltar, reclamado até agora pela Espanha.

No fim da guerra, Felipe V, da Dinastia de Bourbon, aproveita a resistência dos catalães em Barcelona para derrubar os muros das cidades que se opõem a seu Exército. O cerco começa em 25 de julho de 1714, com um número de soldados muito superior aos dos defensores de Barcelona. 

A data nacional da Catalunha é celebrada desde 11 de setembro de 1886. É proibido nas ditaduras de Miguel Primo de Rivera (1923-30) e Francisco Franco (1939-75).

GUERRA DA CRIMEIA

    Em 1855, durante a Guerra da Crimeia (1853-56), depois de onze meses de cerco, a França e o Reino Unido tomam Sebastopol, onde fica a principal base da Frota do Mar Negro da Rússia.

É uma das maiores operações militares da guerra. Cerca de 50 mil soldados britânicos e franceses, e 10 mil piemonteses, sob o comando de Lorde Raglan e do general francês François Conrobert, cercam Sebastopol a partir de 17 de outubro de 1854. O príncipe Alexander Menshikov comanda as forças da Rússia.

A batalha dura 11 meses porque os aliados não têm artilharia pesada para quebrar a resistência da cidade, enquanto os russos não conseguem romper o cerco. Em 8 de setembro, os franceses tomam Malakhov, no Sudeste da cidade. Os russos afundam os navios, explodem as fortificações e fogem em 11 de setembro.

A Guerra da Crimeia termina em 1º de fevereiro de 1856 com a derrota da Rússia. Isto leva o novo czar, Alexandre II, que sucede a Nicolau I em março de 1855, a fazer reformas como o fim da servidão, em 1861. No mesmo ano, começa a Guerra da Secessão (1861-65) em torno da abolição da escravatura.

A Áustria, que se alia à França e ao Reino Unido, perde o apoio da Rússia, e sofre derrotas em 1859 e 1866 que levam às unificações da Itália (1861) e da Alemanha (1871).

GOLPE NO CHILE

    Em 1973, um golpe militar apoiado pelos Estados Unidos na Guerra Fria derruba o presidente socialista Salvador Allende e dá início à ditadura do general Augusto Pinochet, que mata 3.216 pessoas.

Allende é eleito em 1970 por uma aliança de socialistas e comunistas, com 36% dos votos, 39 mil a mais do que um candidato conservador. Sua eleição precisa ser referendada pelo Congresso, onde o Partido Democrata-Cristão vota a favor.

Em plena Guerra Fria, os EUA sabotam Allende desde a campanha. Fomentam uma revolta para impedir a posse. A CIA (Agência Central de Inteligência) dá US$ 8 milhões a grupos de oposição, como o sindicato dos caminhoneiros, que parou o país, 

Sem maioria no Congresso do Chile, o governo da Unidade Popular enfrenta forte da oposição da direita e depois dos democratas-cristãos, que apoiam o golpe e são perseguidos pela ditadura pinochetista. Mais de 40 mil pessoas são torturadas e 200 mil fogem do Chile.

Um plebiscito, em 5 de outubro de 1988, nega a prorrogação do mandato do tirano. Em 1989, o democrata-cristão Patricio Aylwin é eleito pela Concertação, uma aliança de 16 partidos liderada por democratas-cristãos e socialistas.

Aylwin toma posse em 11 de março de 1990, pondo fim à ditadura. Pinochet permanece no comando do Exército até 1998. Depois de deixar o cargo, é preso em Londres em 16 de outubro de 1998 por ordem do juiz de instrução espanhol Baltasar Garzón sob as acusações de genocídio, tortura, terrorismo internacional e desaparecimento de pessoas.

Quando o governo conservador espanhol de José María Aznar deixa claro que não vai pedir a extradição, o Reino Unido faz um acordo com o Chile para liberar Pinochet com a desculpa de que ele sofreria sérios problemas de saúde. 

No Chile, o ex-ditador é processado por 18 sequestros e 57 assassinatos. Chega a ficar em prisão domiciliar, mas nunca é condenado definitivamente. Impune, Pinochet morre do coração em 10 de dezembro de 2006.

Como consequência do golpe no Chile, a maioria dos países da América Latina hoje faz eleição presidencial em dois turnos quando o primeiro colocado não consegue a maioria absoluta dos votos válidos ou uma ampla vantagem sobre o segundo em alguns países que não exigem 50% dos votos válidos mais um. Assim, o presidente chega ao poder com o apoio da maioria.

TERROR NOS EUA

    Em 2001, no pior atentado terrorista da história, a rede Al Caeda transforma aviões de passageiros em mísseis guiados por pilotos suicidas, derruba as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e ataca o Pentágono, sede do Departamento da Defesa dos Estados Unidos, perto de Washington, matando 2.977 pessoas em Nova York, 125 no Pentágono e 69 num quarto voo, derrubado pelos passageiros, que iria para a Casa Branca ou o Capitólio.

O ataque provoca uma reação dos EUA: a Guerra contra o Terror, um equívoco desde o nome porque o terrorismo é uma tática de guerra, não é um inimigo em si. O inimigo, no caso, é o jihadismo, o terrorismo dos fundamentalistas islâmicos que pregam a guerra santa. 

É de certa forma um populismo político que pesca no mar do Corão para criar sua ideologia sanguinária. É uma ideologia e uma guerra ideológica é uma batalha de ideias, é, antes de mais nada, uma guerra civil dentro do Islã sobre qual é a verdadeira interpretação do Corão. 

O movimento jihadista tem uma base religiosa, sonha em recriar o mundo à imagem da Arábia no século 7, no tempo de Maomé, mas ao mesmo tempo usa os recursos tecnológicos do século 21. Criou um califado digital que recruta voluntários para o martírio. Na verdade, é um movimento político extremista surgido em lugares onde não há liberdade política, então eles se encontram nas mesquitas.

Depois de atacar o Afeganistão em 7 de outubro de 2001 e derrubar o regime fundamentalista dos Talebã em três semanas, os EUA conseguiram cercar a liderança d'al Caeda na Batalha de Tora Bora, mas Ossama ben Laden conseguiu escapar para o Paquistão.

Em 2003, o então presidente George W. Bush resolveu invadir o Iraque do ditador Saddam Hussein, que não tinha relação alguma com os atentados, provocando uma revolta dos muçulmanos sunitas de que Al Caeda se aproveitou para entrar no Iraque.

Al Caeda do Iraque se tornou Estado Islâmico do Iraque e, na guerra civil da Síria, Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Depois de retirar as forças dos EUA em 2011, o presidente Barack Obama declarou em agosto de 2014 guerra ao Estado Islâmico, que havia proclamado um califado nas regiões que ocupava no Iraque e na Síria.

A Guerra do Afeganistão, a mais longa da história dos Estados Unidos, acabou de maneira humilhante para os americanos, com a volta imediata dos talebã ao poder e caos no aeroporto de Cabul, inclusive um atentado terrorista cometido pelo Estado Islâmico. 

A vitória dos jihadistas empolga os extremistas do mundo inteiro e certamente ajuda a recrutar mais voluntários para o martírio. O Afeganistão volta a ser solo fértil para grupos jihadistas que fazem terrorismo internacional. 

Os talebã prometem no acordo com os EUA não deixar usar o território afegão para desfechar ataques aos americanos e aliados, mas não controlam totalmente o país para garantir isso.

A Guerra contra o Terror não termina. Pelos dados oficiais morreram 6.892 soldados dos EUA nas guerras do Afeganistão, do Iraque e na Síria e no Iraque contra o Estado Islâmico. Ao todo, a Guerra contra o Terror custa aos EUA US$ 8 trilhões. Estima-se que 900 mil pessoas morreram nesta guerra.

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