sábado, 24 de junho de 2023

Senhor da guerra conclama a rebelião militar na Rússia

 Depois do anúncio de que pode pegar 20 anos de cadeia, o senhor da guerra Yevgueni Prigojin conclamou a uma rebelião militar na Rússia, cercou um quartel no sul do país, chamou a guerra contra a Ucrânia de "uma agressão insana", ameaçou marchar até Moscou e alertou que os 25 mil mercenários de sua empresa de segurança Wagner estão prontos para morrer. 

É o maior desafio até hoje à ditadura de Vladimir Putin, que reagiu imediatamente pedindo a união de todas as forças para evitar o que aconteceu em 1917, quando a derrota na Primeira Guerra Mundial levou à "destruição do Exército e do Estado", duas revoluções e uma guerra civil.

Sem citar Putin, Prigojin atacou os argumentos usados pelo ditador para justificar a guerra contra a Ucrânia e acusou os comandantes militares de mentir ao ditador, porque "não havia ameaça ucraniana nem da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), nada de extraordinário, não havia qualquer razão especial" para a invasão de 24 de fevereiro do ano passado. 

Suas forças cercaram o quartel de Rostov-sobre-o-Dom, sede do Comando Militar do Sul do Exército da Rússia, teriam tomado o aeroporto da cidade e também estariam em Voronej, a caminho de Moscou. O governo regional de Voronej anunciou que as Forças Armadas estão realizando operações de combate.

Ex-condenado por fraude, roubo e corrupção de menores, Prigojin fez fortuna com supermercados e restaurantes. Conseguiu um contrato para fornecer alimentos para as Forças Armadas e ficou conhecido como o chef de cozinha do Kremlin. Fundou a empresa de segurança Wagner em 2014, no início da guerra no Leste da Ucrânia. Seus mercenários fazem o jogo sujo para a Rússia na África e no Oriente Médio, em troca da exploração de recursos naturais.

“A traição, a chantagem e terrorismo serão punidos. As Forças Armadas vão restaurar a ordem. Uma ação resoluta será tomada para controlar a situação em Rostov e no Dom. Como comandante supremo e cidadão, farei tudo para defender a Rússia e a Constituição, as vidas, a segurança e a liberdade do novo povo”, afirmou Putin. “Tenho a certeza de que vou defender tudo o que é sagrado para nós."

Seu desafio é conter a rebelião sem um grande derramamento de sangue que leve a guerra contra a Ucrânia ainda mais para dentro do território russo. Meu comentário:

Um comentário:

Nelson Franco Jobim disse...

Depois da um acordo mediado pelo ditador bielorruso, Alexander Lukachenko, a Rússia anunciou que Yevgueni Prigojin saiu do país e que os mercenários do grupo Wagner podem se integrar ao exército regular.