Os problemas de abuso sexual na Igreja Católica são tão antigos quanto o catolicismo, mas abalaram a instituição especialmente desde denúncias do jornal norte-americano Boston Globe, em 2002.
Nas últimas duas décadas, houve revelações escabrosas de casos de pedofilia nos Estados Unidos, na Austrália, na Alemanha, na Espanha, na Irlanda, no Chile, na Argentina, no México, na Bolívia...
Pouco se ouviu falar no Brasil, maior país católico do mundo. Mas agora os jornalistas Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Braga estão lançando Pedofilia na Igreja – um dossiê inédito sobre casos de abusos envolvendo padres católicos no Brasil.
Durante três anos, os repórteres pesquisaram em mais de 25 mil páginas de documentos em tribunais, ministérios públicos, inquéritos policiais, dossiês, relatórios e bases de dados internacionais. Ouviram vítimas e seus parentes, policiais, promotores, advogados, jornalistas, membros do clero, psicólogos e um padre condenado.
Entre os entrevistados, estão o repórter Michael Rezendes, que revelou o escândalo no Boston Globe, e o advogado Mitchel Garebedian, que defendeu as vítimas de Boston.
Pelo menos 108 clérigos foram acusados, indiciados, denunciados ou condenados pelo abuso sexual de 148 crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência mental em 96 cidades de 23 estados do Brasil.
O livro investiga causas, consequências e os desafios da Igreja Católica, com destaque para os esforços do papa Francisco, que emitiu 15 documentos sobre esses abusos sexuais e fez do combate à pedofilia uma das marcas de seu pontificado. Hoje toda diocese da Igreja tem uma comissão para receber denúncias de abusos sexuais.
Pedofilia na Igreja será lançado hoje às 19 horas na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, pela editora Máquina de Livros. Já está disponível como livro digital em 20 plataformas. Os editores foram entrevistados ontem por Quarentena News, com transmissão ao vivo no Facebook e no YouTube.
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