Desde que chegou ao poder na Rússia, o ditador Vladimir Putin cultiva uma imagem de super-homem, de líder capaz de garantir a segurança e a instabilidade do país. A rebelião dos mercenários da empresa de segurança Wagner, do senhor da guerra Yevgueni Prigojin, no fim de semana abalou o mito da invulnerabilidade do ditador. Foi o maior desafio a seus poderes absolutos em 23 anos.
Ao declarar guerra ao ministro da Defesa, Serguei Choigu, e ao comandante do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, general Valery Guerassimov, Prigojin acusou os dois de enganar Putin, ocupou a sede do Comando Militar do Sul da Rússia, ameaçou marchar até Moscou e atacou as alegações do ditador para justificar a guerra. Afirmou que nem a Ucrânia nem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ameaçavam a Rússia.
Em pronunciamento na televisão na manhã do sábado, Putin prometeu punições rigorosas aos rebeldes por "traição, chantagem e terrorismo". Na noite de sábado, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, anunciou um acordo mediado pelo ditador bielorrusso Alexander Lukachenko para Prigojin ir para a Bielorrússia e seus mercenários serem integrados ao Exército regular, com a retirada de todas as acusações e eles.
Depois do discurso, Putin não apareceu mais, nem Prigojin desde que saiu de Rostov sob o aplauso de populares. O ditador aparentemente venceu o desafio, mas sua aura de invencibilidade, abalada pelo fracasso na guerra, ficou ainda mais manchada. Um homem-forte enganado por seus comandantes militares e que não pune seus inimigos mostra fragilidade. O país com o maior arsenal nuclear do mundo entra numa era de incerteza que gera grande preocupação. Meu comentário:
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