CRISE DOS MÍSSEIS EM CUBA
Em 1962, um avião-espião norte-americano U-2 fotografa a construção de silos para mísseis que a União Soviética está construindo em Cuba, deflagrando a pior crise da Guerra Fria, que deixa o mundo mais do que nunca à beira de uma guerra nuclear.
A tensão entre os EUA e a URSS em torno de Cuba se agrava com a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1991, uma operação articulada pela Agência Central Inteligência (CIA) com refugiados cubanos, um projeto do vice-presidente Richard Nixon, um ferrenho anticomunista, no governo Dwight Eisenhower (1953-61). O presidente John Kennedy (1961-63) herdou a operação.Vitorioso, o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro, pede proteção à URSS. Em um ano, o número de assessores militares soviéticos em Cuba sobe para mais de 20 mil.
Fidel e o líder soviético, Nikita Kruschev, estão certos de que os EUA tentariam invadir de novo. Sob pressão da linha dura, Kruschev pensa em se fortalecer e neutralizar a presença de mísseis nucleares norte-americanos perto do território soviétivo, na Turquia.
Dois dias depois, devidamente analisadas por oficiais de inteligência, as fotos chegam à mesa do presidente Kennedy no Salão Oval da Casa Branca. Os mísseis dão à URSS a condição de lançar um primeiro ataque de uma distância de 140 quilômetros.
Kennedy cria um gabinete de guerra, onde pombas e falcões travam um duelo entre diplomacia e uso da força e decidem impor um bloqueio aeronaval em Cuba. Em 22 de outubro, Kennedy faz um pronunciamento na televisão comunicando ao povo norte-americano que a URSS está instalando mísseis nucleares em Cuba e anuncia o que chamou de "quarentena", na verdade um bloqueio.
Todo navio soviético que se aproximar de Cuba está sujeito a abordagem e inspeção dos EUA para que não levar mais equipamentos nucleares à ilha. Kennedy exige a retirada dos mísseis e a destruição dos silos.
São os dias mais tensos da Guerra Fria. Nunca o mundo fica tão perto de uma guerra nuclear. Diante do impasse, os EUA se preparam para invadir Cuba. Um jornalista soviético, todo jornalista soviético era também agente secreto, estranha a ausência de jornalistas no café do Capitólio e comenta com um garçom, que avisa: "Está todo o mundo indo para Cuba porque os EUA vão invadir.
Este jornalista liga para Moscou e Kruschev finalmente cede. Em 27 de outubro, a URSS anuncia a retirada dos mísseis de Cuba e os EUA se comprometem a remover os mísseis instalados na Turquia, que eram obsoletos e seriam retirados mesmo, e fazem um acordo tácito para não invadir Cuba.
Depois desta crise, as superpotência instalam o telefone vermelho, uma linha direta entre o Kremlin e a Casa Branca para os líderes resolverem pessoalmente as crises mais graves. Enfraquecido, Kruschev cai dois anos depois.
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