FIM DO APARTHEID
Em 1994, a África do Sul realiza suas primeiras eleições livres para enterrar o regime segregacionista do apartheid, que impunha uma ditadura cruel e brutal da minoria branca. Mais de 22 milhões de pessoas votam e dão ampla maioria de 62,7% dos votos ao Congresso Nacional Africano.
Seu líder, Nelson Mandela, torna-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Ele forma um governo de coalizão com o Partido Nacional, chefiado pelo ex-presidente Frederik de Klerk, que mandava no tempo do apartheid; e o Partido da Liberdade Inkhata, liderado por Mangosuthu Buthelezi, que alimentava o sonho de ser o primeiro presidente negro.
Mandela nasce em 18 de julho de 1918 em Mzevo, uma pequena aldeia, numa família da nobreza da tribo xhosa. É sobrinho do rei Jongintaba. Estuda direito e, em 1944, entra para o CNA, partido que luta pelos direitos da maioria negra desde 1912.
Em 1952, é eleito vice-presidente nacional. Sob a inspiração do herói da independência da Índia, Mohandas Gandhi, defende uma resistência e uma luta pacífica contra o apartheid.
Gandhi teve a influência do escritor e pacifista russo Leon Tolstoy, que lhe apresentou as ideias de Henry David Thoreau, o naturalista norte-americano que criou o conceito de desobediência civil ao se negar a pagar impostos para não financiar guerra contra o México de 1846-48, quando os EUA tomaram 37% do território mexicano.
Depois do Massacre de Sharpeville, em 1960, quando a polícia atirou contra uma multidão de manifestantes e matou 69 pessoas, o CNA abandona o pacifismo e parte para a luta armada. Mandela é o organizador e comandante do braço armado do partido, Umkhonto we sizwe (Lança da Nação).
Preso em 1962, Mandela é condenado à morte, mas tem a pena comutada para prisão perpétua. Junto com outros companheiros, vai para a prisão da ilha Robben e mais tarde para as prisões de Pollsmoor e Victor Verster.
É solto 27 anos depois, em 11 de fevereiro de 1990 para negociar uma transição pacífica para a democracia. Vira presidente, mas não se apega ao cargo. Ao contrário dos líderes autoritários que desgraçaram a África independente, transfere o poder a seu sucessor na liderança do partido, Thabo Mbeki.
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