REVOLTA DA PÁSCOA
Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), a Irmandade Republicana Irlandesa, uma sociedade secreta de nacionalistas da Irlanda liderada por Patrick Pearse, lança, com o apoio dos socialistas irlandeses chefiados por James Connolly, a Revolta da Páscoa, uma rebelião armada contra séculos de dominação inglesa e britânica, na segunda-feira da Semana Santa.
Os rebeldes atacam a sede do governo britânico, tomam a sede central do correio em Dublin e proclamam a independência da Irlanda. Na manhã seguinte, dominam boa parte da capital irlandesa. À noite, em 25 de abril, as autoridades do Reino Unido reagem.
A revolta é esmagada até 29 de abril e termina no dia seguinte. Pelo menos 500 pessoas morrem na rebelião: 54% eram civis, 30% soldados britânicos e policiais legalistas e 16% eram rebeldes. Pearse e outros 14 nacionalistas são executados.
Em 21 de janeiro de 1919, deputados do Sinn Féin (SF) eleitos em 1918 convocam o Primeiro Dáil, a primeira sessão do Parlamento irlandês e fundam a República da Irlanda. O Reino Unido não aceita. Começa a Guerra da Independência da Irlanda, travada entre o Exército Republicano Irlandês (IRA) e o Exército Real Britânico.
A guerra dura 2 anos, 5 meses, 2 semanas e 6 dias. Termina em 11 de julho de 1921, com 2,3 mil mortos. Pelo Tratado Anglo-Irlandês, a partir de 1º de janeiro de 1922, 26 dos 32 condados da ilha formam o Estado Livre Irlandês. Os outros seis, de maioria protestante, viram a Irlanda do Norte, que continua fazendo parte do Reino Unido e não é reconhecida pelo SF.
A discriminação aos católicos, nacionalistas e republicanos irlandeses na Irlanda do Norte gera uma onda de protestos nos anos 1960 que leva a uma guerra civil em que 3,5 mil pessoas morreram entre 1969 e 1998, quando é assinado o Acordo Paz da Sexta-Feira Santa, no qual as comunidades católica e protestante se comprometem a dividir o poder.
Com a saída do Reino Unido da União Europeia, a instalação de uma fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte reacendeu o conflito. No acordo do divórcio, as duas partes decidiram não criar uma "fronteira dura", mas os protestantes da Irlanda do Norte também não querem uma fronteira no mar com o Reino Unido. O impasse não foi resolvido.
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